O novo herdeiro

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Penúltimo capítulo meus amores, preparados para o final dessa história... Nos vemos amanhã no último. Presente de 2024!  


9 meses depois...

Os Schreave viviam na mais completa paz. O amor reinava naquela casa. As crianças eram a alma daquele lugar. Miriam e Maxon estavam muito apegados, uma vez que só viviam juntos. Kota fora julgado, condenado, preso, e por fim, enforcado. Celeste se casou com Gerad dois meses após o jantar com Shalom, em uma bela cerimônia. Obviamente o mesmo não compareceu. Gerad levou Celeste quando voltou a Europa, e lá, eles só eram um casal de apaixonados. Celeste engravidou dois meses depois, agora possuía um barrigão, todos diziam que viriam gêmeos. Ela preencheu o vazio, e todas as expectativas do marido, que agora, muito mais que nunca, era feliz. Encontrara o verdadeiro sentido do amor nos braços dela, e era plenamente correspondido.

Miriam: Maxon, que diabos, saia daqui! - rosnou, mas o irmão não deu atenção.


Nessa hora America gemeu novamente. Era uma manhã chuvosa, aquela. Estava entrando em trabalho de parto. Já estava pronta, em sua cama, com os cabelos devidamente presos por Marlee, e Maxon estava a seu lado, segurando sua mão. Ela não queria que ele fosse. Também não queria que ele ficasse.

Maxon: Miriam, saia você - disse, tranquilo. Por dentro ele estava remoendo em agonia. Ver America sofrer não lhe fazia bem algum.

Parteira: Está na hora do senhor ir, senhor Schreave - avisou, após aprontar as coisas com Anne. America gemeu novamente.

Miriam: Sabe que não pode ficar aqui, que teimosia! - retrucou, cruzando os bracinhos.

Maxon: Daqui eu não saio, daqui ninguém me tira - America se agarrou a mão dele quando a contração voltou - Calma - murmurou no ouvido dela, beijando-lhe a pele em seguida.

Miriam: Que saco, o tempo está passando - avisou, como se ele não soubesse.

America: Eu... - apertou a mão dele novamente - Eu quero que ele fique - disse, encarando a parteira.

Parteira: Mas... - começou, confusa. Nunca fizera um parto onde o marido estivesse presente.

Maxon: Eu vou ficar - disse, mais convicto que nunca, e apertou a mão dela de leve. Ninguém o tiraria dali.

America: Maxon! - gemeu, controlando outra contração.

Maxon: Miriam, saia daqui. Vá ficar lá embaixo, com Aspen e Carter.

Miriam: Quando ele desmaiar, não diga que eu não avisei - disse, olhando a parteira, e saiu.

Maxon: Eu estou com você. Sempre - murmurou, se endireitando ao lado dela, de modo com que seu braço livre ficasse em volta de seu ombro, e a outra mão segurasse a da mesma.

 America gostou, se sentia segura ali. E assim seria.

Pra Maxon era interessante saber o que se passava do outro lado da história, da fonte dos gritos, já que ficar do outro lado, sem saber, era ruim. Ele viu America se contrair e relaxar, simultaneamente. Viu todas as vezes que ela fez força. Ele a apoiou, todo o tempo, apesar dos gritos e gemidos dela serem o pior tipo de tormento que existia pra ele.

Parteira: Estamos quase - avisou, quando começou a ver a cabeça do bebê.

America: Está difícil - disse, e duas lágrimas caíram do seu rosto, misturando-se ao suor.

Maxon: Calma. Só mais um pouco - pediu, com os lábios colados a testa dela.

America encarou o marido, e ele viu a dor nos olhos dela. Murmurou um "já vai passar, eu prometo." Sem som pra ela, que sorriu. Com ele ali era definitivamente melhor. Ele apertou a sua mão, dando-lhe apoio. America respirou fundo, e quando a contração veio, ela pôs toda a força que tinha pra baixo, mesmo que isso lhe causasse uma dor lancinante. A camisa branca que Maxon usava já estava amassada, a parte onde tinha contato com a pele soada dela estava molhada, mas ele não deu atenção. A mão do mesmo já tinha pequenos pontos de sangue nascendo, onde as unhas dela se cravavam, mas ele mal sentia, só importava ela. Minutos depois a mesma se desabou no travesseiro, e soluçou de dor.

Maxon: Ames, vamos! - pediu, alisando o rosto dela. America não se moveu.

Maxon encarou a parteira, e viu no olhar dela que só cabia a America. A ruiva parecia uma criança, encolhida ali, soluçando. Uma criança com medo.

Maxon: Minha querida, olhe pra mim - pediu, segurando o rosto dela. America o encarou com os olhos azuis atormentados - Você consegue, eu sei. Não falta muito agora - America soluçou novamente. Maxon abaixou o rosto e selou os lábios com os dela, que estavam trêmulos. Depois murmurou "agora é sua vez." Contra a sua boca e voltou a se erguer.

America respirou fundo, encarou ele, e voltou a fazer força. Não demorou muito a parteira ergueu o bebê, todo ensanguentado, ainda preso ao cordão umbilical. Um lindo menino, saudável, que chorava desesperado pra vida. America desabou novamente no travesseiro, mas dessa vez se abraçou ao marido, que a abraçou de volta, e beijou seu cabelo.

Parteira: Aqui está - disse, após solta-lo do cordão umbilical e enrola-lo numa mantinha branca, entregando-o a Maxon.

Maxon abaixou o menino perto de America, para que ela pudesse ver o motivo de toda a dor que sentira. Ela sorriu entre lágrimas, olhando o filho, depois olhou o marido, que tinha o rosto completamente tomado por um brilho diferente. Talvez emoção, orgulho, amor, ela não sabia dizer. Os dois ficaram ali, juntos, olhando o menino que, assim que parou no colo do pai, parara de chorar.

America: Esse tem o seu cabelo - comentou, rouca, tocando a leve camada de cabelinhos do menino. Eram de um loiro tal como o pai.

Maxon: Aposto que terá os seus olhos - disse sorridente - Eu amo você - America assentiu, com os olhos se enchendo de lágrimas de novo, e ele se abaixou, beijando-a levemente.

E não havia felicidade maior no mundo.

Meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora