Tentação

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Dias se passaram. America não cabia em si de tanta felicidade. Suas regras não vieram mais uma vez, ela tinha certeza de que estava grávida. Kriss estava morta. Maxon, vivo. Eadlyn, saudável, feliz. Kota fora preso. Nada nem ninguém poderiam estragar sua felicidade. Maxon lhe tentava noite após noite, mas ela não cedeu, mesmo com o corpo ardendo pelo contato da pele dele. Tinha medo de machuca-lo, já que não estava completamente curado.

America: Veja o que eu trouxe pra você - disse, entrando no quarto, com um pote de metal na mão. Maxon sabia o que era: Era o creme milagroso que tinha poder de tirar qualquer cicatriz, que Aspen comprara aos montes em certa ocasião.

Maxon: Já disse que isso não é necessário - disse, cansado.

America: Mas eu acho que é. Quero você, mas sem essa marca. Quero apagar isso de vez. Então, cale a boca - disse, convicta, e Maxon suspirou.

Maxon: E se não funcionar? Vai me jogar fora junto com a marca? - brincou, vendo ela se aproximar.

America: Estou analisando a possibilidade - disse, e em seguida pôs o pote na cama – Veja - se abaixou e mostrou o braço e a mão onde o ácido haviam lhe queimado. Onde deveria haver uma bela cicatriz, não tinha nada. A pele estava milagrosamente em seu lugar. Mais alguns dias usando o creme, e não haveriam vestígios.

Maxon: Coincidência - disse, alfinetando.

America: Não é! - se levantou, resignada - Olhe.

America pôs a perna em cima da madeira da cama, e tirou as várias camadas do vestido de cima. Maxon ergueu a sobrancelha e riu da espontaneidade dela. Por fim, ficou com a perna, na altura da coxa, descoberta. Maxon acompanhou o pensamento dela. A bota que usava ia até o tornozelo, a partir dali, deixando sua pele pálida exposta.

America: Vê? Não há nada - disse, convencida.

Maxon: Deveria haver? - questionou, brincando. Sabia que aquela perna era onde a cobra mais a atacara, entretanto, não havia uma marca para contar história - Deixe-me ver - ergueu a mão, e tocou-lhe a pele.

Maxon fingiu que avaliava a cor da pele, mas na verdade, a instigava. A pele de America era quente, macia. Ele se inclinou pra perna dela, que hesitou.

Maxon: É, não tem nada - disse, remotamente.

Em seguida ele beijou-lhe a pele levemente. America se arrepiou ao sentir o primeiro toque da boca dele contra sua, e ele viu a pele dela se eriçar. Beijou-lhe, novamente, enquanto a segurava com a mão forte. America suspirou. Havia tanto tempo desde a última vez. Precisava tanto...não!

America: Agora me escute aqui - disse, puxando a perna pro chão e colocando o vestido por cima - É bom parar. Já conversamos sobre isso. Porque você torna as coisas tão difíceis?

Maxon: Não sou eu que estou tornando as coisas difíceis aqui - disse, voltando a sua posição inicial, como um menino birrento.

America: Cale a boca e tire a camisa - disse, sem dar atenção, pegando o pote novamente.

Maxon sorriu e tirou a camisa que usava, ficando com o peito descoberto. America se sentou ao lado dele, e, após abrir o pote, tocou-lhe o ferimento quase cicatrizado com a mão coberta de creme. Maxon perdeu o rumo do pensamento ao sentir a mão dela, aquilo dava uma sensação boa. America observava seus dedos passearem pela barriga definida do marido. Quantas vezes havia se perdido de prazer ali? Não sabia contar. Maxon observou o olhar dela sob seu corpo, com um sorriso no rosto. O creme já havia se dissolvido, mas ela continuava a acaricia-lo, perdida em seus pensamentos. Maxon pegou o pote da mão dela, descartou-o, e se preparou. America estava tão absorta em suas lembranças que não viu. Ela só sentiu a mão dele erguer-lhe o rosto, e a boca dele pressionar a sua em seguida. America gemeu pela surpresa, mas lhe retribuiu o beijo ardorosamente. Deus, queria tanto se entregar. A língua de Maxon possuía a boca dela violentamente, fazendo-a perder a razão. Desejava tanto sucumbir, e ceder aos desejos do marido. Maxon, sentindo a falta de resistência da esposa, deitou-a na cama, indo pra cima dela.

America: Amor, não - choramingou, aturdida. Antes que ela pudesse empurra-lo, Maxon passou pra cima dela e abriu-lhe as pernas com a mão, deitando-se entre elas, que o acolheu, e a impedindo de fugir. Demônios, se não estivessem tão cobertos, isso ia ser radicalmente mais fácil.

Maxon: Shiii - murmurou no pescoço dela, subindo-lhe os beijos pelo rosto - Preciso tanto me abrigar em ti, minha querida - ela gemeu pela ansiedade, entregue - Só assim vou ter certeza de que estou vivo - disse, perto de seu ouvido, mordendo-lhe a orelha novamente.

America gemeu, fora de controle. Cada célula de seu corpo gritava por ele, como se nunca tivesse sido tocada. Maxon a segurou pela nuca e a beijou novamente, cheio de sede. A própria America o acolheu dentre as pernas, enlaçando-lhe a cintura. Ele segurou a coxa dela com a mão livre, apertando-a, fazendo-a suspirar. Foi puxando o vestido dela pra cima, tentando se livrar de toda e qualquer camada de roupa que os separasse. America não o impediu, sua mente estava distorcida pelo desejo.

Maxon já considerava a batalha ganha, quando batidas educadas ecoaram pelo quarto, fazendo America recobrar a consciência.

Marlee: Ames? - chamou, ao não ter resposta.

America: Oi? - perguntou, após se separar de Maxon.

Marlee: A costureira está aqui. Eu pensei que você talvez quisesse encomendar alguma coisa - disse, distraída.

America: Eu quero. Eadlyn precisa de roupas novas. Avise que já vou.

Marlee assentiu, e Maxon tentou atacar a esposa de novo, mas deu com a cara no colchão. America se desvencilhou do marido, empurrando-o pro lado e se sentando rapidamente. Maxon arregalou os olhos, incrédulo.

Maxon: America! - chamou, exasperado.

America: O que? - perguntou, tentando recuperar sua respiração.

Maxon: Vai me deixar assim? - perguntou, e America não precisou olha-lo para saber que o marido estava no auge de sua excitação. Ela havia sentido isso antes de empurra-lo.

America: Você que começou com isso - Maxon rosnou, passando a mão nos olhos. Odiava quando America o rejeitava. Ela se levantou, e se virou pro marido - Não vê que me tortura com isso, também? - perguntou, aflita - Acha que eu não quero me entregar a você? - Maxon a observou, se segurando para não puxa-la de volta. Ter ela ali, dizendo que o desejava, não melhorava a situação - Pelo amor de Deus. Não falta muito, agora. Não nos machuque tanto, por Deus - pediu, e o rosto dela queimava de desejo.

America saiu do quarto e Maxon suspirou, se preparando para mais uma ducha fria.

Meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora