Brigas... Filho

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America e Maxon estavam brigando, novamente. Ambos começaram na sala de estar. Só que era impossível que os dois estivessem no mesmo espaço, sem brigar. Ela tentava falar com ele, mas não conseguia. Assim, a discussão começou.

America: Maxon, cala essa boca, por favor? - ele riu, e ela revirou os olhos - Ah, você é insuportável, francamente.

Maxon: Por isso se casou comigo? - perguntou, debochado, olhando-a.

America: NÃO! - ele riu da raiva dela, que se levantou, bruscamente. 

Maxon: O que você está tentando fazer? - debochou de novo olhando America, que parecia estar se controlando por alguma coisa.

America: Estou tentando dizer que eu estou grávida - para Maxon, isso foi como um belo tapa na cara. O sorriso dele se fechou, e o de America se abriu, triunfante - Era isso que eu estava tentando falar, mas você não deixou - sorriu, calma.

Maxon observou America, atônito. Um filho. Um novo filho. O anterior nunca chegou a nascer. Só a idéia de um novo filho era absurda.

Maxon: Seu único problema, - começou, levantando-se - É se essa criança tiver os cabelos castanhos e os olhos verdes – America parou de sorrir, encarando-o. Agora os dois estavam sérios. 

America: É a minha maior esperança, atualmente - assumiu, sem conseguir se conter - Que tenha os olhos verdes e os cabelos castanhos. Pelo menos não será um ser desprezível, tal como você - concluiu, fria.

Maxon calculou o que tinha ouvido em um segundo. Porém, ela já não estava lá. Seu ódio era tão grande, que tinha vontade de ir atrás dela e enforca-la com suas próprias mãos. Ele sempre desconfiou, mas ouvir da sua boca era pior. Porém, não a seguiu, não gritou, nem foi atrás do irmão. Eles pagariam. De um jeito categoricamente pior.

Os meses seguintes foram calmos, e turbulentos ao mesmo tempo. As brigas já haviam se tornado normais. America estava com cinco meses, e sua barriga estava linda. Ela não usava mais espartilhos, pela barriga. Agora só um tipo de top, feito para as grávidas daquela época, e a calcinha short, normal. Adorava aquilo, era bastante confortável. Aspen a mimava de todos os jeitos. Ela sentia o filho vivo, dentro de si, e isso vinha lhe devolvendo a vontade de viver.

Aspen: Não quer mais uma? - insistiu, oferecendo uma pêra pra ela, no corredor. Ele sabia que ela não queria, mas gostava de torrar a paciência da mesma.

America: Não - respondeu, com bico, enquanto andava. Não queria rir. Mas a vontade estava arrasadora.

Aspen: Nem um pedacinho? - ele estendeu a pêra pra ela.

America: Aspen, não! - ela riu, e ele sorriu, satisfeito.

Aspen: Tudo bem - mordeu a pêra, calmo.

America: Vou tomar um banho para me aprontar pro jantar - avisou, ao parar na porta de seu quarto. Aspen engasgou.

Aspen: Jantar? Você acabou de comer seis pêras, e ainda pensa em jantar? - brincou, se fazendo de indignado.

America arregalou os olhos e deu um tapinha nele, que riu.

America: Quer saber? Tchau pra você - disse, rindo, e entrou no quarto.

America tomou um banho de banheira, quentinho, e bem demorado. Saiu tranquilamente da banheira, e foi pro quarto. Lá apanhou suas roupas e voltou pro banheiro. Vestiu o short, e o top. Mas antes de pôr o vestido parou na frente do espelho, para olhar sua barriga. Fazia isso diariamente, nos últimos cinco meses. Ela deixou a cabeça cair pro lado, como uma criança curiosa, e sorriu. Tocou a barriga carinhosamente. Aquilo era tão novo. Sua barriga era durinha, mais dura que o normal. Ela conseguia sentir o bebê, pulsando, dentro de si. Quisera tanto esse filho. Enquanto o acariciava, ela se lembrou do passado. Quanta felicidade essa criança teria causado se tivesse chegado antes de Kriss. Mas a morena veio primeiro. Ela se assustou ao ver no espelho dois olhos castanhos atrás de si, na porta do banheiro, acompanhando seus movimentos atentamente.

America: O que você está fazendo? - perguntou, virando-se no susto, e cobrindo a barriga com a toalha.

Maxon: Nada - respondeu. Parecia perturbado, alterado. America o reconhecera quando o viu. Não era o demônio. Era o seu Maxon. Mas isso não mudava nada - Posso?

America avaliou por um momento, e depois olhou pro lavatório sugestivamente. Maxon revirou os olhos, mas obedeceu. Ela observou ele lavar as mãos cuidadosamente. Estava com uma calça social, normal, preta. Deixara o terno em algum lugar, estava apenas com a camisa branca e o colete preto por cima. Ele secou as mãos e virou-se pra ela, erguendo as mesmas. America assentiu, e, hesitante, tirou a toalha branca de cima da barriga. Maxon se aproximou dela e, atentamente, tocou-lhe a barriga de leve. Ela estremeceu com o toque da mão quente dele em sua pele. Ele não estava olhando-a, e sim a sua barriga. Tinha algo estranho no olhar dele, enquanto tocava o bebê. America franziu a sobrancelha. Algo estava... mexendo! Ele também sentiu. Maxon sorriu de canto, meio fascinado com aquilo. O bebê se mexeu ao toque dele. Era tão diferente. Ele já havia tocado America dezenas de vezes, mas era completamente diferente. Passaram minutos assim, os três ali, parados no meio do banheiro.

 Passaram minutos assim, os três ali, parados no meio do banheiro

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America: Você

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America: Você... você está bem? - perguntou, rompendo o silêncio.

Maxon: Estou - respondeu, saindo do transe em que se encontrava - Obrigado - agradeceu, meio estranho, e se afastou dela.

America assentiu, olhou ele uma última vez e saiu do banheiro. Maxon virou-se pro enorme espelho que havia ali. Que diabo de sentimento era aquele?

Porque gostara tanto quando a criança reagiu ao seu toque? Nem ele sabia responder.

Meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora