100.

1.5K 101 9
                                    

JÚLIA.

- Chega, Lucas!- falo totalmente ofegante.-  Meu Deus, quer me matar, é? - reclamo quando dou mais um chute no saco de pancadas.

Eu tô pingando de tanto suor que se acumula em meu corpo. Ninguém merece isso pós festa, juro. Custava ele me deixar dormir na cama macia, quarto escuro e gelado? Não, não custava nadinha, mas esse cretino não pode fazer as coisas sozinho e lá vai a bonita arrastada junto.

- Queimar esse álcool, problemão. - ignora eu morrendo e se posiciona em minha frente para agora eu direcionar os chutes em sua mão com aquelas coisinhas que se parecem almofadas.- Dez chutes intercalados e a gente finaliza. 

- Eu te odeio tanto...- e eu faço o que ele me propõe, mas quando falta dois eu ignoro as almofadas e dou direto nele, porém sem tamanha força. Minha vingança é essa. - Me solta, cara.

Tento me desvencilhar dele e falho miseravelmente, sua mão vai pra minha barriga e uma perna entre as minhas duas, consigo reverter a situação e acerto um soco na sua costela, mas parece que foi inatingível porque na mesma hora ele já tá prendendo meu corpo novamente. Nossa luta fica nessa por minutos, eu segurando a gargalhada quando sem querer acerto um chute em sua bunda, ele faz uma careta como resposta.

Mas meu riso morre quando ele me derruba no tatame, me prendendo sem chance de escapar. Nosso corpo está suado ao extremo, que sinto minhas costas ensopadas junto do top. Ele fica nessa palhaçada e eu relutando pra sair, coloco em prática o que ele e o Samuel ensinaram em uma dessas aulas e agora ele quem está no tatame e eu sentada por cima, prendendo-o. 

- Ah, coé, tem nem graça. - ele resmunga e sorrio vitoriosa. - Esse sorrisinho seu vai sumir em dois tempos, preta. 

- Ah, é? Por que? - pergunto e ele nega com a cabeça.

- Bora, vamo finalizar e piar pra praia. - ele tenta me tirar e eu me prendo mais, dou uma chegada para frente e dou um selinho em sua boca, me levantando pra ir pro apê dele enquanto ele organiza a academia. 

Eu chego e coloco a senha, deixando a porta aberta porque logo atrás de mim ele entraria. Primeiro passo na cozinha para beber um copo de água bem gelado e, quando coloco ele na pia, ouço ele fechando a porta. 

- Cadê o Apolo? - pergunta e eu faço que não sei. - Pô, esse cachorro tá sendo maior trabalho. 

Decidimos deixar ele aqui, por motivo que aqui é maior, mas vamos revezar as vezes também. Demos banho lá na casa dos meus sogros e depois viemos para cá, Lucas surtou porque ele sem querer arranhou o banco de couro do carro, acredito que pela sensação de estranheza quando entrou, mas já passou. Levamos ele também no veterinário para tomar os remédios e as vacinas necessárias. 

- Filho? - chamo indo para a parte de cima e nada dele fazer sequer um barulho. - Apolo?!

- Porra, cachorro mandadão... - desço e vou pra onde a voz do Lucas veio. 

Quando chego no quarto ele tá deitado nas cobertas e no gelado porque não desligamos o ar. Rio da cena: Lucas olhando inconformado com as mãos na cintura e o Apolo nem aí pro que o homem tatuado tá falando, literalmente meteu o foda-se. 

- Oi, mãezinha, teu pai tá puto contigo, é? - faço carinho nele e o Lucas solta uma risada debochada. - Diz pra ele quem manda aqui agora, diz.

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora