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JÚLIA.

Depois que ele me disse tudo aquilo e ainda mais algumas coisas sobre o antigo relacionamento mudei total o foco do assunto. Ele estava distante, isso é fato. Mas eu não quis forçar ele a ficar, mesmo querendo, mas avisei que por ser tarde e ter bebido bastante é perigoso, ainda mais por ele estar de moto.

Assim que fomos pro quarto o celular dele voltou a tocar e deixei que ele fizesse o que queria e, enquanto ele conversava com essa tal Tatiana, eu fui para a cozinha organizar a pia que deixei bagunçada. Ele logo voltou e quis me ajudar, mas logo tentei cortar por ele ter feito nossa comida, o que foi nada, já que é difícil de lidar com esse macho que quer tudo do jeito dele.

Não puxamos assunto, foi um silêncio até que confortável, como se precisássemos disso. Terminamos a organização ali e voltamos pra área externa para eu fumar mais. E agora eu entendi do vício dele de fumar, que se formou assim que ele perdeu a pessoa que amava, e de sobra, seu filho que nem sequer sabia da existência. Uma forma de escape.

Eu não quero ser mãe, mas eu não consigo me imaginar perdendo um filho. Deve ser uma dor insuperável, que nunca terá cura.

- Deita aí que vou fazer uma massagem em você. - falo pra ele assim que se deita na minha cama. Subo em cima dele e sento na sua bunda, distribuindo um óleo natural que ajuda a relaxar. – Cara, que inveja de vocês homens! Olha como sua bunda é redondinha, durinha e empinada... – ele ri e resmunga algo relacionado a treino. - Esse óleo que estou passando é para ajudar na massagem, pra relaxar. Vai te ajudar.

- Porra, já tô relaxadão, problemão. - resmunga. - Tá arderdendo pra caralho, cara. Coé, tu me arranhou e meteu esse bagulho nas minhas costas.

- Lindo, pelo amor de Deus. Quanto drama! - rio do desespero dele por causa do óleo. Talvez tenha ardido só um pouquinho. – Mas isso que minha mãe deu me ajudou muito, principalmente nas minhas crises de ansiedade que tive por causa do meu ex... E vai te ajudar. Eu tô vendo que cê tá tenso pra caramba depois daquele assunto, então quero ajudar de uma forma, e não que você acabe com cigarro, maconha, bebida.

Comecei os movimentos em seus ombros e fui descendo fazendo círculos em seus músculos marcados por conta dos treinos que ele faz. Apertos, fricções, pressão nas suas costas desnudas e consigo ver que ele vai relaxando com os minutos.

Quando acabei, levantei para fechar a persiana e me deitei ao seu lado, vendo que a massagem pareceu ter feito efeito, já que está mega relaxado, apesar do efeitos que a erva também proporciona, falando todo lerdinho e eu segurando o riso dele estar desse jeito.

Acordei quase oito da manhã, a mão dele tá por dentro da camisa que eu uso que tem o cheiro do perfume forte dele misturado ao meu que é doce. Tiro ela de dentro e ele se mexe, virando de bruços e ocupando a cama quase que toda, vou ao banheiro e escovo meus dentes para voltar pra cama e tentar dormir novamente, porque ainda tá cedo pra minha preguiça.

- Pô, já tá tarde pra caralho. Temos que piar pra Saquerema. - ele fala com a  voz rouca e grossa perto de mim e eu desperto novamente. Eu tô com a cabeça no peito dele, então me afasto, mas logo ele já tá por cima de novo. - Bora, cara. Agilizar pra gente ir.

- Você que está por cima. - viro a cara pro lado quando ele chega bem perto da minha boca. Mesmo eu sabendo que ele escovou os dentes coma escova que dei para ele ontem a noite.- Eca, não vai me beijar com bafo e muito menos eu quero te beijar. Sou uma lady pra sair dando e recebendo beijo após acordar.

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora