É preciso esquecer

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America: ANNE! - gritou, após ajeitar a camisola, tirando os amassões. Não queria que ninguém soubesse daquilo.

Não demorou nada, a empregada apareceu no quarto com aquela expressão caridosa e humilde de sempre em seu rosto. America gostava de Anne.

Anne: Posso ajudar, senhora?

America: Eu preciso de um banho. Um banho com a água fervendo, encha a banheira, por favor. E depois troque os lençóis da cama. Estão sujos - ordenou, olhando o dorsel de madeira.

Anne estranhou. Havia trocado os lençóis de toda a mansão no dia anterior. Observou então que havia um pouco de sangue, bem mínimo no meio da cama. Assentiu, e saiu. Logo America se trancou no banheiro, que contia uma banheira que agora fumaçava. America pediu que a água estivesse fervendo, e ela estava. Do lado da banheira havia um recipiente com água limpa, sem espuma, e também fervendo. Ela entrou na banheira, e logo esfregava a espuma no corpo com força.

A água quente queimava a pele dela, mas ela precisava tirar a marca dele de si

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A água quente queimava a pele dela, mas ela precisava tirar a marca dele de si. America chegava a se machucar pela força com a qual friccionava a esponja no corpo, que começava a ganhar uma tonalidade vermelha-clara. Quando se sentiu limpa o suficiente, pegou o recipiente e se enxaguou. Seu corpo ardeu. A pele estava sensível, e a água estava quente demais. Mas não importava. Ela escovou os dentes detalhadamente, e lavou a boca com sabonete. Enfim, estava limpa. Limpa de corpo. Sua alma estava destruída. Seu coração em pedaços, mais um vez.  Ela foi pro quarto, se vestiu, com a ajuda de Anne. Os forros já haviam sido trocados. Estava se perfumando, quando a voz que mais queria ouvir lhe inundou. 

Aspen: Você tem alguma coisa contra musiquinhas de feliz aniversário? - perguntou, e o riso em sua voz fez America sorrir. Ele estava ali. Estava tudo bem. 

America: Tenho algumas objeções, porque? - virou-se, sorrindo pra ele.

Aspen: Então vai sem a musica mesmo - ele fez uma careta - Eu tinha ensaiado, sabia disso? - America riu - Feliz Aniversário -  e entregou um pacote pra ela.

America: Obrigada - sorriu, e o beijou brevemente.

America desfez o laço de fita cuidadosa, sorrindo, e abriu a caixa. Seu sorriso se fechou ao ver o presente.

America: Aspen - chamou, incrédula.

Era a camisola vermelha de Marlee. Ela ouviu o riso de Aspen ressonar atrás de si, e sorriu, com uma careta, tirando a peça da caixa.

Era tão atirado quanto ela se lembrava

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Era tão atirado quanto ela se lembrava. Só que quando ela puxou a peça, uma caixa retangular caiu dela,  ficando no pacote. America sorriu e abriu a caixa. Era uma pulseira, linda. Mais diamantes.

America: Você é patético - acusou, virando-se pra ele

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America: Você é patético - acusou, virando-se pra ele. Aspen ainda ria - Sabe, estou pensando em abrir uma joalheria. O que você acha? - sorriu, fechando a caixinha da pulseira.

Aspen: Bom, vendo pelo padrão do seu porta jóias, eu acho que vai dar certo - ela riu - Mas isso não é o seu presente. Bom, a camisola é - parou pra rir - Mas a pulseira não - America franziu a sobrancelha, confusa - Quero que use ela hoje. Vou te levar a um lugar. Não me pergunte onde - America fez uma careta curiosa - Confie em mim.

Ela confiava. Assentiu, e ele lhe disse que sairiam às três. America ficou com ele até o almoço, depois foi se arrumar. Ele lhe disse para se vestir elegantemente. E então ela o fez. Tomou um banho bem perfumado, vestiu seu melhor vestido negro: um tomara-que-caia super justo no busto, que tinha um par de luvas pretas que ia até os cotovelos. Ela pôs a pulseira dele por cima da luva, o que deu muito mais destaque aos diamantes. Se maquiou, e se pentou cuidadosamente, fazendo um rabo de cavalo liso que ia até o meio das costas, com vários fios soltos em volta, e no topo da cabeça pôs a tiara que Maxon lhe deu. Para completar, usou as botas novas que ganhou de Marlee. Estava perfeita. Parecia um anjo. Foi esse o primeiro pensamento de Maxon quando viu America descer as escadas, pronta. Ela ignorou ele. Aspen estava ali perto, vestido socialmente, lindo em um terno preto. Ele sorriu ao ver America, e saiu para mandar buscarem a carruagem.

Maxon: Onde diabos você pensa que vai vestida assim? - perguntou, raivoso, avançando pra ela.

Maxon foi segurar o braço dela, quase que por costume já, mas ela recuou. A última coisa que queria agora era a marca dele em sua roupa. Ela se limpou demais, não queria aquilo de novo. Apenas balançou a cabeça negativamente, olhando pra ele. 

America: Quero que saiba, que eu nunca, escute bem, nunca vou perdoar você pelo que fez hoje - disse fria e duramente, e depois segurou a barra do vestido, saindo e deixando-o só. Aspen a esperava, com uma surpresa de aniversário. Pro inferno Maxon e sua prepotência.


Meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora