E agora?

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America: E agora? - perguntou confusa, quando o ar faltou e os dois se separaram, ofegantes. Ainda tinham a testa e os corpos juntos.

Aspen: Agora esse vai ser o seu segredo. O meu segredo. O nosso segredo - America riu da conjugação que ele fez. O mesmo sorriu.

America: Até quando? - perguntou, perdida nos olhos dele.

Aspen: Até... Maxon descobrir e queimar nós dois vivos -  America fez uma careta e ele riu.

America: Não demore. Por favor, Aspen - ela pediu, franzindo a sobrancelha. Não queria que ele fosse.

Aspen: Logo estarei aqui. De volta pra você - sorriu de canto - Ansiosamente, se ainda me quiser - ela riu. Ele inclinou-se novamente e a beijou. Medo. Felicidade. Paixão. Ansiedade. Remorso. Vários sentimentos se entrelaçavam ali, mas não importava. Depois ele foi embora, deixando America com seus pensamentos. Agora ela tinha uma perspectiva. Era desejada. Desejada.

Maxon: Onde você estava? - perguntou quando ela entrou em casa, rumando a escada pro segundo andar.

America: Andando a cavalo - respondeu sem dar atenção. Em parte era verdade. Agora que tinha Nick, era muito mais fácil ir e voltar do chalé.

Maxon: Aspen já foi. Estranho você não ter vindo se despedir dele. Pensei que fosse seu amigo - pressionou, desconfiado.

America: E ele é. Eu o encontrei no caminho. Já me despedi. Com licença - ela deu as costas e subiu as escadas. Tinha um sorriso no rosto ao entrar no quarto. Pelo menos Maxon estava pagando pelo que lhe fazia. O rosto de Aspen estava aceso em sua memória, como um ultimo sopro de ar a quem estava se afogando.

Mas ela não morreria. Ela se apegaria a isso com tudo o que pudesse. Era sua salvação. Ela sorriu ao entrar no banheiro. Se sentia mais bonita. Não sabia se era o rosto corado, se era impressão sua, ou se a cor de seus cabelos estava mais viva. Ela riu de si mesma enquanto abria a torneira para encher a banheira. Parecia uma adolescente, pensou consigo mesma. Os dias foram passando. O remorso invadiu America. Não por Maxon, pra ela o mesmo devia pagar, mas sim por Lucy. Aspen estava com ela agora. Longe. Isso definitivamente não ajudava em nada.

Carter: Carta de Aspen - disse, remexendo as correspondências. America ergueu o rosto, olhando-o enquanto ele lia o papel - Disse que está tudo bem por lá, a viagem foi tranquila, todos estão bem - ele revistou o papel - Diz que está ansioso para voltar, mais que o normal - ele franziu o cenho, lendo o papel. Americs empalideceu. O que Aspen havia escrito ali? - Manda lembranças a America. E é só - disse passando as outras cartas.

"Fizera de propósito.", pensou America, reprimindo um sorriso. Era típico de Aspen provoca-la. O tempo dela era vago. Vago demais.

Miriam: O que você tá fazendo? - perguntou num dia de tarde, entrando na sala de estar. Marlee tricotava uma touquinha branca pro bebê, e America bordava um pano.

America: Hum? Ah, nada, só tava... - ela arregalou os olhos. No tecido branco havia, bordado em vermelho, "Maxo". A última letra estava em andamento - Só estava bordando. Não tinha nada pra fazer - sorriu, tirando o lenço que bordava da forma.

Miriam: Porque está queimando? - perguntou ao ver America jogar o lenço nas chamas da lareira.

America: Não estava adequado - sorriu, voltando ao seu posto. Se pôs a bordar lenços, jogos de cama, tudo pro chalé. Pelo menos serviria de alguma coisa.

Miriam: Eu sinto falta dele, também - observou enquanto se sentava ao lado de America - É claro que agora é melhor, já que eu posso sair do quarto, mas ainda assim. - America sorriu, triste.

Meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora