A busca

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Maxon: Carter! - chamou, limpando o rosto, e indo atrás do irmão.

Aspen: O que houve? - perguntou, ao se bater com o Maxon.

Maxon: America fugiu. Foi embora. Me ajuda? - pediu, derrotado.

Pela primeira vez, Aspen e Maxon foram irmãos. Irmãos unidos por um objetivo. America.

Benjamim: Ela ainda está na cidade - observou, calmo, com os primos. Carter lia a carta de America, e Maxon conversava com Aspen.

Maxon: O que? 

Benjamim: America. Ela ainda está na cidade.

Aspen: Como você sabe?

Benjamim: Não sei. Mas sei.

E ela estava. Gerad não conseguiu tira-la da cidade. Ninguém ia ajudar America Schreave fugir. Não conhecendo a fúria impiedosa de Maxon. Ele deixou ela em um hotel isolado, longe, onde ninguém poderia acha-la. Um amigo de Gerad, que era capitão de um cruzeiro, estava perto de Carolina, e concordou em ajuda-lo. Mas pra isso, America precisaria esperar um mês, por aí. Eadlyn pegara um resfriado leve, nada demais. America sentia falta do marido como do ar.

America: O que há, Eadly? - perguntou, atordoada, com a angustia da filha. Eadlyn pegou a boneca com a qual Maxon sempre brincara com ela, e mostrou a mãe - Não, meu amor - a menina insistiu - Não pode - a menina observou a mãe, e depois ergueu o bracinho, apontando para pulseira que Maxon lhe dera - Ele não está aqui, Eadly - ela viu os olhinhos da filha se encherem de água - Não chore. Eu sinto falta dele, também - admitiu, carregando a filha.

Maxon mandou revistarem toda a cidade. Nem rastro de America ou Eadlyn. Ele não tinha comido direito nos últimos dias, nem falava. Chorava as noites, por saudade da ruiva. America não estava muito diferente.

Gerad: Ele está revirando Carolina de cabeça pra baixo, procurando por você -  avisou, sentado na cama, enquanto America olhava algo na mala. 

America: Alguma chance dele me encontrar aqui? - perguntou, virando-se para encarar o irmão.

Gerad: Muito pouco provável. Quase ninguém vem a este lugar. Entretanto, todo mundo sabe do que Maxon é capaz.

Eadlyn, que estava sentada no berço olhando sua bonequinha, ergueu o rosto e deu um gritinho animado ao ouvir o nome do pai. America suspirou.

America: Não, filha - Eadlyn ficou murchinha de novo.

Gerad: Tem certeza disso, Ames? - perguntou, observando-a.

America: É o único jeito. 

Gerad: Talvez haja outro, menos doloroso. Pensa que eu não vejo seu sofrimento? Seu olhar vermelho de tanto chorar, toda vez que eu chego? Pensa que eu não sei que passa os dias aqui, chorando com saudade dele? Talvez o adeus não seja o melhor - observou.

America: Não é um adeus - negou, dobrando um vestidinho de Eadlyn - É só algo necessário. É para a felicidade dele - disse, amarga - Quem ama não diz adeus. 

Gerad: Eu amava Celeste, e lhe disse adeus - disse, pensativo.

America: É diferente.

Gerad: É tecnicamente igual. A única diferença é que você tem escolha, e eu não tive. Ela se foi de mim, de uma vez para sempre.

America: Não creio que seja de uma vez para sempre. O verdadeiro amor sempre volta - sorriu de canto, pondo o vestidinho na mala.

Gerad: O seu amor voltou?

America: Gerad, por favor - implorou, cansada. Falar de Maxon não lhe fazia bem.

Gerad: Tudo bem. Mas pense bem, enquanto pode. Olhar para trás e não poder fazer nada pra mudar é horrível - avisou, antes de dar um beijo na testa da sobrinha e sair.

Meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora