É o final?

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Kriss pegou a caixa, e se aproximou da cama. Em seguida despejou seu conteúdo nela. Uma cobra, vermelha e preta. Furiosa pelas cutucadas que recebeu.

America: NÃO! - gritou, se encolhendo ainda mais

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America: NÃO! - gritou, se encolhendo ainda mais.

Kriss: Medo, America? - riu - Sinto muito -  fingiu-se de triste, e se afastou, indo em direção ao berço de Eadlyn.

Kota: Kriss! - chamou, batendo na porta. A morena abriu. America olhava a cobra, apavorada, enquanto o animal avançava pra ela - Eles estão ai embaixo!

Kriss: Eles quem?

Kota: Maxon e Carter! Vamos logo!

Kriss: Mas a menina...

Kota: Maldição, deixe a menina! - rosnou. Kriss encarou Eadlyn uma última vez, e saiu, batendo a porta. A menina olhava a mãe, confusa. America observou a cobra se aproximar dela, nauseada. Era o seu fim.

Carter: Pelo amor de Deus, nós estamos esperando há mais de vinte minutos - se queixou, encostado no balcão da recepção.

Maxon: Eu não vou deixar ela fugir, não de novo - ele olhou uma lista que estava atrás do balcão, e saiu, rumando ao quarto de America.

Um dos homens contratados por Maxon seguiram Gerad, e encontraram America. Maxon não hesitou em ir até lá, e Carter insistiu em ir também. Os dois subiram as escadas como em um vôo.

Maxon: America, abre essa porta! Eu sei que você está ai! - chamou, após minutos batendo na porta. Nessa hora Eadlyn  começou a chorar - Vamos, Ames.

E então eles ouviram um gemido sufocado, fraco de America. "Maxon..." ela chamou. O loiro se desesperou. Ela não estava bem.

Carter: Sai - pediu, rápido, e deu um pontapé com tudo na porta, que abriu com força.

A cena foi nauseante. America estava amarrada, amordaçada na cama, com a perna ferida em vários pontos, e a cobra em cima da cama. Enquanto Maxon observava, o animal feriu America com mais uma mordida. Ele foi ajudar a esposa rapidamente. Puxou a cobra com tudo, e a jogou no chão sem medo algum. Carter esmagou a cabeça do animal com uma pisada.

Maxon: Tire Eadlyn daqui - ordenou, e Carter assentiu, tirando a criança rapidamente de lá - Ames - murmurou, desamordaçando ela.

America não respondeu. Ele fez o óbvio. Abaixou-se á perna dela e começou a sugar os ferimentos. O único gosto ali era do veneno. Nem um vestígio do sangue da ruiva. O rosto de Maxon estava contorcido na mais completa dor. Meu Deus, não. Ele ia, de ferimento em ferimento, sugando até conseguir sentir o gosto doce do sangue, depois cuspia fora. Ele checou a perna dela, até todos os ferimentos estarem limpos. Quando America estava afogada na mais completa escuridão. Tentava caminhar, mas suas pernas eram pesadas. Tentava gritar, mas não havia voz. Sem contar a queimação absurda que sentia por todo o corpo. Até que, de longe, uma voz foi lhe chamando.

Maxon: Ames, acorde - ele segurou o rosto da ruiva, olhando-a. Estava fria, mole. O único sinal de que estava viva era sua respiração - Acorde - pediu de novo - Eu te amo - murmurou, desesperado.

America: M...maxon - ela conseguiu murmurar, perdida na escuridão.

Maxon: Você está viva. Ah, Deus - ele deu vários beijos no rosto dela.

America: Era tudo mentira...  - murmurou, ainda de olhos fechados.

Maxon: Não importa, eu amo você - disse, com os olhos cheios de água, erguendo o rosto dela. A ruiva tinha os olhos entreabertos, fraca.

America: Eu estou morrendo - constatou em um sussurro, quando não tinha mais forças para falar. Então a escuridão a engoliu novamente. Era mesmo o final?

