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JÚLIA.

- Você me busca então se meu irmão não estiver aqui, ele vai chegar agorinha. - olho no relógio do carro dele. - Na verdade já chegou, provavelmente vai vim pra cá. - falo pro Lucas. Acabamos de chegar da academia e preciso me arrumar pro rota mais tarde. - Te aviso, tá?

- Vai contar quando pra ele? Pô, bagulho chato esse de esconder.

- Em breve, eu só preciso alpopar o terreno pra dizer. - respondo. Eu de verdade não sei como pode ser a reação dele, mas torço muito para que não seja nada espalhafatoso. - Não vai ficar puto por causa disso, né?

- Não, problemão, não vou bolar, só tô dando o papo. Mas isso aí é paia... coé, fica escondendo as coisas, num posso fazer um nada. Se eu fosse irmão ia querer saber, pô.

- Fica sussu, preto. Não vou demorar, tá? - despeço com um beijo e quando vou sair do toque dou um resmungo pelo ardido que sinto. - Te envio mensagem se eu for com ele.

Desço do carro e entro pela portaria para ir pro meu apê. A conversa do Lucas tá na minha cabeça, e eu tô decidida a contar pra ele, e se depender de mim vai ser em breve, concordo que é chato não podermos fazer nada por eu simplesmente travar por medo do meu irmão. Não sei se ele pode achar ruim, surtar.

Entro em casa e vejo estar sozinha, sem sinal de Luísa ou do meu irmão. Tono meu banho e vou pra frente da minha penteadeira pra começar a me arrumar. Cerca de quinze minutos depois o barulho da porta da sala se abrindo se faz presente e duas vozes, da minha melhor amiga e do Caio. Eles entram no quarto dela e desde então não consigo entender nada, só ouço eles falarem uma coisa ou outra.

Quando estou na varanda mexendo no meu celular, meu irmão aparece de cabelo molhado, um short e a toalha jogada no ombro. Talvez a hora seja agora, porque eu quero muito ter momentos com o Lucas sem precisar ser no escuro, só nós dois.

- Senta aqui, eu quero conversar com você. - falo pra ele e dou espaço puxando uma cadeira pra ele se sentar na minha frente. - Só não surta, tá legal?

- Que porra tu aprontou, Júlia?

- Nada... Eu quero só dizer que estou me envolvendo com alguém. - solta uma risada e eu olho pra ele nervosa. - Tá rindo do que?

- Acha que não sei? - olho pra ele mais nervosa. - Pô, não sou cego não. Acha que não sei que rola a uma cota de tempo? Eu já vi ele te buscar, as câmeras lá da empresa, vocês se beijando, aquele dia lá em Búzios, outro em Saqua.

- Eu posso explicar, Caio.

- Explicar o que? - abriu os braços. - Eu não tô puto por você estar com ele, mas sim de tu me esconder essa parada. Tu sabe que pode confiar em mim, nunca fiz nada pra ter medo e precisar esconder os bagulho.

- Eu não ia esconder por tanto tempo, eu só precisava saber o que rolava. Fora que eu não sei como poderia ser sua reação, porque ele é teu amigo e você sempre falou pra fugir deles e tal...

- E o que rola? - pergunta. - Tu gosta dele?

- Gosto. - assumo. - Nós dois juntos até que nos damos bem. Ele só é muito calado e isso me deixa meia insegura, porque realmente não sei o que pode vim dele, mas eu quero saber lidar com isso.

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora