Durante duas semanas, a paz reinou na mansão Schreave. O curativo de Maxon cicatrizou com perfeição, perante aos cuidados de America. Essa vinha comendo excessivamente, e seu gosto havia mudado radicalmente.
America: Está pronto - concluiu, dispensando o curativo dele. Os pontos já haviam sido tirados. Ele estava bem.
Maxon: Obrigado - agradeceu, passando a mão no cabelo. Finalmente, livre daquele curativo.
America: Volte pra ela, agora - disse, calma, enquanto fechava a caixinha de primeiros socorros.
Maxon: Tudo volta a ser como antes, então? - perguntou, olhando-a.
America: Você escolheu assim - respondeu, dura - Não se preocupe, vou cuidar para que Aspen não atire mais nada contra você - se levantou - Com licença - saiu, deixando-o sozinho com seus pensamentos.
America foi a cozinha. Estava com um desejo enorme de comer figos. Maxon ficou quieto, mas logo se levantou, e começou a se arrumar. Kriss devia estar uma arara, pensou, enquanto saia. E ela estava. Gritou com ele, esbravejou, mandou-o embora. Ele apenas observou ela e esperou que sua fúria diminuísse, sentindo falta da paz e da quietude de casa. Por fim, não aguentou.
Maxon: Kriss, o que queria que eu fizesse? - perguntou, cansado - Eu estava lá, preso à cama. America ia tirar você de lá a força! O que quer que eu faça?
Kriss: Se divorcie dela - exigiu, séria - Devolva ela pro pai.
Maxon: O quê? - perguntou, incrédulo.
Kriss: Devolva ela pro pai - repetiu - E então vamos embora daqui, só nós dois - sorriu, animada com a idéia.
Maxon pensou em America, sendo devolvida. Conhecia Shalom. Divorcio não era algo tão simples naquela época. Ela seria discriminada, maltratada. Sem contar que o pai a mataria, por alto. A humilhação era enorme.
Maxon: Eu não posso - disse, sem pensar. Era o que sentia.
Kriss: Porque não? - perguntou, se irritando novamente.
Maxon: Ela não merece. Não queria se casar comigo - se lembrou das tentativas de America a persuadi-lo a desistir do casamento - Não vou expor ela a essa humilhação.
Kriss: Qual o seu problema? - quase gritou - Vai defender ela agora?!
Maxon: Sinceramente, eu vou embora. Vou trabalhar, é o melhor que eu faço. De noite volto e eu espero que você tenha parado de gritar. Caso contrário, vou para casa - concluiu, curto e grosso. Odiava que ficassem gritando com ele. Não era criança.
Ele estava indo pro trabalho, mas mudou de idéia. Puxou as rédeas do cavalo e mudou de direção. Tecnicamente voou até em casa. Precisava falar com America. As coisas não podiam ser assim.
Aspen: America, deixa de ser teimosa - insistiu, correndo atrás dela, que ria - Sabe que quando eu quiser, alcanço você - disse, calmamente, enquanto corria atrás da ruiva.
America: Duvido - desafiou, rindo, enquanto se acabava de correr.
Então, num pulo, Aspen estava colado a ela. Ele a abraçou pela cintura e a ergueu do chão, America riu gostosamente.
Foi essa a cena que Maxon viu de longe, ao chegar em casa. Então era isso. Ele voltava pra casa, disposto a conversar, e ela estava lá, se divertindo com Aspen. Sua expressão era fria quando ele puxou as rédeas do cavalo, pra sair. America e Aspen não o viram. Porém, ele tampouco foi trabalhar.
Kriss: Maxon! - constatou, surpresa - Ah, me perdoe! Eu fui prematura, infantil, eu pensei que... - interrompida.
Ela não conseguiu terminar. Maxon, com a expressão dura, como quem está sentindo uma dor fuminante, segurou o rosto dela com as duas mãos e a beijou possessivamente. Ela riu de alivio, e o abraçou pela cintura. Logo os dois desabaram na cama, com ele por cima dela, e estava tudo perdido, novamente.
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Meu pecado
RomanceAmerica e Maxon foram destinados por seus pais a se casarem. Ele era apaixonado por outra e ela não estava preparada para assumir um casamento com um dos filhos da familia mais famosa da cidade. Entretanto, mesmo sofrendo muito nas mãos de Maxon, Am...