Maxon entrou em desespero quando America desmaiou. Um médico. Era disso que ela precisava. Ele carregou o corpo mole da esposa, e saiu como um raio pelo corredor do hotel. Em poucos minutos, entrava no hospital mais caro da cidade, levando ela no colo. Uma enfermeira levou America e deixou Maxon sozinho.

Aspen: E então? - perguntou, entrando na sala onde Maxon estava, acompanhado por Marlee - Carter chegou em casa com Eadlyn, e disse que America estava ferida. O que houve?

Maxon: Uma cobra - murmurou, lembrando-se do animal - Eu vou matar quem prendeu ela ali - disse pra si mesmo - Vou matar com as minhas próprias mãos.

Marlee: Prendeu? - perguntou, confusa.

Maxon: Prendeu. Estava amarrada a cabeceira da cama, e amordaçada. Alguém fez isso com ela.

Aspen: Mas quem?

Médico: Senhor Schreave? - chamou, entrando na sala. O médico era novo em Carolina por isso não conhecia o rosto de Maxon.

Maxon: Aqui - respondeu, se erguendo da cadeira - Minha mulher?

Médico: Ficará bem - Maxon suspirou, sentindo um alivio violento se apossar dele - Está dormindo, agora. Foi muita sorte ela ter sobrevivido. A maioria dos ferimentos está na perna direita, mas eu verifiquei, e está tudo limpo. Eu sedei ela, para evitar a dor dos procedimentos, por isso ainda está adormecida.

Maxon: Quando ela acorda?

Médico: Daqui à umas... cinco horas, por aí - Maxon assentiu.

Maxon: Eu posso vê-la?

Médico: Agora, não. As enfermeiras estão cuidando dos outros ferimentos dela, aproveitando seu sono. Ela tem a boca ferida, e os pulsos também, ao que parece forçou eles demais. Mas logo o senhor será liberado para vê-la - Maxon assentiu, e o médico, após pedir licença, saiu.

Maxon: Obrigado, meu Deus - murmurou pra si mesmo. Mas nessa hora, um gritinho animado e inocente inundou a sala. Ele se virou, com o coração pulando de saudade. Carter entrava no hospital, trazendo uma Eadlyn que só faltava bater no tio, querendo ir pro colo do pai. A menina dava gritinhos, pulava, ria, batia palmas. Maxon sorriu de canto. Sonhou tanto em ver aquele sorriso novamente.

Maxon: Eadly - murmurou pra si mesmo, enquanto avançava para filha.

Carter entregou a menina a Maxon, que se agarrou com força ao pai. Ele aspirou o cheiro da filha, como se dependesse disso para viver, enquanto a acolhia em seu peito. A saudade era tanta que o fazia querer gritar. Ele encheu o rostinho e o pescoço de Eadlyn com beijinhos estralados, fazendo ela rir.

Maxon: O que foi? - perguntou, sorrindo, enquanto a filha ria nos braços dele. Eadlyn tapou os olhinhos com as mãos por um momento, e depois destampou-os depressa, fazendo carinha sapeca, e tocou o peito de Maxon. Ele se derreteu com isso - É, o papai está aqui, minha sapeca - Eadlyn bateu palminhas, enquanto Maxon beijava ela de novo.

O sorriso dele se fechou ao ver a expressão da filha. Ela varria a sala de espera do hospital, com um olhar ansioso e curioso. Procurava a mãe.

Maxon: A mamãe não está aqui - respondeu, acariciando os cabelos da menina, que estavam com um penteado fofinho - Não está, meu amor - Eadlyn fez bico - Não, não chore. Nós vamos ver ela daqui a pouco, sim? - ela continuou com o bico - Mas não pode chorar - avisou, olhando-a.

Era incrível. A cor dos olhos de Eadlyn era minuciosamente idêntica ao seus. Era como se olhar num espelho pequeno e castanho, ela abraçou o pai de novo, e ele a ninou. Passara tanto tempo imaginando o momento que poderia nina-la de novo, que agora que podia faze-lo, era surreal.

Meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora