Um convite para um vinho

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Felix acordou na manhã seguinte com uma sensação estranha, como se algo ou alguém tivesse estado em seu quarto enquanto dormia. A luz fraca do amanhecer filtrava pelas cortinas, dando ao quarto um brilho suave e etéreo. Ele se sentou na cama, tentando dissipar a névoa dos sonhos perturbadores que teve durante a noite.

Levantando-se, ele se vestiu rapidamente e decidiu explorar mais do castelo, sentindo que estava perto de descobrir algo importante. Armado com sua lanterna e uma determinação renovada, Felix saiu do quarto e começou a vagar pelos corredores silenciosos e imponentes.

Ele passou por várias salas, cada uma mais grandiosa que a anterior, até que chegou a uma ala do castelo que ainda não havia explorado. As paredes aqui eram adornadas com tapeçarias antigas e quadros que retratavam a história de Hălăucești e seus antigos habitantes. Felix examinou cada detalhe, procurando qualquer pista que pudesse levá-lo à relíquia mencionada por Chan.

Finalmente, ele chegou a uma biblioteca secundária, uma sala menos imponente do que a biblioteca principal, mas ainda assim repleta de livros antigos e empoeirados. Felix começou a folhear alguns volumes, esperando encontrar alguma referência à relíquia ou ao próprio Hyunjin.

Enquanto mexia em uma prateleira, um livro particularmente velho e desgastado chamou sua atenção. Ele puxou o livro, notando que a capa era de couro preto com inscrições douradas quase apagadas pelo tempo. O título estava escrito em uma língua antiga que Felix não reconheceu imediatamente, mas o símbolo na capa — um círculo com uma cruz no meio — parecia familiar.

Felix abriu o livro com cuidado, suas páginas amarelas e frágeis exalando um cheiro de antiguidade. Ele começou a ler, os olhos se arregalando ao perceber que havia encontrado um diário de um dos antigos monges que viveram no castelo séculos atrás. O diário mencionava uma arma sagrada, criada para destruir criaturas das trevas, escondida nas profundezas do castelo.

Ele leu com avidez, cada palavra aumentando sua excitação e ansiedade. As instruções eram vagas, mas indicavam que a relíquia estava escondida em uma câmara secreta, acessível apenas por um mecanismo oculto na biblioteca principal.

Com o coração acelerado, Felix deixou a biblioteca secundária e correu de volta para a biblioteca principal. Ele examinou as estantes, procurando algum indício do mecanismo mencionado no diário, mas não teve sucesso.

— O que está fazendo? — uma voz soou da porta, assustando Felix.

Felix encarou Hyunjin, que estava apoiado na porta, as mãos nos bolsos da calça e a cabeça levemente inclinada para o lado. Seu olhar era de curiosidade e um tanto de frieza.

— Procurando livros — Felix disse, colocando uma mão na cintura — Não posso?

Hyunjin riu levemente, entrando na biblioteca e caminhando pelas prateleiras para Felix.

— Claro que pode, só me admira o seu desespero em procurar — Hyunjin parou em frente a ele — Parece até que está com pressa.

Felix pensou em dizer que sim, estava com pressa, queria achar logo aquela relíquia e sair daquele castelo o mais rapido possível antes de sucumbir aos charmes do príncipe.

— Não sei do que está falando — Felix murmurou.

Hyunjin continuou com o sorriso satisfeito nos lábios e ergueu a mão para afastar uma mecha loira que caia no rosto de Felix. Felix arrepiou apenas com esse simples gesto.

— Vamos tomar um vinho esta noite — Hyunjin disse — Vá ao meu quarto às 23 horas.

Felix sentiu as pernas tremerem um pouco diante daquele convite. Ir ao quarto de Hyunjin era uma cilada... uma cilada tentadora e perigosa.

— Não é uma boa ideia — Felix disse.

— Vamos — Hyunjin incentivou — Não irá se arrepender.

E dito isso, Hyunjin saiu da biblioteca, deixando para trás um Felix confuso e atordoado.

Night shadows - HyunlixOnde histórias criam vida. Descubra agora