Eu Recebi Seu Ticket, Quer Dizer, Kit

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Eu Recebi Seu Ticket, Quer Dizer, Kit

A manhã amanheceu cinzenta em São Paulo, e Gabriel estava em seu escritório improvisado, cercado por papéis, anotações e uma xícara de café quase fria. Ele revisava a programação dos projetos que havia iniciado com os meninos da favela, quando uma mensagem piscou na tela do seu celular. Era um aviso de que um kit que ele havia pedido para ajudar os jovens chegara.

“Eu recebi seu ticket, quer dizer, kit”, escreveu a mensagem de Ana Beatriz, acompanhada de um emoji de sorriso. A ideia de um “kit” não era apenas uma brincadeira sobre a confusão de palavras; era um conjunto de materiais que ele havia solicitado para criar oficinas de música, arte e até de culinária com os garotos. Gabriel sorriu ao lembrar de como Ana Beatriz se tornara uma aliada valiosa, disposta a ajudar os meninos e a dar uma nova perspectiva ao projeto.

“Vamos abrir?” ele respondeu rapidamente, sentindo a adrenalina crescer. Ele sabia que os materiais que chegariam eram fundamentais para dar vida ao que havia sonhado.

Minutos depois, Ana chegou, carregando uma caixa grande, e não parecia nem um pouco desapontada com o peso. “Isso aqui é só o começo, hein? Vamos fazer história!”, disse ela, com um brilho nos olhos.

“Então vamos ver o que temos aqui”, Gabriel disse, puxando a tampa da caixa e revelando um tesouro de instrumentos musicais, materiais de arte e alguns livros inspiradores. Havia até algumas camisetas com a frase “Orgulho de ser da favela”, que Gabriel sabia que ia ser um sucesso entre os meninos.

“Olha isso! Temos tudo o que precisamos para começar a fazer barulho, literalmente!” ele exclamou, segurando uma guitarra elétrica com um sorriso de orelha a orelha.

“E você achou que isso ia ser só um ticket?”, Ana riu. “Esse kit é uma forma de mostrar que estamos aqui para fazer a diferença, que a favela tem potencial e que ninguém precisa se esconder. Vamos usar isso para empoderar essa molecada.”

Gabriel sentiu uma onda de motivação. “Você tá certa. Vamos fazer um evento, algo grandioso para apresentar tudo isso. A gente pode chamar a comunidade, mostrar que a arte e a música podem ser uma saída. Além disso, podemos inspirar mais jovens a se juntarem a nós”, ele propôs, já se imaginando organizando a festa.

“Sim, e podemos trazer outros artistas que vieram de lugares parecidos, que mostram que é possível chegar longe. O povo precisa ver que a favela é um lugar de talentos”, Ana completou, sua animação contagiando Gabriel.

Juntos, eles começaram a planejar o evento. Com o kit em mãos e a motivação a mil, eles ligaram para os meninos, que imediatamente começaram a espalhar a notícia. A expectativa crescia e a energia da comunidade começava a pulsar.

Nos dias seguintes, Gabriel e Ana trabalharam incansavelmente, organizando a estrutura do evento, convidando artistas locais e preparando os meninos para se apresentarem. Havia ensaios diários, risadas, e um sentimento crescente de união.

Quando o dia do evento finalmente chegou, o lugar estava vibrante. As ruas da favela se encheram de vida. Os meninos se apresentaram com garra, mostrando seu talento e paixão. Gabriel estava no palco, observando tudo com orgulho. Ele pensou sobre como aquele “kit” tinha se transformado em algo muito maior do que ele imaginara. Era uma oportunidade de mostrar ao mundo que a favela não era apenas sinônimo de dificuldade, mas também de talento, força e resiliência.

A música ecoava, e a multidão se movia em sintonia. Os rostos de alegria e esperança brilhavam sob a luz do dia, e Gabriel percebeu que ali, naquele momento, ele não estava apenas ajudando os meninos. Ele estava criando uma comunidade, um espaço onde todos podiam sonhar e ser ouvidos.

“Cê viu? Isso é só o começo”, ele disse a Ana, enquanto olhavam a cena com sorrisos nos rostos. E assim, a jornada de Gabriel e dos meninos da favela continuava, impulsionada pela força da arte e pelo desejo de mudança.

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