Maxon dormia abraçado ao travesseiro da filha, todas as noites. Aspen, já tinha quase perdido a fé, começava a planejar grupos de procura, pros estados mais próximos de Carolina. Ele acharia America, pro irmão. Nunca se deu bem com Maxon, mas não gostava vê-lo ser torturado, pela saudade da filha, da mulher. Só que algo no peito de Maxon lhe dizia que America estava perto.
Maxon: Tem que haver algum lugar, um ponto em que não tenhamos procurado - insistiu com os irmãos, num dia à tarde, no escritório dos Schreave.
Carter: Onde, por exemplo? Maxon, nós viramos Carolina de cabeça pra baixo. Ela não está aqui - disse, sério.
Maxon: Está! - insistiu, batendo com a mão na mesa - Carter, você pode não acreditar, mas eu sinto Eadlyn. Ela está por perto. Eu sei que está. A busca foi falha.
Aspen: Nós avisamos até a policia. Tem gente nossa nas fronteiras. Se ela estiver lá, vão encontrar - tranquilizou.
Maxon: Ela está aqui - insistiu. Era como se a presença de America fosse notável, como se ele pudesse farejar seu perfume - Eu vou... eu vou sair um pouco. Preciso espairecer - Carter e Aspen assentiram.
Maxon caminhou até longe. Em sua cabeça, estavam America e Eadlyn, sentadas na neve, fazendo o boneco. Estiveram tão próximas, e agora poderiam estar em qualquer lugar. America estava calma, até que o telegrama chegou. Ele pensou nisso enquanto andava sem rumo. Existia uma possibilidade de ela ter partido. E se o telegrama fosse o irmão, avisando que vinha busca-la?
Mas, por outro lado, quem se atreveria a levar os dois? Entretanto, com a ajuda dele, a fuga seria muito mais fácil. Maxon estava considerando isso, quando viu um rosto não tão familiar caminhar à uns cinquenta metros dele. Usava um terno preto, tinha cabelos ruivos.
Maxon: Gerad - murmurou pra si mesmo. Era o primeiro rastro de America que tinha. Ela ainda está aqui, se motivou enquanto se apressava pra alcançar o ruivo - Gerad! - chamou, ao chegar numa proximidade considerável.
Gerad se virou, respondendo intuitivamente ao seu nome. Maxon não lembrava muito de suas expressões, mas eram parecidas com as de America. O cabelo era do mesmo ruivo. Gerad se manteu calmo ao ver quem lhe chamara.
Gerad: Maxon - respondeu, sereno, parando de andar.
Maxon: Em nome de Deus, onde ela está? - perguntou, deixando o desespero transparecer em sua voz.
Gerad: Ela quem? - perguntou, calmo.
O pingo de esperança de Maxon desmoronou. Era óbvio. Se Gerad estivesse realmente com America, não lhe diria.
Maxon: Por favor - implorou, e por um minuto Gerad sentiu pena dele.
Gerad: Eu não sei do que você está falando.
Maxon: America. Onde está?
Gerad: Por suposto que deveria estar com você - alfinetou.
Maxon: Fui um idiota. Ela entendeu tudo errado. Eu não... - ele hesitou - Não foi minha intenção magoá-la. Eu a amo - disse, inutilmente.
Gerad: É tarde - respondeu, se afastando.
Maxon: Não! - ele o segurou - Pelo menos, me diga. Eadlyn - pronunciar o nome da filha o machucava - A minha Eadly. Ela está bem? Estava resfriada antes de... - ele não terminou a frase.
Gerad: Fique tranquilo. Ela vai ficar bem - encerrou, e com um último olhar, se afastou.
Aspen: Espera aí - se levantou, quando Maxon lhe contou o que acontecera.
Carter: Se ele sabe da Eadlyn, ele está com America - concluiu.
Aspen: E se ele está com America, ela ainda está aqui.
Achar Gerad foi fácil como suspirar. Carter colocou homens de guarda na frente da mansão Singer. Qualquer movimento do ruivo seria seguido.
America: Ele encontrou você?! - perguntou, alarmada.
Gerad: Na rua. Estava voltando pra casa, e me bati com ele.
America: E então?
Gerad: Me perguntou de você. Pediu pra que voltasse para casa. Perguntou de Eadlyn. Está abatido, desesperado, Ames.
America: Ele provocou isso - disse, amarga.
Gerad: Ele disse que você entendeu tudo errado, e que não era intenção dele magoar você - America riu.
America: De boas intenções o inferno está cheio - terminou o assunto, indo verificar a filha, que ressonava calmamente.
Gerad: Sabe que não vou poder vir muito aqui, agora que estão atrás de mim - comentou, observando a irmã.
America: Eu sei - suspirou - Vou tentar dormir um pouco. Eu não sou a única pessoa que chora por aqui - sorriu, triste.
Gerad: Não entendi - ele fez uma cara confusa.
America: Tem uma mulher, no andar de cima. Chora a madrugada inteira. Não tenho conseguido dormir direito. Não é nada escandaloso, eu só ouço os soluços, mas mesmo assim, me dá agonia. Acho que alguém bate nela, ou prende, não sei - deu os ombros, pensativa.
America só não sabia que a mulher que soluçava no andar de cima, chorava por ter lhe feito bem e por sofrer as consequências disso. Chorava por ter lhe devolvido o sobrinho.
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Meu pecado
RomanceAmerica e Maxon foram destinados por seus pais a se casarem. Ele era apaixonado por outra e ela não estava preparada para assumir um casamento com um dos filhos da familia mais famosa da cidade. Entretanto, mesmo sofrendo muito nas mãos de Maxon, Am...