110.

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JÚLIA.

- Preto, vamos levantar pra gente ir pro Felps. - sussurro. A cabeça dele tá enfiada entre meu pescoço e meu colo. - Hm? Já tá tarde.

- Deixa eles lá, pô. Vamo ficar aqui mesmo.

- Não, não! Quero saber da Luísa. - respondo.

- Maior fofoqueira, cara. - ele se espreguiça e depois joga a mão no rosto pra tampar a luminosidade que agora entra por conta da persiana se levantando. - Quantas horas?

- Não sei, mas já deve passar das onze.

-  Tá cedo ainda, problemão. - contesta. Eu deito na cama também e fico olhando o teto. - Espera só mais um pouco.

Ele deixa um beijo no meu ombro. O Apolo volta pra cama ficando no meio de nós dois, olho sorrindo pro Lucas vendo ele brincar com nosso cachorro.

- A gente precisa arrumar um lugar pra ele ficar quando formos viajar. - falo me referindo ao Apolo. - É em vinte dias.

- Ah, verdade, pô. - responde. - Dá para ele ficar com meus pais tranquilo.

- Com meus pais também.

- A gente vê. E também temos que ver o  lugar que vamos ficar lá, né.

- Sim, eu tinha visto uma pousada lá, só que nem cheguei a fechar. - respondo. Ele se levanta e depois volta com o notebook, sento no meio de suas pernas e apoio minhas costas no seu peito. - Eu vou ficar afastada da agência uns dez dias, eu não sei como vai estar para você...

- Eu pego minhas férias agora, acho que uns dois dias antes da viagem. - responde.

- Tá, então é mais tranquilo. Uns quatro dias tranquilo lá, então? - concorda.

E a gente começa a pesquisar pousadas sem fim, vendo as melhores para o nosso conforto. Fernando de Noronha é um sonho, um lugar que acho que todos deveriam ir ao menos uma vez na vida.

- Porra, pra respirar nesse lugar tem que pagar taxa. - brinca. Achamos um do nosso agrado e estamos fechando. - Resort mais de mil a diária, taxa de preservação, restaurante, passeio. Tão me achando com cara de banco.

- Fala assim, mas quando chega lá gasta que nem vê...

- Tu tá suave, ganhou a viagem dos seus pais e eu não deixo tu pagar nada. Só vai sair no lucro!

- Graças a Deus fui abençoada por um namorado que não é pão duro. -  levanto as mãos pra cima como se agradecesse. - Mas também, pra ter uma gatinha dessa no porte...

- Bom é que dou conta do recado. - joga o computador pro lado e é inverte nossa posição, me deixando por baixo.

Dou um beijo na sua boca e fico abraçada no seu corpo, só sentindo a calmaria gostosa que tá aqui. Fico fazendo um cafune no seu cabelo curtinho e ouvindo a respiração dele.

- Preta, eu não esperava um dia viver assim contigo.

- Nem eu...nem eu. - respondo. - Eu só quero que isso aqui nunca acabe, que a gente consiga sair de todas as dificuldades que podemos enfrentar pela frente. Nós só não podemos acabar...!

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora