Saudades de Lucy

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A paz, finalmente, reinava naquela casa. Os casais se amavam, estavam felizes. O herdeiro era forte, saudável. Só havia uma peça sem seu par, Aspen.

Aspen: Meri, eu vou viajar - anunciou, em uma das tardes em que Maxon trabalhava e os mesmos ficavam no chalé.

Os dois não haviam se tocado mais, desde a reconciliação de America e Maxon. Eram melhores amigos, desde então.

America: Porque?

Aspen: Eu quero ver a Lu - disse, simplesmente. America franziu a sobrancelha, desconfiada - Saudade - admitiu, sincero.

America: Porque você não traz ela? - pediu, só para ser agradável. Sabia que sentiria ciúme de  Lucy. Mas se era por Aspen, ela estava disposta.

Aspen: Ainda não. Mas trarei - prometeu.

America: Quando você vai?

Aspen: Hum... - ele consultou o relógio em seu braço - Daqui a duas horas - sorriu torto, provocando ela.

America: Aspen, como pôde? - reclamou, vendo ele se levantar.

Aspen: Surpresas são sempre tão agradáveis - brincou com a irritação dela - Preciso ir. Ainda há algumas coisas para por na mala.

America: Em quanto tempo você volta? - perguntou, acompanhando-o até a porta.

Aspen: Não sei ao certo. Meri, eu deixei a Lu sozinha muito tempo. Eu preciso dela. Mas voltarei, prometo - sorriu novamente.

America assentiu, pensativa. Aspen não queria fazer, mas se sentia atraído por ela. Sabia que depois se sentiria sujo, imundo quando voltasse para Lucy, mas era necessário. Ele engoliu em seco e se aproximou dela para beijá-la, mas a mesma desviou o rosto.

America: Desse jeito não - disse, antes de acariciar o rosto dele. Aspen sorriu, ele a entendia.

Aspen: Até a volta, minha Meri - ele beijou a testa dela, e então sumiu, deixando apenas seu perfume.

America voltou andando para casa. Jantou, normalmente. Depois, pediu licença e foi pro quarto. Vestiu sua camisola e ficou lá, olhando a chuva pela janela, perdida em seus pensamentos. Estava sendo injusta com Aspen. Entretanto, não tinha coragem de abrir mão de seu casamento, agora que parecia estar funcionando. Era um sonho que virava realidade.

Maxon: Você sente falta dele - afirmou tempos depois, antes de se postar atrás dela, segurando-a levemente pelos ombros.

America: Não é só isso. Porém, sinto falta sim. Aspen é um grande amigo - disse, se aconchegando no peito dele.

Maxon: Só um amigo? - perguntou, acariciando os braços dela, enquanto lhe olhava.

America: Apenas um amigo - confirmou. E não era mentira. Há tempos ela não desejava Aspen como homem - Parece que não vai parar de chover nunca - observou, olhando a mesma. Nesse instante uma rajada de vento se jogou contra a janela. Maxon riu.

Maxon: Desde que eu me entendo por gente está chovendo - concluiu, com uma careta. America riu e ele sorriu para ela.

O azul do olhar de America encontrou o castanho do olhar dele, e então ela não lembrava do que estava rindo.

Ele sorriu de canto enquanto aproximava os lábios dos da esposa, lentamente. Quando os mesmos se tocaram, um trovão estrondou do lado de fora, assustando America. Maxon riu e segurou o rosto dela, apossando-se de sua boca docemente.

Meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora