America: Passa a agulha, segura assim, e puxa a linha devagar - ela fez mostrando a menina como bordar.
Miriam: Me deixa tentar - estendeu as mãos. America assentiu e passou o bordado para ela, que rapidamente se pôs a puxar a linha.
Aspen: Obrigado - disse, aparecendo atrás de America.
America: Aiii! - ela riu com o próprio susto. Aspen riu com ela - Obrigada pelo que? - disse chegando pro lado, dando espaço para Aspen sentar.
Aspen: Pelo que você está fazendo por Miriam - ele sentou e olhou a menina, que passava a agulha pelo bordado concentradamente.
America: Ah, não foi nada - ela só sabia sorrir. Gostou de Aspen e não sabia porque.
Aspen: Ela é mais minha filha do que minha irmã, mas eu nunca conseguiria fazer o que você fez por ela - sorriu, olhando a menina.
America viu uma ternura nos olhos de Aspen, uma ternura que ela queria que o pai dos seus filhos tivesse, uma ternura que ela sabia que Maxon não era capaz de sentir. Estava pensando nisso quando ouviram um gritinho de Miriam. No mesmo instante Aspen estava abaixado na frente da menina. Ela espetou o dedo na agulha, e agora olhava atônita pro dedo, como se tivesse perdido uma aposta.
America: Não põe na boca! - mas era tarde, Miriam já tinha colocado o dedinho furado na boca e agora ria olhando America. Aspen riu e alisou o braço da menina. America balançou a cabeça negativamente mas riu.
Logo todos se recolheram. America e Maxon foram dormir sem falar um com o outro. De madrugada caiu uma tempestade, com raios, trovões, e muito vento. America acordou assustada com um raio. Ao erguer a cabeça, viu que mais uma vez estava abraçada a Maxon, que dormia. O quarto era iluminado por dois abajures, um de cada lado da cama. Ela colocou um cotovelo na cama, se apoiando no braço, para encarar o marido.
Parecia tão humano quando dormia. Era surreal. Um bom tempo depois, involuntariamente, passou a costa das mãos pelo rosto dele. Era macio, agradável. Um sentimento que ela vinha refreando a muito tempo lhe açoitou dentro do peito. Como podia ter se apaixonado por aquele homem? As lágrimas desceram por seu rosto, descontroladas, enquanto ela acariciava o rosto dele.
Maxon: Porque você está chorando? - perguntou, ainda de olhos fechados, com a voz rouca pelo sono, alguns minutos depois. America já chorava descontroladamente, porém, em silêncio.
America: Não é nada - se afastou dele, mas sua voz embargada era uma ótima delatora. Ela sentou na cama, e ia rapidamente levantando, quando sentiu a mão forte dele.
Maxon: Ninguém tem uma crise de choro no meio da noite por nada - ele continuou segurando-a, firme, sentado na cama. America soluçou no choro - Me diga, o que houve?
America: Maxon, porque você me trata assim? O que eu fiz pra você? - ela virou o rosto lavado de lágrimas para ele.
Maxon: Eu te trato do meu jeito. Eu sou assim - respondeu, frio.
America: Não é - a voz dela falhou, enquanto mais lágrimas desciam - Você não é assim. Essa é só a mascara que você usa pra todo mundo - ela passou a mão no rosto de Maxon, mas o rosto dele não era mais macio. Era duro, e frio - Mas, eu sou sua mulher. Você não precisa ser assim, pelo menos não comigo.
Maxon: Era por isso que você estava chorando? - perguntou, duro, afastando a mão dela.
America: Estava chorando porque quero que o meu casamento dê certo - ela disse, agora contendo as lágrimas. Não queria parecer uma menina imatura - Maxon, vamos tentar. Veja Aspen, o amor dele por Lucy é tão grande que sobrevive a distância - Maxon a encarava, com o maxilar trancado - Carter e Marlee se dão absurdamente bem. Nós podemos ser assim também. Eu sei que tem alguém aqui dentro - ela tocou o peito dele, Maxon se resetou - E esse alguém é capaz de me fazer feliz, nunca de me tratar como uma estranha.
Maxon: O que você quer que eu faça? Que eu cerque você, fique te olhando com os olhos brilhando como se estivesse doente, 24 horas por dia, tal como Carter? - perguntou, debochado. America se levantou e ia rumando ao banheiro, totalmente deprimida, quando a voz dele lhe alcançou de novo - Ou prefere que eu te mande para os Estados Unidos para poder dizer que eu sou capaz de superar a distância? - ele sorriu, malévolo.
America: Eu só quero poder dizer que te amo, sem me sentir uma idiota por fazer isso - ela disse com a voz cansada, se virando para ele.
Por um momento, a máscara de Maxon caiu. Ele parecia não saber o que dizer. Um fio de esperança brotou no coração de America. Talvez estivesse dando certo.
Maxon: Você está se sentindo uma idiota, agora? - perguntou, ainda sem aquela expressão fria, se levantando e indo até ela. America recuou involuntariamente, com a camisola branca ralando no chão - Responde, minha querida - pressionou, encarando ela.
America - Eu estou me sentindo uma completa idiota, Maxon, feliz? - ela encarou ele. Já não chorava - Pode ser diferente, vamos tentar - se aproximou dele, e hesitante, pôs as duas mãos no peito dele.
O coração de America estava em altos pulos, parecia que ia sair do peito. Maxon a encarava, inexpressivo, perdido. Seu coração também não estava como deveria estar.
Kriss: Você realmente se importa com o que eles dizem? - ela riu abertamente, aquele riso que fazia qualquer homem se perder - Pois eu só me importo com o que você pensa. Pode ser diferente, vamos tentar - ela enlaçou as mãos no pescoço dele.
Maxon começou a rir, frio. America sentiu o pulmão trancar e o estomago apertando dolorosamente.
America: D-do que você está rindo? - ela perguntou, trêmula, soltando ele.
Mas Maxon continuou a rir. Era claro, ele estava rindo dela. Ela sentiu os olhos encherem de água.
America: Não sei porque eu ainda tento - sussurrou triste, voltando a andar rapidamente pro banheiro.
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Meu pecado
RomanceAmerica e Maxon foram destinados por seus pais a se casarem. Ele era apaixonado por outra e ela não estava preparada para assumir um casamento com um dos filhos da familia mais famosa da cidade. Entretanto, mesmo sofrendo muito nas mãos de Maxon, Am...