Ela está aqui!

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Quando os Schreave chegaram na festa, que já acontecia abertamente, foi um alvoroço. A imprensa, e suas maquinas antigas de fotografia, deixava nuvens de fumaça no ar, a cada flash. A primeira carruagem que parou, entregou Miriam e Bejamim; Marlee, em um vestido verde esmeralda, super luxuoso, e os cabelos loiros em cachos generosos pelas costas; Carter, elegante como sempre em um fraque preto, fazendo as mulheres suspirarem; o pequeno Kile, no colo da mãe; Lucy, em um vestido bege, meio metalizado, com o cabelo preso num rabo de cavalo; e Aspen, que dispensava comentários.

Em outra carruagem, Maxon, America e Eadlyn. As bebês recém-nascidas ficaram em casa com uma babá, por serem novas demais. Eadlyn, a inicio, se assustou com tudo aquilo, e se apertou no colo do pai, que sorriu, pegando a mão de America, e seguindo pra dentro do salão. Lá estava tudo como a ruiva imaginou, em seus mínimos detalhes. Uma linda festa.

America: Ela está assustada demais - disse, minutos depois de chegarem na festa.

Eadlyn se agarrara ao pescoço da mãe, e não havia o que a fizesse soltar.

Maxon: Eadly? - chamou. Nem a Maxon a menina respondeu.

America: Eu vou lá fora, nos fundos, pra ver se ela se acalma - disse, ninando a filha.

Maxon: Quer que eu vá com você? - perguntou, atencioso.

America: Não. Iam começar a falar se nós dois sumíssemos juntos. E você sabe como as pessoas são maldosas - respondeu.

Maxon: Se você quiser, nós podemos dar motivo para comentários - brincou, provocando ela.

America: Vá pro diabo que te carregue, Maxon - retrucou, se afastando com a filha.

Maxon observou a mulher se afastar. Aquele monumento por debaixo do vestido preto. Ele sorriu consigo mesmo e foi se juntar a família. America passou pela cozinha, onde o alvoroço do pessoal do bufê estava pronto, e foi pros fundos. Ainda nevava, só que fracamente lá fora. Havia grama no espaço ali atrás, e dois bancos, tipo uma pracinha. America caminhou com a filha até lá e se sentou, após espantar a neve seca.

America: Amor, olha pra mamãe - pediu, e a menina, já mais calma, olhou ela - É a sua festa. O seu aniversário. Não precisa ter medo - acalmou, ajeitando a coroa que Maxon colocara na menina. America não sabia porque, tinha a forte impressão de estar sendo observada. Ela olhou em volta, mas não havia ninguém no vasto espaço - Você viu o papai lá fora? - perguntou, e -Eadlyn sorriu, reconhecendo o nome do pai - É, o papai, meu amor - a ruiva sorriu, dando um beijinho na testa da menina - Ele não vai deixar nada acontecer com a gente. Nada - disse, e se sentiu feliz pela veracidade das palavras - Confia na mamãe? - ela mostrou a mão, reluzindo com a aliança dourada e o receptor prateado. Eadlyn tocou na mão dela, sorrindo - Vamos pra sua festa? Papai tá esperando nós duas - a menina tocou o colo da mãe, depois o dela - É, nós duas, minha sapequinha - suspirou, e olhou em volta de novo. Não havia ninguém - Agora... vamos sair daqui - disse, se levantando rapidamente.

A sensação de estar sendo observada passou a agonia-la, e ela levou a filha pra dentro do salão. Sim, estavam sendo observadas. A pessoa tinha ódio no olhar. America não queria ficar ali, sozinha com Eadlyn, sendo que seu porto seguro estava dentro do salão.

A noite seguiu, tranquila. Eadlyn se soltou, e começou a gostar da festa. As horas passaram, e aquilo não se desgastava. Na hora de cantar os parabéns, Maxon carregou a filha. Ao invés de se assustar com todos a sua volta, a menina desatou a bater palmas junto com todo mundo, e rir. America sorriu. Na hora de soprar a vela, os três se abaixaram e assopraram levemente a única vela que enfeitava o bolo. Ambos sorriam, felizes. Quando America foi se erguer de novo, seu riso morreu na garganta. Uma morena de olhos castanhos, vestida de vermelho batia palmas, sorrindo, um pouco afastada da mesa.

Meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora