Cuidados

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Quando Aspen entrou no quarto, America estava deitada na cama, de bruços, com a cabeça em um travesseiro, vestindo uma camisola de algodão branca, cuja abertura ficava nas costas. Miriam lhe dava água cuidadosamente. America, após o banho, parecia melhor.

America: Aspen, por favor, eu imploro, não brigue com Maxon - pediu com a voz rouca. O mesmo ia contestar, mas ela o interrompeu - Não vale a pena.

Aspen: Como você está? - perguntou, acariciando o rosto dela.

America: Eu vou sobreviver - sorriu abatida. Se sentia bem melhor longe do quadro de Kriss, e após tomar um bom banho.

O médico logo chegou, quando a viu se assustou com o estado de suas costas. Mas deixou a receita de um remédio, uma fórmula, que ajudaria com a dor e a cicatrização. Recomendou repouso absoluto, um chá que ajudava a dormir e falou de um creme, que era vendido em Angeles, que impediria que ficassem marcas. Aspen, instantaneamente, moveu céus e terra e mandou um empregado viajar até lá, para trazer o tal do creme. America tomou o remédio que o médico passou, e a dor nas costas diminuiu um pouco.

Aspen: Olha o que eu trouxe - disse fechando a porta do quarto, após entrar com uma bandeja contendo um almoço farto nas mãos.

America: Obrigada - sorriu olhando-o. Estava, para ser modesta, morrendo de fome.

Aspen: Vamos ver se eu consigo sentar você - ele pôs a bandeja na cama, e se abaixou para ela.

America enlaçou as mãos no ombro de Aspen, que a carregou com cuidado. Depois, após afofar os travesseiros, pôs ela delicadamente sentada. Mas as costas não aceitaram os travesseiros.

America gemeu de dor quando seu peso encostou no travesseiro, e Aspen prontamente a desencostou. Ele sentou ao seu lado, e lhe abraçou pelo ombro, dando-lhe apoio. Assim não precisava encostar. America adorou. A mão fria dele sobre seu ombro servia como sedativo. Ela comeu sozinha, bebeu suco até demais, forçada por ele. Depois Aspen, com uma mão só, tirou a bandeja vazia dali.

Aspen: Eu vou cuidar de você. E logo isso não terá sido mais que um pesadelo - disse, olhando ela. America sorriu, grata. Não sabia o que seria da vida dela sem ele.

Naquela noite, enquanto todos dormiam, Maxon foi ao quarto de hospedes onde America estava. Era curioso, os dias eram frios, mas tecnicamente todas as noites eram chuvosas em Carolina. Foi o barulho da chuva que acobertou o som de suas pegadas enquanto ele avançava até ela.

Quando entrou no quarto, America dormia profundamente. Ele avançou silenciosamente até ela. O quarto estava escuro, mas ele enxergava como se houvessem dezenas de velas iluminando-a. Pôde ver também sua brutalidade, marcada debaixo da fina camisola que ela vestia. Ela ressonava levemente, calma. Tinha uma mão perto do rosto, e alguns fios de cabelo caiam por ali. Ele ergueu a mão e, levemente, tirou os fios, deixando o rosto dela livre.

Observou-a por um instante. Sua expressão era tão inocente. Parecia fraca, mas ele tinha certeza de que Aspen estava cuidando dela o melhor possível. A expressão dela era tranquila, despreocupada, ao contrário de Maxon, que era semelhante a de uma pessoa que estava sendo torturada. Seu maxilar estava contraído, seu cenho estava franzido, e os olhos carregavam uma dor que ninguém poderia amenizar.

 Seu maxilar estava contraído, seu cenho estava franzido, e os olhos carregavam uma dor que ninguém poderia amenizar

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Ficou ali, de pé, olhando-a, por horas a fio. Enquanto a madrugada e a chuva se trançavam lá fora, Aspen foi ao quarto. Maxon se tirou do caminho, ocultando-se da visão do irmão, para observa-lo. Aspen foi até America silenciosamente. Pegou a coberta que estava aos pés da cama e cobriu-a até a cintura. Ela não se moveu. Ele deu um beijo de leve na testa dela e saiu, bocejando, e ainda sem saber da presença do irmão ali. Maxon ficou lá, velando o sono de America até amanhecer. Quando a chuva cessou, e o céu começou a clarear, ele foi embora.

Meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora