Kriss!?

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Naquela tarde, casais se embolaram nos quartos da mansão Schreave. A paixão podia ser sentida entre as paredes. E assim foi por dias. O amor, a paz, a tranquilidade e a paixão reinavam naquele lugar. Mas não é só a alegria de pobre que dura pouco. A dos ricos também tem data de término.

Maxon: Vai!

America: Não vou - virou o rosto.

Maxon: Vai, minha princesa - insistiu, mimando ela.

America: Não, meu neném - sorriu, entrando no jogo.

Maxon: E porque você não quer ir, minha vida? - perguntou, prendendo o riso, só que America não aguentou e riu.

America: Eu vou. Mas me espera.

Maxon: Sempre - disse, fingindo bocejar.

America: Ridículo - bateu no peito dele, que riu e agarrou ela, dando-lhe um cheiro no pescoço.

Maxon ia passear com America pela cidade. Mas ele insistia que ela usasse um xale, que lhe tampasse mais o decote, e ela não queria ir buscar. Por fim foi sobre os olhares dele, que ficou sorrindo a espera dela. America o encantava.

Seu sorriso se fechou em choque quando uma visitante entrou pela porta da frente.

Seu sorriso se fechou em choque quando uma visitante entrou pela porta da frente

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— Maxon - disse, observando-o do portal.


America tinha buscado o xale, e voltou, parando no parapeito da escada. Parou de sentir as pernas. A visitante avançou pela sala e abraçou Maxon com vigor. America empedrou onde estava. A visitante ergueu os olhos para America, e a encarou por um breve momento.

America observou aquela mulher ali, agarrada ao seu marido. Lembrou-se de cada palavra de Maxon. Olhos castanhos, de ressaca. Olhos de cigana, obliqua e dissimulada. Se vestia com um vestido vermelho sangue. Seu cabelo era de um castanho médio, ondulado. Era o quadro do terceiro andar que criara vida e estava ali. O xale que segurava escorregou dentre os dedos de America sem que ela percebesse, e caiu levemente no chão. Kriss ainda a olhava. Mas o azul dos olhos de America procurou outra coisa. Maxon. Quando conseguiu olhar o rosto dele, sua expressão era chocada, confusa, atordoada. Mas America viu, algum tempo depois, quando a mão dele retribuiu o abraço de Kriss, afagando-a pelas costas, acolhendo-a em seu peito. O pulmão de America trancou ao ver aquilo, e ela sentiu cada pedaço do seu corpo endurecer.

Carter: America! - chamou, aparecendo no corredor. A ruiva não se virou - Estava procurando você. Quero saber se quando a Mar... - ele parou ao ver a cena no andar debaixo - Kriss - constatou, incrédulo.

Carter não gostou nada daquilo. Justo agora, quando ele achou que o assunto de Kriss estava enterrado junto com ela, justo quando a paz reinava acontece isso. Ele e America ficaram parados, um do lado do outro, empedrados, ambos afogados em desgosto pela visitante.

Kriss: Ora, Carter! - ela se soltou de Maxon, que virou-se. Um choque passou pelo castanho dos olhos dele ao ver America ali.

Mas havia outro sentimento no olhar dele, um sentimento que era imensamente maior que o choque. America conhecia esse sentimento, pois havia dele em abundância em seu peito. Era saudade. A voz de Kriss era envolvente, um tipo de voz que fazia qualquer pessoa perder o fio da conversa. Era doce, atraente. Kriss tinha um corpo farto, moldado pelo vestido.

Kriss: Casou-se com ela, no fim - acusou, virando-se para Maxon, como se America fosse um ser que não merecesse respeito.

Maxon: Eu... eu não... - ele tentou formular a resposta. Ia renegar America, ela sabia. Sentiu o ódio recobrando cada pedaço do seu corpo. Seu maxilar estava trancado como pedra.

Carter: Maxon - chamou, duro, enquanto descia as escadas - Pode me acompanhar? - não era uma pergunta. Era uma ordem.

Maxon foi com Carter, que o guiou ao escritório, fechando a porta. Kriss olhou America de cima a baixo, e sorriu, debochada. Ela ergueu o rosto e manteve o olhar da mulher no andar debaixo. Com certeza nada de bom sairia dali.

 Com certeza nada de bom sairia dali

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Meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora