O dia do funeral (31)

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Tatiana:

O dia de ontem foi muito difícil para mim. Passeio o dia com a minha mãe na capela a velar o corpo do meu pai. Tentei não chorar, mas não consegui controlar. Eu não queria o perder. A minha mãe está muito abatida, mal se alimenta. Á noite, eu pedi ao Edu e a Nádia para ficarem com a Aurora. Quando cheguei a casa, ela já estava a dormir.

O Joel não me voltou a procurar. Não sei porque ele me abraçou naquela noite. Eu não posso negar que aquele abraço era o que eu precisava naquele momento. Fiquei um pouco confusa com desaparecimento dele. Ele estava abraçar-me e de repente não estava mais lá.

Hoje, acordei cedo. O funeral era as dez da manhã. Acompanhava o caixão pelo cemitério. As lágrimas enchiam os meus olhos e eu fazia força para elas não caírem. Tudo naquele local me fazia lembrar o funeral do Cláudio. Senti uma dor forte no meu coração. Paramos junto do túmulo. Os senhores começaram a baixar o caixão. Eu senti um buraco abrisse no meu coração. 

O meu pai era o meu pilar, era como se eu estive a desmoronar e não tivesse ninguém para me aparar. Eu preciso tanto dele. Não consigo controlar as lágrimas e elas escorrem pela minha cara. Sinto-me abandonada outra vez. O caixão entra dentro do buraco no chão. Eu não consigo controlar choro. E choro compulsivamente. 

Sinto uma mão segurar a minha fortemente. Olho para o meu lado e o Joel está lá. Eu não solto a mão dele. Eu mando uma rosa branca para o interior do túmulo. O Joel não larga a minha mão. Pareci estranho, mas eu sinto-me aparada. Como se já não estivesse sozinha.

Os coveiros começaram a fechar o buraco. Eu o abracei. Não sei porque que fiz aquilo. Ele colocou os seus braços em meu redor, eu encostei a minha cabeça ao seu peito e vi o buraco ser fechado. 

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora