105.

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três capítulos disponíveis pra vocês. Votem e comentem muito!!💖

JÚLIA.

- Me ajuda! - grito enquanto tento sair dos braços do homem que me prende. - Me solta, pelo amor de Deus.

Eu não tenho forças, nem uma, eu não consigo mais gritar, não consigo mais relutar, não consigo respirar o oxigênio.

- Caladinha. - ele coloca a arma na minha barriga e isso me faz estremecer. Tento procurar o Lucas, mas não encontro ele, não encontro o farol e nem ouço som de barulho da moto. - Sem se mexer, em silêncio ou você morre aqui mesmo.

Eu não tenho forças para nada, eu só assinto e imploro à Deus em pensamento para que nada de ruim aconteça. Minha barriga começa a formigar, minha perna perde toda a sustentação e quando viro a cabeça pro lado vejo três crianças paradas na calçada assistindo toda a cena e eu tento dar um sorriso, como se eu pudesse dizer que tá tudo bem e, antes de eu desmaiar, eu só consigo ver um carro desgovernado indo com tudo pra cima delas e o barulho de sirenes da polícia.

Meu corpo é jogado no chão e tudo se apaga.

- JÚLIA! - tento buscar o ar, me sufocando. - Júlia. Júlia!

Abro os olhos e imediatamente lágrimas se formam e começam a descer copiosamente, não me deixando enxergar nada.

- Preta... - o meu namorado me abraça e meu choro se torna ainda mais forte. O sonho foi tão real, tudo parecia tão real. - Júlia, me responde.

Eu não consigo falar nada, meu corpo queima, eu estou toda suada e minha respiração totalmente falha. O Lucas está desesperado e eu só abraço o corpo dele muito forte, como se eu pudesse me fundir a ele nesse toque.

- Eu...eu...

- Ei, relaxa. - ele sussurra e começa a mexer no meu cabelo. - Vamos fazer aquela técnica da respiração, hein? Vamos. Respira fundo e conta: um, dois, três. Solta.

Faço e o ar que entra em meus pulmões parece revigorar todo meu corpo quente, mas ainda assim não é me deixa nada calma.

- Mais uma vez: Um, dois, três...sete, oito.

Começo a contar junto dele e isso me lembra quando ele me ajudou quando eu descobri da traição, eu estava quase que nessa mesma situação. Mas aquilo lá não está nem perto de ser o desespero de agora. Nada em minha vida se compara ao que estou sentindo.

Foi tudo tão vivido. Intenso. E NÃO é real. Nada daquilo aconteceu.

Está tudo bem. Eu estou bem.

- Tá melhor? Consegue respirar? - concordo com a cabeça e ele deita o corpo na cama, ainda me deixando nosso corpo no abraço. - Vem, vamos tirar a blusa e prender o cabelo.

Ele me ajuda e com minha própria blusa mesmo ele limpa o suor em minha testa e das minhas costas. Ele me puxa novamente pro braços e aqui eu sinto minha fortaleza, meu lar.

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora