JÚLIA.
Hoje era sábado e o sol estava ótimo pra pegar uma praia, mas como a vida da pessoa aqui não era tão fácil e precisava trabalhar pra suprir os luxos, eu tinha que trabalhar. Acordei toda embolada com coberta por conta do ar e fui indo em direção ao banheiro, quando estava terminado o banho ouvi o barulho da porta se abrindo e eu sabia que era o Gabriel, ele entrou no box e me imprensou na parede dando um aperto nos meus seios.
- Bom dia!
Respondi e ele começou a distribuir beijos pelo meu corpo, eu virei para frente e ele levantou uma das minhas pernas e começou a meter. Como o tempo era curto foi uma rapidinha e sai pra me arrumar, caso contrário eu chegaria atrasada como na maiorias das vezes e o meu melhor amigo falaria no meu ouvido sem pena.
- Já vai? - ele perguntou e eu concordei com a cabeça. - Vamos sair pra jantar hoje?
- Não vai ter como, Biel. Hoje tem mais uma edição de Isso não é uma Festa e eu estou responsável por ela, então quando chegar em casa vou estar muito cansada!
- Já falei para você largar essa vida, sabe que posso te bancar, você fica aqui cuidando do nosso lar e ainda não fica em um lugar cheio de homem cobiçando o que é meu!
- Não começa esse assunto novamente. Não vou ouvir todas essas baboseiras da sua boca. Já conversei com você sobre nossa situação, e tu sabe muito bem que eu não sou qualquer mulher para ser bancada por um homem! Eu tenho o meu trabalho, e eu gosto muito dele para abandonar por causa de homem, então saiba que isso não é e nunca vai ser uma possibilidade. Entendido?
Ele já vinha com esse papo tem pouco meses, e já logo corto. Tá para nascer ainda um macho que acha que irá mandar em mim, bancar e a porra que for. Mas sempre deixei bem claro que ele me conheceu assim e irá se contentar, caso contrário terminamos o que nós temos.
- Pô Júlia, tu sabe que eu quero o melhor para nós. Sempre. Desculpa se falei algo que não gostou, mas essa é minha visão e a visão que quero pra gente. - ele me puxou pro seu colo e continuou com esse papinho. - Acabamos de fazer um amor gostosinho, vamos ficar tranquilos, pode ser? Hein?!
Sorri falsamente e retribui o selinho, saindo do colo dele logo em seguida. Eu tinha vinte minutos, então me despedi e peguei caminho pro local onde ocorreria a festa, mas antes passei na padaria que tinha na esquina do prédio, o dia ia ser corrido e eu precisava me manter em pé.
A locação era afastado da área onde eu estava, então mesmo que não quisesse, o atraso foi inevitável. E o celular já tinha apitado umas três vezes seguidas, e obviamente é Felipe perguntando se eu estava onde devia.
Quando cheguei dei boa tarde para os funcionários que tava no caminho e fui andando onde uma parte da equipe de iluminação e som estava, e meu chefe, vulgo amigo, falava sobre procurar uma nova forma de fundo de palco, já que ocorreu um problema com a iluminação.
Chega a dar dó dos funcionários por aguentar ele estressado, esses imprevistos tiram toda a paciência que mal existe.
Fui com o engenheiro pra vistoria das estruturas e depois com os carregadores que estavam responsável pelas bebidas. Quando terminei de checar foi a vez da área de segurança, passei as recomendações que o Felipe pediu e, por fim, estava encerrado meu turno. Mais tarde eu voltaria, mas o intuito era aproveitar a festa.
- Pedi almoço pra nós, tá na área do bar. - mandei vários beijos no ar em forma de agradecimento.
- Você não faz ideia da fome que eu estou sentindo! - peguei o talher e fui me servir- E não vou nem falar do quanto você está um doce.
Sentei na mesa improvisada que montaram e fui comendo enquanto o Felipe falava sobre o problema que teve hoje na parte do som e iluminação que estava sendo resolvido nesse momento.
- Pelo jeito nem dormiu, por que essa sua cara de morto entrega tudo.
- Até sem dormir sou gato, filha da puta. - ele disse com aquele sorriso que as mulheres caem por não conhecer. - Ontem foi impossível dormir com uma ruivinha do meu lado.
Fiz uma cara de nojo e fingi não ouvir enquanto ele falava, foquei na comida que estava na minha frente e no horário. Passei uma última vez área onde tinha acontecido o problema e vi que já estava tudo de volta ao lugar. Despedi de todos e fui pra casa me arrumar, mas antes mandei mensagem pra Luísa dizendo que já estava indo pra casa.
Quando saio do banho o porteiro interfona dizendo que a Luísa estava lá em baixo e perguntou se podia subir, liberei a entrada e deixei a porta aberta pra ela entrar. Fui pro quarto colocar uma roupa e depois fui pra sala onde minha amiga entrava com cerveja na mão.
- Amiga, vou por na geladeira tá? - concordei e segui ela.
A Luísa já era de casa, inclusive até dividimos o apê até pouco tempo atrás, mas ela teve que voltar pra casa por conta da mãe dela que estava passando por uma situação complicada de saúde. A tia até falou que estava tranquilo ela continuar morando comigo, mas sei como funciona a cabecinha da minha amiga e ela não iria querer deixar a mãe sozinha nessa situação.
Deixei duas longneck de fora e enquanto a Luísa coloca o restante na geladeira fui pegar alguns petiscos pra acompanhar. Nosso apartamento era grande até, ele tinha três quartos, uma sala e cozinha relativamente grande e uma área externa, que era um dos meus lugares favoritos.
Criei uma poupança com dezessete anos e fui investindo dinheiro nela até meus 21 anos, no final tinha um valor que dava pra dar uma entrada significante e a Luísa juntou a parte dela que ganhou de presente do pai e desde então começamos a olhar apartamentos pra comprar e foi difícil, porque não tinha nenhum perto dos lugares essenciais que precisávamos deslocar.
Após três meses de procura achamos esse aqui e compramos, foi paixão a primeira vista, era até superior ao que procurávamos então decidimos que seria esse nosso lar.
Entramos no meu quarto e ela começou a falar sobre ontem.
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NASCER DO SOL
Fanfiction"Nosso problema sempre foi a intensidade. (...) Eu sei muito bem o caminho que nós dois fizemos, espero que sempre sejamos sinceros e nada enfraqueça nosso elo." 🤍🌙