Meu pecado

Angústia

America pensou durante o caminho. Chegou em casa decidida: Iria cozinhar. Não sabia como faria isso, já que nunca nem fritara um ovo na vida, mas queria fazê-la. Maxon tinha fome. Chegou em casa, e após ver Eadlyn, que dormia, rumou a cozinha.

Marlee: Ames, o que você...? - perguntou, seguindo-a.

America: Vou cozinhar - disse, decidida.

Marlee: Mas... porque? - perguntou, confusa.

America: Maxon não come desde o dia do acontecido. E eu tenho pra mim que é por isso que a febre dele vive voltando. Então, vou alimenta-lo - sorriu, chegando a despensa da mansão.

Marlee: Porque o hospital não dá comida pra ele? São loucos?

America: O médico é um incompetente. Eu tenho que pedir pra que ele faça tudo. E, no estado em que está, realmente não acho que Maxon precise de comida de hospital. Então, eu cozinho - disse, saindo da despensa com uma panela.

Marlee: Desde quando você sabe cozinhar? - perguntou, incrédula.

America: Eu não sei - admitiu, tratando de acender o fogo - Mas veremos se não aprendo - se desafiou - Como o tiro foi na barriga, eu temo que ele não deva comer coisas pesadas. Mas precisa de algo forte, porque está desnutrido - comentou, risonha, lembrando-se do bico que Maxon deu pra fazer cada vez que ela negava alguma coisa - Não sei, talvez uma sopa, uma canja...? - olhou confusa pra infinidade de alimentos ali.

Marlee: Eu não sei te ajudar - fez uma careta. America alisou os cabelos, olhando pra dispensa.

America pegou tudo do que ela achava que era forte. Algumas verduras, legumes, temperos e condimentos. Estava voltando pra cozinha quando Lucy a seguiu e Marlee também.

Lucy: Eu não sei muita coisa, realmente, mas sei de algo que minha mãe me ensinou a fazer, quando Benjamim esteve doente. Na verdade, eu a ouvi ordenar um empregado, mas enfim, entendi a base.

America: Então me ajude aqui - disse, animada, e Lucy ajudou ela com uma abóbora imensa, enquanto Marlee trazia uma braçada de batatas.

Marlee: O gosto disso vai ficar uma maravilha - comentou, irônica, enquanto começava a descascar as batatas.

Lucy: Tava pensando nisso também - comentou, receosa, partindo a abóbora.

America: Eu pensei em pôr carne, mas acho que fica ruim pra ele digerir. Se bem que... - pensou por um momento - ANNE! - chamou, animada.

Anne apareceu, e atendeu ao pedido de America. A ruiva pôs um avental, e foi pro fogão. Não deixou que ninguém lhe ajudasse, só a descascar mesmo. Lucy e Marlee, por fim, ficaram sentadas, olhando a mesma mexer nas diversas panelas em que inventava.

Só restava esperar, rezar, e por fim ter medo, do que sairia dali.

America entrou no hospital, sorrindo de leve, satisfeita. Terminara de cozinhar, tomara um bom banho, ficara com Eadlyn uma hora. A menina brincou com a mãe, mamou, e voltou a dormir. America, que estava de hobbie com a filha, se vestiu, e foi embora. A receita não parecia ter ficado tão ruim. Ela cozinhou bem as verduras, depois as amassou, e misturou todas em uma terrina, com caldo de sopa. Picou uns pedacinhos minúsculos de galinha e misturou. Ficou com a consistência de um mingau grosso, com os pedacinhos picados dentro, de uma cor abóbora clara, e com um leve cheirinho de ensopado. Só que criaram problema para deixá-la entrar no hospital.

Médico: O que houve? - perguntou, chegando a recepção, tranquilo.

Enfermeira: Essa senhora insiste em entrar pro quarto com alimentos. Eu disse que o regulamento do hospital não permitia, mas ela insistiu.

America: Boa noite, Doutor - cumprimentou, sorrindo, virando-se pra ele.

Médico: Deixe-a levar, o que quer que seja - disse, prontamente, e saiu da sala. America riu.

O problema foi que quando ela chegou no quarto, feliz e saltitante, a cama de Maxon estava vazia.

America: Onde está? - sussurrou, pra si mesma, sendo engolfada por uma sensação ruim - Maxon? - chamou, ainda olhando pra cama.