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JÚLIA.

Eu deitei na minha cama só pra mexer no celular e simplesmente capotei, acordando sei lá quanto tempo depois com barulho de porta batendo. Nem o som alto misturado a risadas, conversas e música atrapalhou.

Saio do meu quarto e vou caminhando pra onde todos estão, sentindo uma pressão no meu ventre. Desvio das cadeiras que estão espalhadas e vou pra perto do Felipe e da Luísa.

- A querida resolveu aparecer, foi?

- Eu apaguei que nem vi... - comento, procurando fazer meu pratinho. - Fizeram o que?

- Ah, nada. Os meninos tão bebendo e piscina, só.

- Tô sentindo uma pressão na minha barriga, tenho medo de ser alguma coisa. - falo, pra minha melhor amiga. - A médica falou que ainda tem perigo, né.

- Mas não vai ser nada! Tá sentindo só isso? - pergunta e eu confirmo com a cabeça. - Hm, tem que ver. Qualquer coisa já manda mensagem pra ela. Também pode ser que a barriga só esteja pequena pra ela.

- Tenho medo, Lu.

Quando acabo de falar aquela menina que nunca nem vi aparece ao nosso lado. Cheia de sorrisos, já encostando na minha barriga (o que me deixa totalmente aflita e receosa). Dou um passo pra trás afastando do seu toque.

- Você que é a Júlia, né? - pergunta e concordo com a cabeça, dando um sorriso sem graça. - Prazer, sou a Aline.

- Prazer, Aline... Acho que você já sabe quem sou, pelo visto.

- Ah, sim... O Lucas me falou sobre. Você é a mãe da filha dele e tal. - eu me sinto muito desconfortável. Tipo, ao extremo. É ela falando sobre a minha gravidez, dela já saber quem sou. - Parabéns para vocês, que essa princesa venha com muita saúde!

Olho pro Lucas que acabou de sair da piscina e vejo ele encarando nós duas. Desvio minha atenção de volta pra ela e o olhar dela pra minha barriga destampada é focado demais pro meu gosto.

- Obrigada. Com certeza ela vai vir com muita saúde! - comento, colocando minha mão em frente a barriga como se fosse uma forma de proteção à ela.

- Posso encostar na sua barriga? - pergunta e eu a olho sem entender.

- Por que da pergunta se já não  encostou? - minha melhor amiga verbaliza a mesma coisa que pensei. Ela veio perguntar depois de já ter chego pegando na minha barriga. - Desculpa, é que pra nós grávidas é difícil.

- Sim, Aline. Eu não me sinto a vontade com pessoas colocando a mão na minha barriga, nem eu mesma tenho esse costume. - sou sincera. Não tenho o porquê de deixar alguma estranha colocar sendo que nem eu tenho isso. O pai dela até tem, mas ele é ele. - Eu até sai do seu contato pelo susto que levei. Dá pra entender?

- Tudo bem, entendo. Desculpa se sentiu ofendida ou algo do tipo. - pede, totalmente sem graça. Eu me sinto até um pouco culpada, mas não é como se isso estivesse tudo ok para mim. - É... vou indo nessa.

Ela sai e eu olho confusa pra Luísa. Eu reparo que até estava segurando a respiração no momento que meu peito desce liberando toda respiração.

- Ela é simpática, né? - Lu diz carrgado de deboche.

- É, ela é. Mas não entendi essa coisa de já saber tudo sobre mim. - comento. - Foi bizarro, irmã. Já chegou colocando a mão como se tivesse uma intimidade além.

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora