102.

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JÚLIA.

- Vamos, Lucas! - paro em sua frente. Ele já bebeu tanto que chegou a tirar a camisa, tá todo bobinho junto dos outros. - É sério, cara, olha o horário!

- Você só quer acabar comigo, nunca é um amor, só maltrata o coração vagabundo. - fala todo arrastado, bebaço. Tenho dó é de mim.

Geral já foi embora, tá só a gente aqui, meus pais, a Lu e o Caio e o Otávio junto do Matheus. Até Felipe foi embora, e até que cedo, porque depois que voltei, ele já não estava por cá.

- Já são quatro da manhã, Lucas. - chamo a atenção. - Cê sabe que eu não ligo de você beber, mas eu tô cansadona, poxa.

- Pera aí, só vou terminar esse copo aqui. - ele me puxa pro seu colo e fico ali, porque sei que não vai adiantar de nada eu ficar chamando a atenção demais. - Você tá muito gostosa, que isso...

Ele sussurra em meu ouvido e eu nem dou bola. Lu tá recebendo massagem no pé do meu pai, minha mãe mexendo no cabelo dela e o Caio com a mão na barriga dela, coisa mais fofa. As vezes fico imaginando, sabe, maior loucura isso que estamos vivendo, quem diria.

- Lucas e Caio tão casadão. - Otávio diz.

- Namorar é mais gostosinho. - meu irmão responde com um frase que já ouvi em algum lugar e dá um beijo na cabeça da minha amiga.

- As vezes a gente foge tanto e acaba assim, e papo reto, bem melhor. - meu namorado quem diz desta vez. Sinto um carinho dele na minha barriga e isso arrepia meu corpo inteiro. - Sua hora vai chegar, calma.

- Tomara Deus! - Otávio levanta as mãos pra cima e a gente ri.

- Levanta pra irmos, preto. - me levanto do seu colo. - Vai no banheiro e joga uma água na cara enquanto me despeço aqui.

- Só manda.

- Manda quem pode, obedece quem tem juízo. - Lu enche o saco dele que sai andando. - Ensinou certinho, garotinha.

- Quero é ver a ressaca de amanhã, isso sim. - dou um abraço nela. - Tô indo nessa, apê tá lá disponível pra vocês.

- Minha filha, eu quero só tomar um banho e deitar. Mas amanhã, na verdade agorinha, te espero lá cedo, fazer um almocinho.

- Você, né? - brinco. Aí gente, cozinha não é comigo, faço por fazer mesmo, mas gostar não gosto nadinha. - Quando acordar apareço por lá.

- Não é cinco horas não, viu? - confirmo com a cabeça e o Lucas aparece de volta.

- Tchau mãe, tchau pai. - dou um beijo em cada um. - Tô indo nessa, se cuidem.

- Quer que leva vocês lá? - meu pai pergunta, preocupado. E eu nego com a cabeça. - Certeza?

- Sim, senhor Vicente! Não bebi tanto igual ele - aponto pro Lucas que tá despendido dos outros. - Vou devagar, e cuidar dele também, relaxa.

- Juízo, hein, filha! - pisco pra ele, rindo. - Lucas, sei que você está ruim, mas cuida da minha filha.

- Pai, eu sei me cuidar...

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora