Capítulo: Eu Vou Voltar de Cabeça Erguida
Eu vou voltar de cabeça erguida. Não importa onde a vida me leve ou quão longe eu chegue, a favela vai estar sempre no meu peito, pulsando como um coração que nunca para. Essa é a minha verdade, a realidade de quem se constrói no meio do caos. Eu não tenho vergonha de onde vim, porque é isso que me fez forte. A cada passo, a cada conquista, eu carrego a história de quem lutou e ainda luta todos os dias.
Quando eu digo que vou voltar, não é só uma questão de voltar às raízes. É uma promessa de que vou retribuir tudo que a favela me deu. Eu aprendi a arte de ser resiliente, a não desistir, mesmo quando tudo parece perdido. Eu sou filho das ruas, e cada esquina tem uma história, cada sorriso escondido uma luta silenciosa.
A favela não é um estigma, é um lugar de aprendizado, um templo de resiliência. Eu vi muitas vidas ali, cada uma com suas lutas e suas vitórias. O que eu quero é voltar e usar minha voz pra amplificar as histórias que muitas vezes ficam caladas. Porque lá, onde a gente ri e chora junto, a vida é real, sem filtros, sem glamour.
Eu vou voltar e vou ser um espelho pra aqueles que ainda estão lá. Mostrar que é possível sonhar e realizar. Que dá pra sair do gueto, mas nunca esquecer de onde você veio. E se eu puder, vou ajudar a abrir portas pra quem ainda está preso nas correntes da desigualdade. Porque a gente sabe que as oportunidades são poucas, e quem tem um pouco a mais deve dividir.
Vou retornar praquelas ruas com um novo olhar. Não como o menino que partiu, mas como um homem que sabe o que é lutar. E cada vitória que eu conquistei fora da favela será um lembrete de que tudo é possível, desde que você tenha fé e disposição pra trabalhar duro.
Eu quero ver as crianças sonhando alto, acreditando que podem ser qualquer coisa, até mesmo mais do que eu. Porque a favela é um celeiro de talentos, e cada um deles merece uma chance. Quero ser o exemplo de que o sucesso não é um sonho distante, mas uma realidade que pode ser alcançada.
Então, se um dia me perguntarem se eu tenho medo de voltar, eu vou responder com certeza: “Não, eu vou voltar de cabeça erguida, porque a favela me ensinou que cada cicatriz é um símbolo de luta e que cada lágrima derramada é uma gota de força.”
O gueto é meu lar, e a minha história vai ser contada. Eu sou parte dele, e ele é parte de mim. Essa é a conexão que nunca se quebra. E quando eu voltar, vou fazer isso com o coração aberto, pronto pra mostrar que, não importa quão difícil seja, sempre existe uma saída. Porque, no final das contas, a vida é uma luta, e eu sou um lutador.
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Negro DRAMA
Fiksi Sejarah"O Peso do Silêncio" é um romance visceral que mergulha nas profundezas da vida na periferia, inspirado no icônico "Negro Drama" dos Racionais MC's. A história acompanha Gabriel, um jovem negro que luta contra o sistema opressor que já o condenou de...