Promessa

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America: Quando eu estava em casa, na casa do nosso pai. Jully conversou comigo.

Gerad:
Conversou? - perguntou, se distraindo. Não sabia disso.

America: Ela me disse pra fugir - duas grossas lágrimas caíram do olhar de America - Me disse pra ir embora, para levar Eadlyn. Me pediu por tudo para não voltar pra ele - disse, olhando o marido.

Aspen: Mas, porque? - perguntou, tomando a pergunta da boca de Gerad.

America: Porque eu o amava demais - disse, apertando a mão do marido, e sua voz falhou no choro no fim da frase - Eu o amava mais que a mim mesma. Ela disse que eu ia me machucar. Que ia sofrer.

Gerad: Olhe, pense pelo lado positivo. Não vai demorar a amanhecer - America soluçou, pondo uma mão na boca - Ele está resistindo - Aspen olhou pra Gerad, erguendo a sobrancelha. Maxon ia de mal a pior. E ainda faltavam quatro horas pra amanhecer.

O médico apareceu minutos depois, para verificar o mesmo. Fazia isso de dez em dez minutos. Dessa vez sua cara não foi muito boa. Ele chamou Aspen.

Médico: Tire ela de perto dele - murmurou para Aspen, e o moreno entendeu a mensagem.

Gerad: Porque? - perguntou, querendo ouvir o obvio. Seu coração estava apertado. America não sobreviveria a isso.

Médico: Os batimentos cardíacos estão parando. A pulsação está cada vez mais fraca, sem contar a febre, que não cede - respirou fundo, sendo mais claro - Ele está partindo, sr. Singer. Está morrendo, e não há nada que possamos fazer - ele olhou pro chão - Eu sinto muito.

America ouviu o "sinto muito" e se agarrou a Maxon. Seu choro se desesperou ainda mais. O rosto da ruiva estava lavado em lágrimas.

America: Não me deixe - implorou, murmurando no ouvido dele - Fique aqui. Cumpra sua promessa, meu amor - pediu, acariciando o rosto dele. Maxon estava ficando frio.

Gerad: Ames, venha - pegou o braço dela.

America: Não! - ela se agarrou ao marido.

Gerad: Não adianta, venha comigo - insistiu, puxando-a.

America não foi. Gerad olhou o médico, e viu o alerta no olhar dele. Podia ser a qualquer momento. Gerad se abaixou e pegou ela pela cintura, puxando-a a força de perto dele.

America: GERAD, NÃO! - gritou se debatendo - MAXON! NÃO! ME LARGA, GERAD! - Gerad arrastou ela pra fora do quarto, a mesma gritava e chorava.

Quando Gerad a colocou no chão, fora do quarto, ela virou-se instintivamente, e viu Maxon suspirar fundo e ficar imóvel. Aspen puxou America nos braços fortes e tirou a ruiva do caminho, enquanto a equipe de médicos entrava rapidamente no quarto onde Maxon estava. Gerad tomou a irmã nos braços de novo, e a prendeu, impedindo-a de se soltar. America viu os médicos, após medirem a pulsação de Maxon, começarem a tentar reanima-lo. America tremia dos pés à cabeça. Um médico pôs as mãos juntas no peito de Maxon, e deu três empurrões fortes e rápidos. Quando parou, um segundo médico soprou ar pra dentro dos pulmões dele. Fizeram de novo, e mais uma vez.

America: Por favor - murmurou, em lágrimas, olhando o marido.

A mente de Maxon estava escura, escura demais. Ele não sentia seu corpo. Sentia frio, e sentia dor. Até que perdeu a capacidade pra tudo. A escuridão o engoliu, e ele a aceitou de bom grado. Até que ouviu um gemido, que não vinha dele. "Por favor", ela pedira. Então America passou pela escuridão como um raio de luz, e ele não ia desistir. Abraçou o frio e a dor novamente, obrigando seu coração a bater. Na quarta vez que os médicos fizeram o procedimento, Maxon se moveu. Ele respirou fundo. E tossiu. America parou de se debater e sorriu, vendo os médicos se acalmarem. Ele voltou.

Médico: Então - tentou falar, mas America ainda estava lá.

America: Eu sou a esposa dele, que tal começar a falar na minha frente? - perguntou, impaciente, e com o rosto lavado de lágrimas.

Médico: Tudo bem. Está vivo - America sorriu - Mas não está bem. Nós entramos com remédios contra a febre. Agora é rezar para que o quadro melhore. Se a febre ceder, podemos ter esperança.

America: Tudo bem - murmurou, com o pânico voltando ao seu peito. Ela tentou voltar ao quarto, mas Gerad ainda a segurava - Que demônio, Gerad Singer, me solte! - exigiu, se debatendo. Gerad riu e a soltou.

Meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora