Voltando as ordens

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Carter: Agora escutem aqui, vocês dois - rosnou, raivoso, enquanto segurava Aspen, que mais uma vez tinha brigado com Maxon. Dessa vez Carter interferiu antes que os dois se embolassem, mas por pouco - Já chega dessa situação. Vocês se matarem não vai mudar o que já foi feito. Eu não quero ter que tomar medidas sérias em relação a isso. Vocês dois não são mais crianças. Entendidos? - perguntou, sério, e ninguém ali teve coragem de desafiar a ira do irmão.

Todos juntos, terminaram de tomar o café. Benjamim, para resumir, estava adorando ficar na casa de Maxon. Tinha Marlee, de quem ele gostava bastante, e era excitante assistir as brigas de Maxon e Aspen. Após tomar café rapidamente, Aspen preparou uma bandeja para America e saiu da sala.

Aspen: Bom dia - disse sorrindo, ao entrar no quarto da ruiva.

America: Bom dia - respondeu, sorrindo abertamente para ele.

Aspen ajudou America a se sentar. Logo ela tomava café ao lado dele, e as vezes até conseguia rir.

Aspen: Eu vou precisar sair, tenho que resolver uns problemas - o sorriso de America se fechou - Não fique assim - ele acariciou o rosto dela - Antes do almoço estarei de volta - sorriu torto, e America esqueceu do que estava reclamando.

Os dias foram se passando. O empregado que Aspen mandou a Angeles voltou, trazendo uma caixa do creme que foi buscar.

Aspen: Olha o que eu trouxe - disse entrando com o pote com um gel transparente.

America: O que é isso? - perguntou, olhando-o da cama.

Aspen: Segredo - ele não queria dar a America a idéia de que ela possivelmente fosse ficar marcada. Só faria isso em última instancia.

Quando ele abriu o pote, um cheiro forte pairou pelo ar. Lembrava menta, hortelã, ela não sabia direito, mas ardia no nariz. America cerrou os olhos quando Aspen abriu o feixe traseiro da camisola, deixando suas costas nuas.

Quando a mão dele, coberta pelo gel, tocou a mesma, ela esperou pela dor, mas ao invés disso o que veio foi alívio. Ela abriu os olhos devagar, ainda sentindo. A mão de Aspen era fria sobre sua pele, mas o próprio creme amortecia a dor.

Aspen: E então? - perguntou olhando ela, ansioso - Dói?

America: Não - disse, sentindo o alívio que vinha das mãos dele - É bom - Aspen sorriu.

Aspen: Ficará boa em breve, minha Meri. E voltará a correr feliz no seu cavalo, do jeito que eu gosto de te ver - America sorriu, fechando os olhos.

O tempo continuou passando. America foi melhorando relativamente. Suas costas já estavam praticamente cicatrizadas. Só haviam umas marquinhas leves, que ao passar do tempo foram sumindo, graças ao empenho de Aspen.

Maxon passava as noites velando seu sono, sem que ela soubesse. O médico voltou a visita-la, e recomendou que ela passasse um pouco do tempo deitada com a barriga para cima, para não prejudicar a pele, abafando-a todo o tempo. Era assim que America estava agora.

A chuva, o vento e os trovões dançavam lá fora. Ela estava deitada de barriga para cima, com os cabelos esparramados pelo travesseiro, e os braços ao lado do corpo. O quarto estava escuro, Aspen já havia ido dormir. America estava pensando sobre Maxon, sobre o que fizera com ela, sobre Kriss, sobre a adoração na voz dele quando chamava por ela.

A injustiça era tão grande! America não tinha culpa, não pediu por esse casamento. E ainda, de brinde, Maxon quase mata ela por ter descoberto o maldito terceiro andar. O ódio tomou conta dela.

E então uma dor diferente tomou-a. Era uma dor que cobria todo o seu corpo, desde as raízes do seu cabelo até os dedos dos seus pés. Uma dor semelhante a de um hematoma sendo pressionado. America ofegou, franzindo a sobrancelha.

Ainda de olhos fechados, flexionou a mão, porém descobriu que doía ainda mais. Passaram-se horas assim. America pensou que finalmente a morte tinha vindo lhe buscar, e teve ainda mais ódio. Que motivo idiota para se morrer! Mas então, quando o dia foi amanhecendo, a dor foi passando, aos poucos. Ela abriu os olhos.

Tudo parecia bem mais definido, agora que ela já tinha sua cabeça resolvida

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Tudo parecia bem mais definido, agora que ela já tinha sua cabeça resolvida. Odiava Maxon. Ele iria pagar.

O céu começava a se clarear, e ela se levantou. De onde arrumou forças, nem ela mesma sabia. Caminhou até o espelho. Se admirou de como estava. Antes teria se espantado, mas hoje se admirou. Seus cabelos não tinham mais um cacho.

Eram apenas lisos, sem nenhuma volta, caindo pelas costas

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Eram apenas lisos, sem nenhuma volta, caindo pelas costas. Sua pele não tinha vida, era branca como a de um morto. Branca, como a de Maxon. Seus olhos eram de um azul frio, e era como se tivesse raspas de gelo por dentro. Porém, estava linda, pensou amargurada, consigo mesma.

 Porém, estava linda, pensou amargurada, consigo mesma

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Meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora