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LUCAS.

Vai tomar no cu! Saí até de perto pra não me estressar com essa parada. Malucão ele achando que é bonito mandar mulher dos outros dançar. E foda-se também que eu e a Júlia não estamos mais juntos.

Só nós dois sabemos, e sei lá se tem mais gente. Mas aquele pau no cu não sabe, isso eu tenho certeza, então pra ele a Júlia ainda namora, e é o mesmo pela saco que deixou a mão quase que na bunda dela pra tirar uma foto. Então minha raiva por ele só aumenta.

Bufo, já com a cara esquentada. Nem deveria ter aparecido aqui, mas os filhos da puta dos moleque aloprou legal pra eu piar e eu vim. Aí quando chego é essa mandada dançando até o chão, com uma saia curta e uma daquelas blusa que o decote deixa os peitos dela bem avantajado, é esse mosquito do caralho dedicando música. E é ela na desgraça da minha cabeça, porque qualquer lugar que eu vou ou que faço ela tá presente de alguma forma.

Vou meter os pés pelas mãos legal agora. Não vai mais ter conversa, não vai ter mais nada. Agora é filho e só.

- Tu vai ficar calado mesmo? - Otávio pergunta.

- Ah, vou fazer o que? Proibir ela de dançar, expulsar esse moleque? - falo grosso. Tô bolado pra caralho.

- Qual é, na boa, maneira aí. - nego com a cabeça, indignado.

- Papo com ele vai ser em breve, espera só. - acendo um cigarro, já soltando a fumaça pro alto. - Feião. Parece um mosquito e se acha o bambambam.

Trago e solto mais uma vez. Procuro ela de volta com o olhar e a vejo no canto rindo pra caralho pra alguma coisa besta que um dos cara que trabalha lá na agência.

- Quem é aquele ali? - cutuco o Felipe, apontando pra onde estão. Bebo da cerveja e encaro essa mandada, que agora vira o olhar bem pra mim.

- O Rafael. - responde. Desvio pra ele que me responde. - Mas pode relaxar, parceiro, ela odeia ele.

- Foda-se, agora ela é solteira, né?

- Ainda não coloquei fé em vocês dois com esse papinho, ainda mais agora com essa criança no meio.

Meu amigo fala. Olho ao redor e não tem nada que me chama a atenção, quero é ir pra casa já, mas eu só vou quando ver que está tudo certo de eu ralar peito.

- Pô, é isso aí mesm... - paro de falar bem na hora quando vejo aquele otario chegar aqui onde estamos. Especificamente nela. - Vai se foder, o que esse moleque tá fazendo aqui?

Pergunto. O Felipe vira pra onde estou olhando e solta um risada desgraçada.

- Ué, não é vocês que estão separados? - pergunta, sarcástico. Dou o dedo do meio pra ele. - Ele é amigo do Rafael também, deve ter sido ele que chamou. Não sei.

Estão cheios de toques, sorrisos. Uma ceninha ridícula, até parece que ela está feliz com alguma coisa.

- Lucas, eu juro que estou tentando mudar a cabeça da minha amiga sobre vocês, em relação a gravidez e tudo mais. Mas vai ser difícil! - Luísa aparece do nosso lado, falando pra caralho já. - Gosto muito de vocês dois juntos, mas agora é hora de cada um seguir, sem ficar nessa patifaria de não fazer as coisas.

- Loira, o negócio é bem mais embaixo.

- Concordo com ele, Luísa. - Felps puxa ela pra um abraço. - Os dois tão numa situação delicada.

NASCER DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora