Bem-vindo bebê

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Maxon foi pra sala, com Carter. Era a mesma cena de em média um ano e meio atrás. Só que dessa vez o atormentado era ele. O bebê era prematuro, e America estava sofrendo mais que Marlee.

Carter: É horrível, não é? - perguntou, observando o irmão.

Maxon tinha as palmas das mãos nos ouvidos, mas isso não bloqueava os gritos e gemidos de dor de America. Ele olhava o chão fixamente, e os minutos pareciam não passar. 

Maxon: O que houve? E America? - perguntou imediatamente, quando Anne desceu as escadas, aproximadamente três horas depois.

Anne: Está sendo um pouco complicado, mas estamos conseguindo. Eu preciso chamar um médico, pra que...

Maxon: Médico?! Porque?! - ele se lembrou, Marlee não precisou de um médico. Nesse momento America gritou de novo, e ele ergueu os olhos pro assoalho.

Anne: O bebê só tem sete meses, senhor Schreave - respondeu, pacientemente - Talvez precise de algum cuidado especial.

Carter: Não deve ser nada demais, só rotina, eu e Marlee levamos Kile ao médico nos seus primeiros dias - tranquilizou.

Maxon ia responder, mas nesse momento um choro desesperado ecoou pela mansão. Um choro de criança.

O choro continuou lá em cima. Carter riu, aliviado. Maxon, por sua vez, estava paralisado. Anne pediu licença e saiu, para chamar o médico. E ele ainda estava na mesma posição, com o choro do bebê ecoando na cabeça, quando a parteira desceu, com o bebê no braço.

Parteira: É uma menina - anunciou, ao chegar no andar de baixo.

Maxon tomou um choque com isso. Uma menina? O certo não era um herdeiro homem? 

Parteira: Depois do médico, eu lhe dou ela pra carregar. É muito frágil, prematura.

Maxon: Tudo bem - assentiu, ainda pensativo.

Então a parteira descobriu o rosto da bebê. Ela não chorava mais. Estava quietinha, encolhidinha. Ainda não abrira os olhos. Tinha os cabelos fininhos, e castanhos. Era branquinha, clara. Um bebê de feições perfeitas. Se assemelhava a um anjo. 

 

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Maxon: Minha mulher? - perguntou, ainda olhando a bebê. 

Parteira: A Sra. Marlee cuida dela agora. Está cansada, mas ficará bem - Maxon assentiu - Com licença - se virou para sair.

Então algo iluminou a cabeça de Maxon. Uma conversa sua com America a meses atrás.

FLASHBACK DE MAXON

Maxon: Eu nunca disse, mas você estava linda quando Kile nasceu. Tinha algo diferente no seu rosto - disse, enquanto ela voltava para ele, recebendo-a em seu abraço e acariciando-lhe a maçã do rosto.

America: Foi um dia difícil. Mas depois, quando ele estava lá, berrando tal como um condenado, tinha valido a pena. E o cheiro - Maxon franziu a sobrancelha - Você precisava sentir o cheiro da respiração dele. Ele nunca tinha comido nada. Cheirava a vida - ela sorriu, enquanto ele acariciou o maxilar e o pescoço dela com seu nariz e rosto. 

FIM DE FLASHBACK

Maxon: Espere! - a parteira virou - Só mais uma coisa.

Ele se aproximou do bebê, e se inclinou gentilmente. Cheirava a vida, disse America. Ele aspirou a respiração leve da menina, sentindo seu cheiro. Era completamente diferente de tudo que ele havia sentido. Era puro.

Maxon: Pode ir - dispensou, pensativo. A parteira sorriu e foi. E ele ficou lá. Cheirava a vida. Estava confuso. Não sabia o que sentia.

O médico logo chegou, e foi examinar a bebê. Segundo ele, ela era saudável, até mesmo para uma prematura. Receitou uma dieta reforçada a America, que foi quem saiu prejudicada do parto. Estava fraca demais. Não tinha forças nem pra se levantar.

Maxon: Ames? - chamou calmamente. America dormia.

America: Hum? - ela abriu os olhos, e o encarou.

Maxon: Trouxe isso pra você - disse, apontando para o prato que estava em sua outra mão.

Ele ajudou America a se sentar, e depois pôs-se a dar a sopa pra ela. A cabeça da ruiva estava longe. Por que Maxon estava cuidando dela? E Kriss?

Maxon: Você já escolheu o nome? - perguntou, quando terminou a sopa, tirando o prato de perto dela.

America: Não pensei muito nisso. Eu achava que era um menino - admitiu, e ele sorriu de canto. Ele esperava um filho homem. Mas lá estava a menina - Pensei em Anne, mas ficariam duas aqui - ela riu, fraca, e ele a acompanhou.

Maxon: Hum... - pensou por um tempinho - Põe Eadlyn - sugeriu.

America: Eadlyn?

Maxon: Sim, eu sempre gostei desse nome. Queria que minha irmã tivesse, mas deixei minha mãe decidir - America riu.

America: Eadlyn é bonito. Eadlyn Singer Schreave - Maxon sorriu - É, gostei.

Maxon sorriu, olhando pra frente. America caiu na real do que tinha dito. Não queria admitir, mas no fundo, bem lá no fundo, escondido atrás de uma fibra do coração dela, havia uma ponta de esperança de que fosse dele. Era a esperança de um dia isso tudo acabar, e ela conseguir montar a sua família, como sempre sonhou.

America dormiu nos braços de Maxon, naquele dia. Ele velou o sono dela a noite toda. Assim, se passaram dois dias, e a tranquilidade retornou a mansão Schreave. America pediu a Marlee para que escrevesse a Aspen, avisando-o que Eadlyn nascera, e que era saudável. Maxon não saia de casa.

Meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora