Sem direito a ordens

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America sorriu. Conhecia aquela voz de longe. E sabia que quando virasse, alguém de olhos verdes estaria ali.

 America: Na verdade, é da Marlee – sorriu.

Aspen: Sério? – provocou.

Marlee: Mentira! – grasnou, com vergonha. America e Aspen riram em coro – America, eu vou matar você! – ela pegou um cabide e partiu pra cima de America, que correu pra trás de Aspen, rindo. Ele, que tremia de rir, cobriu o rosto com os braços, enquanto Marlee tentava passar por ele.

Só que o riso de America e Aspen alcançou Maxon, que passava com Kriss pela porta da loja. Ele virou o rosto, e sua expressão congelou ao ver o irmão protegendo a mulher, que se agarrava a cintura dele, rindo. As pessoas da loja achavam graça da brincadeira. Mas Maxon não gostou.

Maxon: Sabe... eu estava pensando...

Kriss: Em que? – virou-se pra ele.

Maxon: Seu pescoço... – fez cara de pensativo.

Kriss: O que tem? – passou a mão no pescoço, confusa.

Maxon: Merece um colar. Diamantes – o rosto de Kriss se iluminou com um sorriso enorme – Porque você não vai até ali, - ele apontou para joalheria – E escolhe um colar? Mas eu quero um grande, bonito – Kriss assentiu, radiante, e após selar os lábios com os dele, o obedeceu.

Maxon sorriu olhando a morena se afastar, feliz. Depois voltou-se pra loja onde America estava. Ele já não sorria. Nessa altura Marlee já parara de tentar acertar a irmã com o cabide. Agora olhava seu vestido verde de novo. Aspen estava distraído, dando sua opinião a Marlee. America estava distante dos dois, parada perto de um grande espelho, ajeitando seu vestido. Maxon marchou até ela impacientemente.

Maxon: Pensei ter te dado ordens de não sair da mansão – observou, chegando a ela. America ergueu o rosto, e quando viu ele, seu sorriso foi morrendo lentamente – Esqueceu?

America: Querido, eu me lembro de tudo o que você me disse – comentou, calma, tirando um amasso que Marlee deixou no tecido preto – Inclusive das palavras que anularam todo o resto – ela ergueu os olhos, duas pedras de gelo azul, pra ele.

Maxon: E então?

America: Estou com Marlee e Aspen. Vim com eles, vou voltar com eles. Espero, sinceramente, que você não tenha imaginado que eu ia ficar trancada em casa – ela pegou a camisola que oferecera a Marlee, e moldou no corpo, com uma careta. Era berrante demais.

Maxon: Não me desafie – ameaçou.

America: Não me subestime – rebateu, virando-se pra ele.

Maxon: Deve obediência ao seu marido. O que você está fazendo vai contra a lei de Deus – comentou, debochado.

America: Você está me traindo com um fantasma. Isso sim é pecado – disse, sorrindo de canto. Maxon riu.

Maxon: Ninguém nunca o cometeu – observou, sorrindo, divertido.

America: Então é um Pecado original, mas ainda assim é um pecado – concluiu, calma.

Maxon: Você é tão frágil. Frágil demais para o que está desafiando – comentou, erguendo a mão pro rosto dela. America se esquivou rapidamente.

America: Por favor – evitou, com expressão de nojo. Maxon sorriu, triunfante, com a náusea dela.

Maxon: Vá pra casa. Agora – ordenou, ainda sorrindo.

America: Eu irei. Mais tarde. Ainda tenho muito a fazer aqui – ela passou a mão na sobrancelha, e o prata com o dourado da aliança dela agrediu o olhar dele.

Maxon: America não me provoque – ele já não sorria.

America: Onde está sua dama, Maxon? – perguntou, com a expressão intrigada, olhando em volta. Maxon riu.

Maxon: Na joalheria – informou, divertido.

America: Vá até lá, e dê ordens a ela – sugeriu, sorrindo, tranquila, e pôs-se a sair, mas ao passar por ele, parou – A propósito, você está fedendo a perfume vagabundo – avisou, e saiu, tranquila. Maxon riu de leve e observou a mulher desfilar até o irmão.

Aspen: Ele te incomodou? – perguntou, pronto pra partir pro irmão.

America: Não mais que o normal – respondeu, calma – Marlee, dá certinho no seu corpo – avisou, entregando a camisola de novo.

Marlee: Que? – virou-se, distraída – Que raiva!  – America e Aspen caíram no riso – Me dá isso aqui! – pediu, estressada. America, rindo, passou a peça a ela. A irmã jogou a peça longe, e em seguida atirou o cabide nela de novo. Aspen puxou America pra si bem na hora que o cabide ia acerta-la, e a ergueu do chão.

Aspen: Pra quê tanto rancor no coração? – perguntou, vermelho de tanto rir.

Marlee: Não conheço vocês dois – finalizou, chamando o vendedor pra embalar o vestido verde que estava namorando.

Maxon observava a cena ao longe, com as sobrancelhas franzidas, e o maxilar trancado. America estava feliz. Isso não o incomodava. Mas ela estava feliz... com Aspen. Isso mudava completamente a situação. Ele observou a ruiva abraçada ao irmão, rindo. Rosnou de raiva, mas resolveu deixar isso pra lá, por enquanto. Kriss o esperava.

Meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora