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LUÍSA.

Eu ainda estou em choque que estou gerando um bebê, tipo, tem noção que tem um ser dentro de mim? Pior ou melhor, vai saber, que já fazem dois meses. Sessenta dias que cresce um grão dentro de mim, inacreditável.

Minha barriga é muito pequena ainda, mas não vejo a hora dela estar arrebitada e eu ficar de chamego. Hoje vamos fazer a ultra, uns outros exames também e dar a notícia pra minha mãe e pros meus sogros.

- Tá pronta, princesa? - Caio pergunta entrando no quarto. - Que isso, muito sortudo eu, fala tu.

Solto um sorriso e pego minha bolsa, indo até ele e dando um beijo em sua boca. Quem diria também que eu estaria de volta com esse traste, e dessa vez pra valer.

O perfume dele me arrepia inteira, me deixando numa ânsia absurda, mas consigo controlar.

Bem- vindo, neném.

- Sortudo até demais, bebê! Porque pra me ter de volta...

- Ih, caladinha. - pega meu sorto e enche ele de beijos. Minha barriga se revira em mil e eu corro pro banheiro, deixando ele sem entender nada. - Loira?

- Eu tô bem. - dou descarga e lavo minha boca de volta. Meu Deus, a pior parte da gravidez veio com tudo pelo visto. - Falta muito pro horário?

Pergunto e ele checa, mostrando-se que falta meia hora ainda. Provavelmente vamos pegar um trânsito? Provavelmente, mas eu não vou conseguir me manter perto dele com esse cheiro.

- Por que?

- Toma um banho, urgente. - suplico e ele me olha sem entender. - Caio, por favor.

- Tá me chamando de fedido, é? Se liga, malucona. - brinca e eu faço uma careta querendo vomitar de novo.

- O seu perfume ele... - dessa vez nem consigo terminar a frase e muito menos ir para o banheiro.

A cara de nojo do meu namorado é impagável e a minha é a pior ainda, porque eu vendo tudo aquilo sujo me dá uma sensação péssima. Eu tenho pavor de vômito.

- Tá entendi. - ele responde tentando não vomitar por cima do meu e eu volto pra dentro do banheiro, escovando o dente enquanto ele limpa aquela bagunça. - Faz um favor então, vai lá respirar um ar puro, pega uma roupa que deixo lá no carro e traz de volta, pode ser?

Concordo e saio, pegando o ar e respirando como se fosse a última coisa no mundo. Volto pra dentro depois de uns minutos e o barulho do chuveiro indica que ele tá no banho, deixo no meu quarto e vou pra varanda.

Depois de um tempo ele volta resmungando horrores.

- Porra, nem nasceu e já tá me fazendo de bobão. - solta e eu seguro o riso, levantando. - Vai tomar no cu, posso nem mais usar meu perfume.

- Tá puto, amor?

- Bebê mandado esse. Tem nem cabeça pra pensar e já tá nessa.

- Que horror, Caio. - faço uma cara pela fala dele. - Fala isso porque é um ogro, mas essa garotinha é uma lady igual a mãe.

- A mãe tá mais pra ogra que lady. - dou um tapa no seu braço. - E que papo é esse de garotinha?

- É uma menina. - primeira vez que digo isso. Mas apenas sinto.

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora