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LUÍSA.

Minha cabeça parece estar pesada, tanto é que as pontadas impossibilita eu mexer, tento levar minha mão na cabeça, só que não consigo porque eu sinto uma dor na palma da minha mão.

Abro os olhos lentamente e minha boca seca pede água. Não consigo enxergar nada além de uma luz forte, o cheiro meio estranho, meu estômago se revirando em ânsia. Uma mão toca em mim e coloca algo em meu colo, meu estômago se revira e eu solto todo o ácido.

Escoro e, dessa vez, consigo abrir os olhos, vendo duas cabeças na minha frente. Olho para o lado e tem uma bolsa de soro, que está sendo injetado em minha veia. Puta merda, eu só sai para beber.

- Lu? - a voz da Júlia me chama e eu faço sinal perguntando o que tá acontecendo. - Quer água? Alguma coisa?

Faço que sim com a cabeça e ela me entrega um copo. O Thiago só observa de longe, acompanhando os movimentos, sem dizer nada.

Tá, mas o que caralhos ele está fazendo aqui? Eu e a Júlia saímos para curtir porque nossos namorados decidiram ir jogar, a gente encontrou um amigo, bebemos e... depois?

- Por que eu tô em um hospital? - pergunto, meia desesperada. - Cadê o Caio?

- Ei, calma, loira. - ele fala e eu mexo a cabeça, o que faz doer mais. - Tu "extrapolou" na bebida e seu corpo rejeitou por... - a minha amiga da uma olhada para ele. - Caio tá lá embaixo, não deu para subir.

- Por? - pergunto querendo saber o que tá acontecendo. - Falem, eu quero saber o motivo de eu estar aqui.

- Irmã, espera um pouco, nós vamos falar, só estamos esperando o Caio ser liberado para subir para ele dar a notícia.

- Por que vocês não podem? - o Thiago tenta falar, mas eu interrompo antes mesmo de começar. - Sério, eu só quero saber o motivo, que merda aconteceu? Eu só lembro de ter virado uma dose e depois acordo em um hospital.

Eles se olham e a Júlia parece ponderar antes de concordar. Ela se senta na beirada da maca ao meu lago e pega na minha outra mão.

- Você desmaiou após beber, você ingeriu uma quantidade grande de álcool que afetou na sua... é, como posso dizer? Na sua...

- Meu Deus, que enrolação.

- Lu, você tá grávida.

Puta que pariu. Que balde de água fria.

- Grávida? - eu pergunto e eles concordam. - Eu...eu não me cuidei e posso ter afetado o bebê? Meu Deus...

- Calma, não era pra notícia ter sido dada assim. - Thiago fala. Eu tô grávida. - Mas parece que tá tudo bem com o feto, não aconteceu nada.

- Quanto tempo eu estou?

- O médico disse que pode ser entre um a dois meses. É bem recente. - Júlia responde e a porta se abre, mostrando meu namorado.

- Então tem chance... - sussurro.

O Caio cumprimenta os dois e vem até mim, dando um beijo na testa. Pego na mão dele e levo até minha barriga. Puta merda, tem um bebê aqui!

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora