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JÚLIA.

Despertei do meu sono e tentei me espreguiçar, mas a perna entrelaçada na minha e o braço forte que me prendia em uma meia conchicha não deixou. Meu corpo tá meio dolorido e bem marcado, pelo o que consigo ver pela meia luz que meu quarto está, parece que algumas horas atrás estávamos sedentos por um sexo sujo.

Ele sem dó nenhuma e eu sem vergonha na cara pedia mais, parecia que estávamos possuídos. Consigo me desfazer do seu toque, que me prendia com certa força, vou pro banheiro e sento na privada pra fazer meu xixi e sinto arder tudo, chegando a me fazer resmungar por sentir essa dor que parecia fogo.

Entro no chuveiro e coloco a ducha no quente para relaxar meus músculos. A água cai e escoro na parede sonolenta ainda, pego meu shampoo e começo a lavar meu cabelo que estava pedindo socorro pela quantidade de nó. Deixo agir a máscara de hidratação e vou fazendo o restante das minhas higines, volto pra debaixo d'água e logo que termino já volto pro quarto frio por conta do ar-condicionado que está numa temperatura bem baixa, mas que parecia nem fazer efeito quando eu e eles estávamos transando.

Coloco a blusa dele que achei ali no chão, passo meu hidratante e antes de sair do quarto dou um beijo na ponta do seu nariz. Vou para a mesa que tem no centro do meu apartamento e abro meus arquivos para agilizar assuntos que eu e o Felipe ficamos de resolver amanhã cedo, já que não tinha nada para fazer. Respondo algumas mensagens que estavam pendentes no meu whatsapp e instagram, inclusive uma delas é para fazer publicidade para uma casa noturna que irá abrir em breve, mas por ser relacionado a trabalho deixo para amanhã cedo.

Um celular que não é o meu começa a vibrar ali na mesa de centro da sala, mas eu ignoro por não ser meu. Volto a focar no meu arquivo, só que dessa vez da faculdade, alterando o que precisava conforme minha orientadora analisou e adicionando novas informações.

O barulho de uma porta se fechando me faz lembrar que não estou sozinha e que provavelmente é o Lucas que acordou. Passa alguns minutos e ele aparece no corredor que tem só de cueca, se sentindo super a vontade, o cheiro de banho recém tomado se faz presente no ar e logo ele se encaminha para o meu lado.

- Fazendo o que, preta? - pergunta e dá um beijo no canto da minha boca. Eu ainda não me acostumei dele me chamando assim. Mesmo que eu também, as vezes, chame ele de preto.

- Meu TCC. - respondo e ele se senta ao meu lado, prestando atenção no que escrevo. - No final desse semestre eu descubro se serei aprovada ou reprovarei na faculdade.

- E qual é o teu tema? - pergunta interessado.

Ajeito minha postura na cadeira confortável e tiro o cabelo molhado do meu rosto antes de começar a falar.

- Publicidade e novas formas de comunicação na conquista de evidência.

Respondo e eu começo a explicar mais ou menos do que se trata, ele fica prestando atenção, mas é perceptível que não está entendendo nada. Tanto é que de uma hora pra outra ele pede para eu continuar quando ele buscar a maconha dele não sei em que lugar. Ele fala pra irmos pro lado de fora para a casa não ficar com o cheiro forte e eu me sento no seu colo, colocando meu computador apoiado na minha perna e sentindo um carinho dele na minha perna.

Continuo a explicar conforme as perguntas dele surge, e essa conversa me fez ter ótimos tópicos para serem colocados e desenvolvidos posteriormente, mesmo que ele pareça não estar entendendo nada, suas perguntas me trouxeram ótimos repertórios.

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora