America parou de sorrir, e esperou. Com certeza o pai não fora ali para verificar se ela se sentia bem. Shalom entrou no quarto, parando em seu interior, e encarou a filha, que manteve o olhar do pai.Shalom: Não sabe o quanto me envergonha, America - disse, com a voz inflexível.
America: Sinto-me completamente lisonjeada por isso - respondeu no mesmo tom de voz.
Shalom: Carolina toda falando de você. A mulher que abandonou um Schreave - intitulou, frio.
America: Talvez devessem ter intitulado "A mulher que não aguentava mais sofrer". - respondeu, dura.
Shalom: Você teve tudo, America. Desde pequena. Tudo. E eu lhe arrumei o melhor marido que pude. Um Schreave - America riu, sarcástica - E o que você faz? Não dá a ele um filho homem - sorriso de America se fechou. Uma coisa que não ia permitir era que Shalom envolvesse Eadlyn nisso - E depois foge. Jogou meu nome na lama - acusou.
America: Não vou discutir com você. Fugi porque não aguentava mais ser humilhada, agredida. Sinto te decepcionar, papai, mas Maxon não foi a melhor escolha pra mim - Shalom revirou os olhos - Você falhou.
Shalom: Falhei. Falhei ao criar você. Quando você nasceu, America, eu já tinha uma filha. Eu já tinha Marlee. Eu queria um homem, um irmão para Gerad. Eu não quis você. Mas eu amava sua mãe, e você era a razão da vida dela. Eu errei ao permitir você aqui dentro. Errei ao não te colocar em um orfanato - disse, sem ter noção de como isso machucava a filha.
America: Pro diabo com os seus erros. Não te devo satisfações de minha vida. Saia daqui - rosnou, irritada.
Shalom: Sempre tempestiva - reprovou - Ainda não, America. Mandarei que seu marido venha lhe buscar. Pode muito bem se recuperar na presença dele - America levou um choque ao ouvir isso. Ainda não tinha decidido voltar pra Maxon.
America: Ele não virá - disse, com um sorriso frio se abrindo no rosto. Maxon viria em um piscar de olhos, voando, porém, só se a própria America o chamasse.
Shalom: O que você quer fazer? Esfregar mais o nome da sua família na lama, America?
America foi responder, mas quando a voz ia sair, ela encontrou um par de olhos sorridentes, recém-chegados, atrás de Shalom. Um par de olhos verdes.
America: Aspen - murmurou, sorrindo, ignorando o pai.
Aspen: Interrompo? - perguntou, olhando secamente para Shalom. Aspen ouvira a última frase.
Shalom: Não, é claro que não - respondeu, sorrindo, levemente descontraído - Bom, America. Vou deixa-la a sós com a sua visita - ele encarou a filha uma última vez, e saiu.
America: Odeio ele - comentou, sorrindo. Aspen riu e se aproximou da cama.
Ele se sentou ao lado dela. Em seguida, ergueu a mão forte e fechou-a em volta do pescoço da ruiva levemente. America ergueu a sobrancelha.
Aspen: Se atreva a desaparecer desse jeito novamente, e seu destino não será muito agradável - ameaçou, apertando um pouco o pescoço dela, mas sorria. America riu.
America: Por favor, não me mate - fingiu estar asfixiando. Aspen riu, e soltou o pescoço dela.
Aspen: Eu quase enlouqueci procurando você - comentou, segurando a mão dela.
America: Eu senti sua falta - comentou, sorrindo.
America conversou com Aspen por horas a fio. Os dois riam um do outro, do que fizeram enquanto o outro estava distante.
America: E Lucy? - perguntou, por fim.
Aspen: Está bem. A barriga dela já está saliente - comentou, sorrindo de canto - Esse filho tem sido minha razão de viver, ultimamente - observou America por um instante - Você vai voltar pra ele? - perguntou, olhando-a.
America: Eu não sei. Tenho medo e insegurança. Mas eu o amo, Aspen - Aspen sorriu com a confissão dela - Eu o amo com cada fibra do meu coração - ela olhou para as mãos, pensando nisso.
Aspen: Ele te ama, também - America ergueu o rosto. Não esperava ouvir isso. Não de Aspen - ele sofreu muito, Meri. Não aprovo as atitudes dele, mas não vou ser hipócrita. Eu não sabia que ele era capaz de chorar - acrescentou, com um sorriso torto no rosto.
America: Eu soube disso - acrescentou, pensativa.
Aspen: Você precisava ter visto aquilo. É uma pena não poder ter gravado - America riu de leve - Entretanto, segundo Benjamim, daqui a anos haverá algo que se chamará câmera digital, e aí poderemos gravar as coisas - America fez uma careta, e Aspen riu.
America: Benjamim - disse, se lembrando do menino e suas tolices.
Aspen: Eu estava pensando em nós dois, outro dia - comentou, pensativo.
America: E...? - ela sorriu com a recordação das inúmeras tardes no chalé.
Aspen: Se você não amasse ele, e se Lucy não fosse o meu ar, nós teríamos sido perfeitos, um pro outro. Fácil como respirar.
America: Talvez, quem sabe, se os nossos pais tivessem invertido os casais. Maxon estaria com Lucy, agora. E eu com você. E dezenas de filhinhos com os olhos da cor de esmeralda, correndo por aquela mansão - observou, sorrindo.
Aspen: Lu e Maxon? - America assentiu, e ele riu - Não creio que tivesse dado certo. Você teria amado ele. Do mesmo jeito que ela seria minha, a partir do primeiro momento que eu a visse. Então, mais adultério - ele fez uma careta, e America riu - Se Eadlyn fosse minha filha, eu teria tirado você dele. Não sei como, mas estaríamos longe.
America: Eu já pensei muito nisso. Seria absurdo - confessou, com uma careta. Aspen riu.
Aspen: Foi tudo fora do planejado - America assentiu - Agora só nos resta esperar o nosso final feliz, Meri.
America: Eu não sei o que fazer. Eu não vejo o caminho do meu final feliz - assumiu, com a voz embargada.
Aspen: Seu coração vai te mostrar o caminho, minha Meri. Espere e verá - ele avançou pra ela, que fechou os olhos. Então sentiu os lábios frios dele tocarem-lhe a testa sutilmente, em um doce beijo de despedida. Seu coração vai te mostrar, America.
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Meu pecado
RomanceAmerica e Maxon foram destinados por seus pais a se casarem. Ele era apaixonado por outra e ela não estava preparada para assumir um casamento com um dos filhos da familia mais famosa da cidade. Entretanto, mesmo sofrendo muito nas mãos de Maxon, Am...