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JÚLIA.

- Achei que tava perdida, porque pela demora dava pra fazer umas cinco viagens. - ouvi minha mãe dizer e eu revirei os olhos dando um beijinho nela.- Tá bem, filha? Ontem você sumiu que me deixou desesperada.

- Ôh mãe, não exagera! Tá tudo bem, eu só tava descansando. - respondi e deixei minha bolsa ali com ela e fui cumprimentar o restante ali. - Queria saber como vocês estão aguentando, porque pelo que sei não dormiram nadinha.

- Parada é curtir o momento, Julinha. - o Tales falou e eu estranhei, porque jurei que ele não ia aparecer aqui.

- Ontem eu bebi tanto assim pra tá alucinando ou é tu mesmo que percebeu que ainda tem amigos? - debochei e a galera ali da roda riu. - Soube desse teu namoro, tá? Vai achando que vai passar com essa cara lisa sua.

Dei um abraço no meu pai e perguntei do Caio, que ouvi dizer que ele já estava no meio do mar. A praia tava bem cheia, voltei pra onde estava a Lu e minha mãe e sentei do lado de dona Lídia, que tava fofocando horrores com minha melhor amiga, peguei a caipirinha que era de alguma das duas e bebi um gole.

- Pois é, tia! Bonitão, né? Já falei pra sua filha que uma sentada não mata e, pelo que vejo, só tá fazendo bem a ela. - ela terminou a frase e eu quase engasguei quando percebi de que estavam falando de mim e do Lucas.- Que isso, vai se engasgar aqui não, irmã. Tô falando algumas coisas aqui com minha mãe postiça sobre você.

- É, eu percebi isso, só que eu acho que aqui não é lugar, sabe?!

- Essa safada me falou que era uber, acredita? Mas deixa achar que eu sou bobinha igual o pai dela, já tive a idade dela. - minha mãe ignorou minha resposta e eu sentei ouvindo as duas fofocar como se eu não estivesse do lado delas. Mas nem ligo, minha mãe sabe de tudo da minha vida igual a Luísa, e quando juntamos nós três é sempre assim, muita fofocaiada. - Na hora que eu pisei hoje lá em casa e eu vi aquele carro eu reconheci.

- Gosta de uma fofoca você né, dona Lídia. - comentei. - Mas já aviso: ali não tem nada. Só foram pouquíssimas vezes.

- Cê acredita nela, tia? - a Lu devolveu e minha mãe riu. - Tá vendo né, não sou eu. Hoje em dia nem reclamo se ela some, porque sei que ela tá com ele.

- Que mentira! - olhei pra ela indignada. - Quanta difamação contra minha pessoa você está inventando, Luísa! Que abuso é esse, querida?

Juro, minha mãe deu ombros soltando uma risada e eu só olhei pra frente vendo o que rolava enquanto as duas estavam conversando. Meu irmão apareceu e eu levantei pra dar um abraço nele.

- Parabéns, mananinho. Cheguei atrasada, mas vi que conseguiu se classificar. - abracei ele e ele me deu um beijo na testa. - Tô aqui na torcida por ti.

- Dorme pra caralho tu, que isso. - ele falou e colocou a prancha dele na areia quente. - Veio com quem?

- Vim com o teu amigo aí, o Lucas, por que?

- Nada não, pô. Mas brigou com ele não, né? Te conheço bem demais.

- Que visão é essa que tem sobre sua irmã? Pelo visto péssima, né! - respondi e olhei ao redor. - Mas ele merece meu desprezo, se acha o último pacote de biscoito ele.

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora