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JÚLIA.

A corrida do estilo de stock car tinha finalizado agora, o Lucas falou o nome certinho, mas nem lembro. Não estava entendendo nada, vez ou outra eu perguntava pra ele o que estava rolando, porque estava perdida real... aí ele na maior calmaria que é (obviamente estou sendo irônica), me explicava tudo certinho, aí eu conseguia pegar algumas coisas, o tal amigo dele chegou em segundo lugar e agora estamos descendo pra encontrar ele e almoçarmos. 

- Dá a mão aqui. - ele falou e eu estendi pra descermos os degraus até chegar no corredor que leva pra área externa. - Tá curtindo? 

- Não é pra aumentar teu ego não, mas até que tá sendo legalzinho, sabe?  Acho que tu mandou bem na escolha. - revirei os olhos e começamos a passar no meio das pessoas. O crachá que tava pendurado no meu pescoço passei na catraca, liberando minha entrada e voltamos a andar. - Não sabia dessas coisas, tô surpresa. 

- Mais tarde tem a corrida de motos, essa é a mais foda.

- Deve ser maior loucura, pensa só. Meu coração chega a errar as batidas só de pensar naqueles trambolhos que falta se transformar em transformers tudo junto na maior velocidade!

- Coé, não sabe o que tá perdendo. 

Entramos em um corredor e logo ele me deu espaço pra entrar em uma sala. Tinha uma galera junto ali, tava perdida real, esperei ele entrar na minha frente e ver o que era, mas logo já me toquei que era aquele tal amigo que falou pra mim, porque quando viu o Lucas já estava falando horrores.

- E essa aí atrás de tu, Lucas? Tá de coleira? - o carinha falou olhando pra nossas mãos e eu separei, nem tinha percebido que tínhamos dado elas de novo. - E aí, tudo bem? Sou o Marcos.

- Oi, sou a Júlia. - retribui o aperto de mão e ouvi o Lucas bufar, voltei a falar: - Somos só colegas mesmo. Ótima corrida Marcos, parabéns.

Queria me esconder, que situação péssima. Fui cumprimentar o restante que estava ali enquanto os dois conversavam e esperei eles, minha fome está estonteando. 

- Coleira o caralho. Trouxe ela pra novos ares, né não, problemão? - ele me olhou dando aquele sorriso de canto e eu só dei meio sorriso concordando. - Ainda vou fazer ela andar no kart.

Ele falou mais baixo enquanto eu mexia no celular e se foi proposital ou não já é outros quinhentos. 

- Se era pra eu não saber sinto muito, acabei de ouvir e minha resposta tu já tem, Lucas! - os amigos dele riram e eu senti o olhar dele em mim. - O que foi, lindo...? Só estou falando uma coisinha que você já deveria saber. Não vou pisar nesses kart nem me pagando. - estalei a língua e forcei o lindo na minha boca, como forma de deboche. 

- Conversamos depois, Júlia. - ele falou. Minha função a partir de agora será provocá-lo, o restante será hitória.

- Porra, gostei pra caralho dessa tua amiga, Lucão. Que isso... Inclusive informação de não estarem juntos...

Ele tava dando em cima de mim descaradamente, e eu estou amando ver as reações do Lucas diante disso, garoto falta partir pra cima. 

- Pô, já vamos partindo, ja é?! Vim só te parabenizar mesmo, molecote. 

- Nós sempre menor, maior prazer te ter de volta no RJ. Vai participar da corrida? 

- Que nada, o Adriano me chamou pra andar após a corrida, vou ver ainda essa parada. - despedi deles junto do Lucas e saímos pra ir almoçar. 

- Você já participou dessas corridas? - perguntei.

- Já, mas antes de me mudar. Sempre foi pela resenha mesmo, já chegou propostas pra ir pra profissional, mas nunca foi uma coisa além de hobby. 

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora