Grávida?

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O relacionamento de America e Maxon afundou de vez. Os dois soltavam farpas até pelo olhar. Por outro lado, America e Aspen estavam cada vez mais próximos, mais apaixonados.

America: Pêssegos - afirmou, enquanto caminhava pelo jardim com Marlee e Aspen, ao avistar um pessegueiro ao longe, sorrindo - Ah, eu quero - de repente precisava comer pêssego de qualquer jeito.

E lá foi Aspen. Ele tirou o terno, deixando-o nas mãos de America, e ela não viu como, mas ele já estava em um dos galhos mais altos da árvore. A mesma sorriu por antecipação. Nunca gostou de pêssego. Não até agora.

Marlee: Pensei que você não gostasse - comentou, vendo a irmã se deliciar com a terceira fruta que comia. As duas estavam sentadas em baixo da árvore, e Aspen continuava lá em cima, farfalhando entre as folhas, pegando mais frutas.

America: E não gosto - respondeu, antes de morder a fruta com vontade novamente.

Marlee: E então...?

America: Só deu vontade - disse dando de ombros - Aspen! - gritou, quando ele deixou um pêssego cair em sua cabeça. Ela ouviu o mesmo rir de lá de cima.

Marlee: Ames... você está estranha, ultimamente - começou, cautelosa. Não queria que America tivesse outra crise estérica.

America: Estranha como? - perguntou de boca cheia. Marlee riu.

Marlee: Você sente fome toda hora. Tem comido as coisas mais estranhas. Se irrita com facilidade. Você vomitou três vezes, só na última semana - insinuou. America mordeu o pêssego de novo, sem entender, encarando a irmã - Ames, qual a última vez que a sua menstruação veio?

America: Hum... - ela engoliu o que tinha na boca, contando mentalmente - Tem dois meses e alguns dias. Porque? - olhou a irmã, enquanto mordia o pêssego novamente.

Marlee: Eu fiquei exatamente assim, - ela indicou o pêssego que America tinha nas mãos - Quando estava esperando Kile - disse, encarando a irmã.

O farfalhar das árvores, lá em cima, parou bruscamente. Quase pôde se ouvir o clique na cabeça de America, quando ela entendeu o que Marlee queria dizer. Tinha chance de ser verdade. Com a vida sexual que ela e Aspen tinham, podia muito ser. Um novo herdeiro.

Aspen: Grávida? - perguntou, agora sozinho com America no chalé. Tinha um sorriso estranho em seu rosto, meio distante.

America: Como eu não pensei nisso antes?! - se perguntou, completamente alterada.

Aspen: Meri, um bebê - repetiu. Gostava da idéia. Podia ver um menino ruivinho como America correndo pela mansão - É meu? - perguntou, cautelosamente. A última coisa que queria agora era que ela explodisse.

America tomou impulso pra responder “é claro que é, o que você acha?”, mas então se lembrou do seu aniversário. Maxon. Maldição.

America: Aspen. Há algo que eu não te contei - começou, procurando as palavras.

Aspen: Dormiu com ele? - perguntou, observando-a.

America: Não! - se defendeu, de imediato. Aspen riu -  Eu não queria que você brigasse com ele. Não mudaria nada - disse, mais pra si mesma.

Aspen: O que houve?

America: No dia do meu aniversário. Você saiu pela manhã - ela hesitou. Aspen assentiu, incentivando-a - Maxon me ouviu dizer a Marlee que já havia alguém que me quisesse, que me desejasse - Aspen sorriu torto, e ela não se lembrava o que tinha dito.

Aspen: E...?

America: Nós brigamos. Eu o enfrentei. E ele... ele me violentou - ela viu o sorriso de Aspen morrer, e o rosto perfeito ser inundado por raiva - Aspen, não! - tentou acalma-lo. Ele assentiu, proibindo-se de ir atrás do irmão, e dessa fez jogar-lhe um tijolo na cabeça, ao invés de um simples bloco de papel - Ele era mais forte que eu. Você não estava em casa. Carter tampouco. Ninguém teria coragem de interferir. Então eu não fiz nada. Eu tentei me defender, mas foi inútil. Por fim, eu decidi não contar. Não ia mudar as coisas, eu não queria uma briga. Não tinha importância. Eu tomei banho, e lavei a pele com toda a força que consegui. Você percebeu, minha pele estava machucada - Aspen assentiu, se lembrando da vermelhidão na pele pálida dela - Mas agora, perante isso, pode ter sido importante, afinal.

Ela ficou enjoada em pensar nisso. Amava Maxon. Mas seu primeiro filho, ser fruto de uma violência? Devia ser por amor. Porém, se animou. Havia muito mais chances de ser filho de Aspen. Não devia se animar, seria um problema se a criança se parecesse mais com o tio que com o pai, mas ela preferia pensar assim.

Aspen: Ei, não pense nisso agora - se aproximou dela, erguendo seu queixo com o dedo - Há alguém novo aqui. Alguém que precisa de você. Que precisa de nós dois. Não importa se é meu ou dele. Terá o mesmo sangue, afinal - sorriu, animando-a - O que importa é que há alguém.

America sorriu, confortada, e ele a beijou apaixonadamente. Havia amor ali. Não era paixão, ou desejo. Era amor. Havia amor. E também uma vida, esperando pra acontecer.

 E também uma vida, esperando pra acontecer

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Meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora