Apaixonados

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E assim, o feriado chegou. Miriam e Benjamim acordaram cedissimo, atônitos. Todo mundo estava ansioso para ir na cachoeira, mas ninguém tanto quanto eles dois. Kile, para ajudar com o furdunço, danou-se a berrar.

America: Hum... - se espreguiçou, acordando.

Maxon: Bom dia - desejou, rouco, acordando. America balançou a cabeça negativamente e se apertou a ele, morrendo de preguiça de levantar - Vamos, minha querida, acorde.

America: Não quero - murmurou contra o peito dele, manhosa.

Maxon: Eu também não, mas precisamos - ele olhou o relógio perto da cama - Se bem que ainda é cedo. Fica aqui, eu vou acalmar os três.

America: Não - ela prendeu ele em seu abraço. Maxon riu - Tá, vai la -  soltou ele de mal gosto, virando-se pro outro lado.

Maxon: Não faz esse bico - pediu, beijando a pele do ombro dela.

America: Não demora - pediu, se encolhendo. Maxon assentiu e se levantou.

America despencou em seu sono assim que o barulho parou. Não sentiu quando o marido voltou pro seu lado, e a beijou de leve. Só acordou uma hora mais tarde, quando o barulho recomeçou. Mas Maxon não estava lá. Em seu lugar havia um enorme buquê de rosas vermelhas, uma pequena caixinha de veludo, e um cartão alvo. Ela se sentou, e abriu a caixinha.

Dentro havia um anel prateado, fino, com diamantes a sua volta

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Dentro havia um anel prateado, fino, com diamantes a sua volta. Mas era diferente. Tinha uma abertura na parte superior. America franziu a sobrancelha. No céu da caixinha preta havia uma frase branca: "Para aquilo que se quer para sempre." America olhou a aliança em sua mão esquerda. Sorriu, e colocou o anel no anular esquerdo, o mesmo dedo da aliança. Encostou os dois anéis delicadamente, e eles se encaixaram. Ela pegou o cartão, e lá havia apenas uma frase: É um contentamento descontente. Ela olhou as flores, e sorriu mais ainda. Ficou ali, observando o anel, por vários minutos. Mas depois se levantou. O dia dos apaixonados ainda precisava ser vivido.

Então, as oito da manhã, os Schreave saíram de casa. Demorou mais ou menos uma hora até chegarem lá. Marlee usava uma roupa de banho branca, America, um maiô preto, de costas nuas e decote em V, avançado para sua época, Miriam roupa de banho rosa. Os homens usavam bermudões de banho, inclusive o pequeno Kile. O lugar era lindo. Tinha uma fileira de árvores em volta. A cachoeira era enorme. Se America tinha alguma idéia de paraíso, era aquilo. Anne lhes preparou uma cesta de piquenique, e Marlene pôs-se a arrumar as coisas em cima de uma toalha quadriculada. Benjamim e Miriam correram para água. Kile estava sentado no colo de Carter, que estava encostado em uma árvore. Maxon estava encostado em outra, olhando a mulher.

America: Ei, não me olha assim! - reclamou, puxando o rosto dele para si. Ele olhava o corpo dela, coberto pelo maiô, com o olhar cobiçoso. Maxon riu do embaraçamento da esposa.

Maxon: Qual o problema? - perguntou, sorrindo para ela.

America: Todos os problemas - rebateu, fazendo bico. Maxon beijou o bico dela, que sorriu - Adorei o presente - agradeceu.

Maxon: Eu estava procurando um presente. Mas eu vi você com esse anel quando achei ele -  pegou a mão esquerda nela, onde os dois anéis estavam juntos

America: Abre a boca - ela pegou um morango numa taça que estava perto de si. Ele ergueu a sobrancelha - Vamos lá! - insistiu, com o morango na mão. Maxon entreabriu os lábios, de muita má vontade.

Ela fez sinal negativo com a cabeça e mordeu um pedaço do morango, beijando-o em seguida. Ele tinha que reconhecer que foi pego de surpresa. Mas America era uma surpresa ambulante. Ela se amparou no peito dele, que segurou ela pelo rosto, trazendo-a para si. O beijo tinha o gosto da boca dos dois, e o sabor predominante do morango. Os dois se beijaram até que o ar faltou, obrigando-os a se soltarem. America encarou ele por um bom tempo, instigando-o com o olhar.

Maxon: Provoca, America. Mas depois não reclame - alertou.

America: Porque eu reclamaria? - perguntou, passando a ponta dos dedos no peito dele, e ainda provocando-o com seu olhar.

Maxon: Cigana - acusou, sorrindo de canto, perdido pelo olhar dela.

America: Vou tomar banho - disse, antes de selar os lábios com os dele, mordiscando a boca do marido, que sorriu.

America se levantou e caminhou até a borda do rio, que não corria muito no ponto onde ela estava. Olhou a água por um momento, tocando-a com a ponta do pé. Parecia estar ótima. Ela deu um pulinho, e caiu de ponta, sumindo debaixo da mesma. Isso fez Maxon lembrar de uma cena a anos atrás: Jovens em uma praia, uma morena de olhos castanhos oblíquos e dissimulados caminhou até a ponta de uma pedra alta aos risos, e pulou, desaparecendo no mar em seguida. Ele balançou a cabeça de leve, espantando a lembrança, e voltou a contemplar America submersa. Ele olhou ela por minutos a fio. Viu quando America emergiu, jogando os cabelos ruivos pros lados. Benjamim e Miriam estavam perto da queda da cachoeira. Marlee, Carter e Kile estavam sentados na grama, então America estava sozinha.

 Marlee, Carter e Kile estavam sentados na grama, então America estava sozinha

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Meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora