Meu pecado

Castigo Cruel

America e Miriam agiram juntas. As duas se viraram e dispararam correndo para a mansão. Ao chegar na escadaria, America pegou Miriam pela cintura, erguendo-a do chão, e desatou a subir. Ao entrarem em casa, America olhou para trás, e Maxon não estava mais lá. Seu peito doia de medo, de terror. Subiu correndo com Miriam, e entrou em seu quarto, fechando a porta e se escorando nela. Só o que houve depois foi o silêncio.

Miriam: O que foi? - perguntou, ofegando.

Maxon: Eu disse que não adiantaria correr - advertiu, frio, encostado calmamente no guarda-roupas, como se estivesse lá o tempo todo.

America gritou de susto. Em seguida, puxou Miriam e se pôs para fora do quarto.

America: Se tranque no seu quarto e só abra a porta pra mim - disse rapidamente, e fechou a porta do quarto, se virando para Maxon. Ele estava transformado. Respirava como um touro irritado, seus olhos eram ódio puro, e America sabia que não podia fugir.

Maxon: Eu avisei a você, America. Faça tudo, menos ir até lá. PORQUE ME DESOBEDECEU? - gritou, avançando até ela, que recuou para perto da cama.

America: E-eu só fui levar... - foi interrompida.

Maxon: ESPEROU QUE EU VIAJASSE PARA IR ATÉ LÁ! - disse, agora próximo dela.

America: Tudo isso era para eu não ver a sua namorada, Maxon? - perguntou, se jogando a morte - Teve um lado positivo nisso, agora eu sei porque você me odeia.

Maxon: Eu não matei a minha mãe - começou, transtornado - Eu amava a Kriss - disse, e o tom em sua voz não era de amor, chegava a ser adoração.

America: ENTÃO VÁ E FIQUE COM O CADÁVER DELA! ME DEIXE EM PAZ! - gritou, tomada pelo ciúme.

E então um golpe furioso lhe atingiu o rosto, e ela caiu no chão. Sentiu o gosto do sangue na boca. Mas antes que pudesse reagir, algo lhe atingiu as costas. Uma fivela, um cinto talvez. Parecia estar cortando sua pele em tiras. Ela ouvia o grunhido de Maxon a cada golpe que recebia. Tinha experiência, gritar não adiantava nada. Então se entregou a dor, sem se queixar, apenas protegendo o rosto com os braços enquanto pedia para o ódio de Maxon parar.

Após algum tempo, começou a pedir que a morte chegasse logo. As lágrimas queimavam seus olhos, até que tudo escureceu, e não houve mais nada. 

Em meio a sua dor, America pensou ter ouvido a voz furiosa de Maxon, bem ao longe, dizer: "Você não queria, pois então, ficará aqui."

E seu rosto se bateu no chão com força. Não sabia se era só o rosto, o resto de seu corpo já estava tomado pela dor, ela não podia distinguir. Perdeu a noção do tempo. Só sabia que estava deitada num chão frio, de barriga pra cima, e que tinha dor. Dor demais.

Quando conseguiu abrir os olhos, foi o retrato de Kriss, com um sorriso triunfal que viu.

Ela não conseguia se levantar. Não conseguia gritar. As lágrimas desciam por seu rosto silenciosamente. Tinha sede, tinha fome, e tinha dor, acima de tudo dor.

Ficou ali, imovel, olhando o rosto de Kriss, enquanto mais lágrimas queimavam o seu rosto.