Ida ao cemitério (5)

247 27 0
                                    

Obsidiana: 

Encontrava-me no cemitério de Sintra. Olhava a campa de uma mulher. Camila foi minha esposa. Eu a amava muito. Ate que ela foi assassinada e eu me transformei no sou hoje. Não sei se ela concorda com o meu estilo de vida, mas não me importo mais. Ela está morta e eu vivo como quero.

Olhei em frente e vi chegar uma rapariga. É uma rapariga de cabelos escuros, longos e encaracolados, media estatura, pele morena e olhar triste. Ela levava um ramo de flores na mão, parou numa campa um pouco afastada da minha. Eu sabia que ela vinha, só não sabia em que campa pararia. Ela colocou o ramo de flores sobre a campa e permaneceu em silêncio durante um largo tempo. 

Eu tentei entrar na sua mente para ler os seus pensamentos. Mas todas as vezes que tentei, foi bloqueado e não consigo entrar. É estranho. Estava indeciso se haveria de a matar ou descobrir mais sobre ela. Eu conseguia ler a mente de todos os humanos, porque que não consiga ler a dela?

A rapariga encontra-se virada para mim, consegui vê-la limpar as lagrimas dos olhos. Os meus instintos de caçador pediam para que a matasse logo, mas não vou fazer isso. Vou esperar. Tenho que ter a certeza que ela não é perigosa. 

Estava pronto para me ir embora, quando ela subiu o olhar e os nossos olhares cruzam-se. Ela ficou quieta olhando-me com os seus olhos castanhos, como se refletisse sobre algo. Direcionei o meu olhar para a campa da Camila e ouvi os seus passos aproximarem-se de mim. 

...

Obrigado por lerem. Não se esqueçam de deixar o vosso voto.

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora