Eu não volto (163)

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Obsidiana:

Eu estava em Paris.

Estava confortavelmente sentado numa espreguiçadeira, a beira da piscina coberta de hotel de cinco estrelas. Tinha uma taça de champanhe na mão. Definitivamente, eu estou a habituar-me a esta vida de rico.

A Liliana estava na água e observo as suas curvas apenas tapadas por um fato de banho extremamente sensual. Esta rapariga tem feito milagres comigo. Ela merece a vida que eu estou a proporcionar-lhe. Eu sorri para ela e ela mergulha empinado o ramo para me provocar. E consegue.

O meu telemóvel começa a tocar novamente. É a Sam. Porque eu acho ela quer que volte? Não atendi. O telemóvel voltou a tocar. Pronto, vou atender. Nada me vai fazer sair desta minha vida.

" Sam! O que é que queres?" Eu perguntei

" Finalmente, te dignaste a atender o telemóvel." Ela disse. A Liliana saiu da água. Ai! Aquele corpo molhado! faz-me arrepiar.

" Diz logo o que queres. Eu estou ocupado." Eu disse não sendo muito simpático.

" Já foste mais simpático. Mas a situação é a seguinte. A aurora foi raptada pelo Cláudio. Ela vai mata-la e eu preciso da tua ajuda." Ela disse.

A aurora foi raptada? Eu gosto da miúda. Ela é especial para mim. Mas regressar implica cruzar-me com a Tatiana. E eu agora estou bem, não vou estragar o momento.

" Arranja outro Super Herói. Eu estou ocupado." Eu disse.

" Ocupado com o quê? Uma mulher? Depois de ajudares poderás voltar para os braços de todas as mulheres que quiseres." Ela disse.

" O problema não é esse. O problema é que a Tatiana não merece que eu perca o meu tempo com ela. Eu preciso de a esquecer. Não propositar um encontro com ela." Eu esclareci.

" E a aurora não significa nada para ti?" Ela perguntou.

" Significa, mas tenho a certeza que conseguira ajuda-la sozinha."

" Se consegui, não te estaria a ligar."

" Paciência! Arranja outro. Boa sorte." Eu desliguei a chamada.

"Quem era?" A Liliana pergunta.

" Não importa."

" De certeza, ficaste nervoso." Ela reparou.

" Foi só passado que me ligou." Eu disse.

" Eu tenho sido sincera contigo e ainda não precisaste de me hipnotizar para eu aceitar o facto de és um vampiro. Mas tu nunca me contaste o teu passado." Ela disse.

" É demasiado aborrecido para eu te contar." Eu disse-lhe olhando a piscina.

" Será que é? Sabes? Eu esforço-me ao máximo para te fazer feliz. Tu deste-me a vida que eu sempre sonhei, mas acho que não estás feliz. Eu olho nos teus olhos e vejo que não pertences aqui."

" Eu estou bem aqui." Tentei acabar a conversa.

" Eu sei que o teu passado te fez sofrer. Mas será que não está na hora de enfrentar esse sofrimento?" Ela perguntou, deixando-me um pouco perdido.

" Se eu voltar, eu só vou sofrer. Tenho a certeza que todos terão um final feliz e eu vou continuar sozinha e magoado." Eu expliquei.

" Eu tenho razão. Estás a fugir do sofrimento. Nem sempre a vida é como nós queremos, mas cabe a nós lutarmos pelo queremos. E eu sou um exemplo disso. Tudo o que eu desejo está a realizar-se. Joel! vai atras do teu lugar, luta pelo lugar onde pertences. Tenho a certeza que vais conseguir e se não conseguires continua a tentar porque um dia vais conseguir." As palavras deixaram a pensar. É tudo tao mais fácil, se eu ficar.

Lembro da promessa que fiz a aurora. Eu prometi que nunca me esqueceria da aurora e da Tatiana. Eu não sou boa a cumprir promessa, mas cada vez que eu lembro-me do rostinho angélico da aurora a pedir-me isso, o meu coração aperta. Eu não sei o que fazer.

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Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora