O verdadeiro amor sempre volta

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A essa altura, a cidade inteira já havia montado as peças do quebra-cabeças sobre Kriss, America e Maxon. Estavam todos indignados, e torciam pela melhora do mesmo. Antigamente não, deixassem que morresse. Mas agora ele merecia viver. Só que, não se sabia como, a história de que Celeste que fora a comparsa disso tudo vazou, e todos a procuravam. A morena sabia disso. Mas depois de dias escondida, com fome, fraca, com dor, vagando sozinha, ela resolveu mostrar o rosto. Passaria pela dor, mas depois, enfim, estaria acabado. Ela andou pela rua principal da cidade, olhando as cores. Sempre gostou das cores. Olhou o céu nublado, a cor da terra, sentiu o perfume do vento. Tentou tirar da cabeça o pânico do que viveria a seguir. Porém, logo foi reconhecida. As pessoas fizeram uma multidão em volta dela, prontos para apedreja-la. Xingavam, ofendiam, e a encurralaram. Ela apenas olhava pro chão, esperando. Não havia mais destino para ela, pra que insistir?

Aspen: Então ela já voltou a ser a mais doce das figuras - comentou, brincalhão.

Gerad: America é louca. Sempre foi - parou, vendo o alvoroço de gente a frente - O que está acontecendo?

Aspen: Não sei - franziu o cenho, mas deixou pra lá - Eu vou dar uma passada em casa, vou ver Lu. Você vem? - perguntou, tomando seu rumo.

Gerad: Não, obrigado - disse, e sua atenção estava toda na confusão a frente.

Ele se aproximou, olhando o que era. Deus, estavam apedrejando uma mulher. Gerad podia deixar muito bem deixar isso pra lá, como já fizera antes, mas ele viu o rosto dela, de longe. Era a coisa mais angelical que já havia visto, desde muito tempo. Ela estava machucada, sua testa sangrava, mais e mais pedras iam em sua direção. Ele passou rapidamente pro centro da confusão, pondo seu corpo na frente do dela. Pararam de fazer aquilo.

Gerad: Vamos lá, quem vai ser o próximo? - desafiou, parado, com a expressão calma, mas irritado.

E quem seria louco de atirar uma pedra em um Singer? Era tão perigoso como olhar para a mulher de um Schreave. Vontade não faltou a multidão, mas ninguém se atreveu a atirar um pedregulho se quer.

Gerad: Saiam daqui. Vão cuidar de suas vidas. Sumam! - rugiu, e não havia um traço de bom humor em sua voz.

As pessoas, aos poucos, foram se dispersando. Resmungando contra Gerad. Umas outras ficaram, para observar o que ele faria. Gerad se agachou do lado de Celeste, que já havia desmaiado. Ele checou o pulso dela, e estava viva. Porém, sua cabeça sangrava bastante, escorria por dentre os cabelos e o sangue descia por seu pescoço, manchando o vestido velho. Ele carregou a morena, e a cabeça dela se inclinou molemente pra trás, fazendo a cascata de cachos negros pairarem no ar.

 Ele carregou a morena, e a cabeça dela se inclinou molemente pra trás, fazendo a cascata de cachos negros pairarem no ar

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Ela estava descalça, e seus pés estavam feridos. Ele saiu rapidamente dali, voltando ao hospital onde Maxon estava. Não a deixaria morrer. De jeito nenhum.

Gerad entrou no hospital, e logo levaram Celeste. Ele não soube preencher a ficha. Não sabia nada daquela estranha. Só lhe restava agora esperar.

Meu pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora