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JÚLIA.

cinco dias depois...

- Você tem que denunciar ele, Júlia.- ouvi falar e eu olhei pra ele que estava sentado na cadeira do escritório. Tá tão gostoso vestido de social, af! - Tô falando sério, cara, tô te vendo viajar aqui, mas tu sabe que deve fazer isso, seu pai mesmo falou.

- Lucas, você não entende! - suspirei, prendendo meu cabelo em um coque bagunçado. Levantei da cadeira de frente pra ele e fui na parte do vitral que dava vista pra um dos pontos aqui do Rio. - Eu ainda amo aquele desgraçado, eu ainda tenho a merda de sentimentos por ele, não é tão fácil eu dar queixa, eu só não consigo...!

Já tinha uns dez minutos que eu tava aqui na sala dele, vim visitar meu pai pra despreocupar ele, Caio fez o favor de contar o que aconteceu e desde então eu sumi, não liguei meu celular pra nada, trabalhei de casa até ontem e agora que estou voltando.

Quando meu irmão soube ele ficou maluco, dormiu em casa todos os dias, ameaçou até ir atrás do infeliz do Gabriel, mas eu não deixei. Ele também tá nessa de que eu tenho de denunciar, dizendo que ele me ameaçou por palavras e até tentativa de violência física, inclusive já pegou até as imagens da câmera de segurança, mas eu não deixei ele levar pra delegacia e agora pelo visto até o Lucas tá nessa.

Ninguém entende, todos estão falando a mesma coisa, só que é tão complicado, não é como se eu nunca tivesse vivido com ele, como se nunca tivesse amado... E por tudo isso, por mais que seja o mais certo a se fazer, eu não consigo.

- Lucas, por favor, não comenta mais nada disso, não por agora. Agradeço muito você estar me dando essa força, de ter ficado comigo até quando não era sua obrigação, mas isso é uma decisão minha. - senti ele perto de mim e me virei. Depois daquele dia ele enviou mensagens pra perguntar sobre meu estado, mas como não respondi, a Luísa que respondeu, meu irmão também deu notícias e inclusive perguntou o porquê que ele tava comigo no horário, mas inventei falando que foi só uma carona por causa do boxe que fazíamos juntos (o que não é completa mentira) e, por sorte, ele não viu as imagens. - Você ter ido na minha casa pra saber sobre mim mudou meus pensamentos sobre você, porque realmente não esperava isso, só que essa história está me deixando mais confusa!

- Vou te deixar nessa mesmo, mas sabe o que penso, né? Tanto eu quanto o Caio, teu pai, o Felipe e a Luísa tem a mesma opinião...- ele falou daquele jeito dele e me puxou pro corpo dele. - Tá livre, problemão?

- Tá querendo o que? Olha o horário cara, vê se é hora disso.

- Tá deduzindo coisas demais, ia te chamar pra almoçar, mas jaé mandada.

- Se for pra me bancar tô livre, se eu tiver que pagar tô ocupada - brinquei e senti ele morder meu pescoço. - E aí, vamo ou nada? Quero coco bambu, tá?

Quando terminei de falar ouvi o telefone da mesa dele tocar, me largou e foi pra lá atender e eu comecei a prestar atenção no escritório, que pra falar a real todos eram no mesmo estilo, mas o dele era algo além sabe? Tinha um bar com umas bebidas, aqueles sofás de couro preto, aquelas iluminação embutidas de meia luz, deixava marcado que aquilo era ele.

- Tenho dó de quem trabalha pra você, ninguém merece um chefe igual ti, por Deus! - coitado dos estagiários que ficava no departamento dele, ô homem que é estressado viu?

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora