149.

1.3K 133 49
                                    

LUCAS.

Termino o meu treino e vou pra onde a Júlia está sentada me esperando. A gente combinou de voltar a treinar juntos, mas ela só faz a esteira, inventa mil desculpas pra poupar de pegar peso, mesmo que leves, mas fazendo um pouquinho de cardio ajuda já.

- Vamo subir, a gente toma um banho e começa. - chamo ela, pegando a toalha que ela me oferece pra limpar meu suor.

- Sério mesmo que nós vamos fazer isso? - concordo com a cabeça. - Muito mais fácil a gente ter contratado alguém, Lucas.

- Você quem deu a ideia. - abro a porta da academia pra sairmos e ir pro apartamento. - Agora tá querendo sair fora? Rum.

A gente ia começar a arrumar o quarto da Ísis hoje, semana passada a gente decidiu isso enquanto ouvíamos o coração dela por aquele aparelho que comprei. E nós ficamos uma cota de tempo só ouvindo, conversando com ela e eu tentando fazer ela mexer pra mim, mas a garota é ingrata. Mexe nada, eu dando minha vida pra tentar alguma coisa e ela quieta na dela. Pô, pode isso?

- Tô indo tomar uma ducha, qualquer coisa tu pega uma roupa minha. - falo pra ela, abrindo a porta do meu quarto.

Liguei o chuveiro no frio e fiquei um tempão nele. Quando acabei só coloquei um short e saí pra ver se a Júlia precisava de algo, mas ela já tava de banho tomado, um top com um short   soltinho, o cabelo lavado e fazendo uma mesa pra nós.

- Virou mãe e aprendeu a cozinhar? - brinco com ela.

- Até parece, Lucas. Sabe que desenrolo na cozinha mesmo não sendo minha praia. - senta na cadeira que fica à minha frente. - Tava com fome, aí peguei as coisas que tinham e fiz o café pra nós.

A gente comeu numa boa, eu peguei as coisas pra lavar e depois fui fumar enquanto ela tava deitada na rede que coloquei. E eu fiquei viajando nela, na barriga, enquanto tragava o tabaco. A Júlia grávida tá surreal, ela fica nessa neurose que tá gorda, feia e caralhos a quatro, mas na real só ela não enxerga que grávida ela é a melhor versão. E quando ela solta um sorriso então? Puta que pariu, fico baqueado. É um estalar de dedo pra eu jogar tudo pro alto e perder a postura com essa mandada.

Vou pra dentro pra começar a arrumar as coisas e deixo ela lá, que parece estar dormindo. Conecto uma música e arrumo todas a paradas, despejo a tinta em tom frio que escolhemos e começo a passar na parede. Sei lá quanto tempo eu tô aqui, já terminei a primeira mão de tintura, agora eu preciso passar mais uma. Quando vou pegar meu celular pra ver o horário encontro a Júlia parada na porta, me analisando.

- Por que você não me chamou? - pergunta, com voz de sono.

- Tu tava deitada lá, fiquei com dó.

Ela adentra e vem até mim, suas mãos tocam minha cintura e junta nosso corpo conforme consegue, por conta da barriga. Minha vontade agora é de beijar ela e eu faço isso. Abaixo minha cabeça e dou um selinho demorado nela, ela solta um sorriso e depois me devolve outro, outro e mais outros, até se formar um beijo calmo.

- Uma das coisas que mais sinto falta, sabia? - sussurra após encerrar o beijo. - Na real eu sinto falta de nós dois como casal, não importa o que tivermos fazendo, mas de te ter por completo todos os dias.

- A gente não sabia do que poderia acontecer e não nos protejemos. - respondo, saindo do abraço quente dela.

Júlia não me responde, ela pega um pincel e começa a me ajudar, mas na real ela tá mais bagunçado do que ajudando.

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora