Um Monstro em ti

O reencontro (117)

Aconselho ouvir a musica enquanto lêm. obrigado por ler. boa leitura.

Tatiana:

Eu fui trabalhar nem sei como. Tenho o coração apertado.

A Nádia e o Edu tiveram um acidente de carro. Eles estão bem, mas a mulher do carro que eles embateram faleceu. Sendo o culpado o Edu do acidente.

Isso não teria muito importância, se o jean não me contasse o contou. Acidentes acontecem.

Ele contou-me que no dia em que eu sai com o Joel, o Jean e Edu encontraram-se a meio da noite, discutiram e o Edu acabou por cair da escada. Bateu com a cabeça e o Jean deu-lhe o seu sangue para ele curar.

Como o Edu, mesmo inconscientemente, foi o culpado da morte da senhora, ele despertou a maldição.

Eu não sei como é que ele vai reagir, quando descobrir que agora é um vampiro.

O Edu desmaiou no local do acidente e levaram-no para o hospital. Mal o Jean soube do sucedido, ele alertou-nos para o que estava acontecer.

Eu e o Joel fomos busca-lo ao hospital e leva-nos lá para casa.

Quando eu sai de casa, ele ainda não acordou. O Joel disse-me era normal, ás vezes demorava mesmo muito tempo. Ele está em transição para vampiro, quando acordar terá que se alimentar de sangue, nas primeiras 24 horas. O Joel explicou-me.

Eu vim trabalhar, mas espero estar ao lado dele quando ele acordar.

O lince estava cheio e eu não parava um minuto, acho boa ideia a Carla querer por mais um empregado. Nós andamos a trabalhar muito, fui esse o motivo que me levou a não faltei hoje.

Eu aproximei-me do balcão, posando uma bandeja com copos vazios.

" Tatiana, vai buscar a sala de arrumas mais pacotes de batatas fritas."

" vou já." Batatas fritas? Realmente o expositor das batatas está vazio, mas a esta hora não se custa vender batatas fritas. Costuma-se vender bebidas.

Eu fui até a sala de arrumos e peguei numa caixa com pacotes de batatas fritas, apaguei a luz e caminhei pelo corredor.

Virei para sair para a sala e fui contra alguém. Era um rapaz. A caixa caiu no chão os pacotes das batatas espalharam-se pelo corredor.

" desculpa!" Eu abaixei-me para apanhar os pacotes e ele copiou s meus movimentos.

Ele apanhou alguns pacotes e colocou-os na caixa. Só faltava um pacote e peguei ao mesmo tempo que ele.

Eu subi o olhar e encarei o homem mulato e atlético. Os seus olhos verdes entraram em contacto com os meus. Eu conheço este olhar.

Nós levantamo-nos segurando o pacote. Eu tentei dizer alguma coisa, mas os meus músculos não correspondiam aos meus estímulos. Eu já senti esta sensação antes.

Ele não disse uma palavra, apenas me olhava como se pudesse entrar na minha mente e invadisse os meus pensamentos.

Como se ele me conhece melhor que eu própria. Eu sentia uma energia estranha a nossa volta. Eu já vivi isto antes.

Os seus lábios começaram a mexer-se atrapalhados.

" desculpa, eu estava distraído." Ele disse, continuando a olhar-me.

Eu desviei o olhar, peguei o pacote de batatas fritas e coloquei na caixa.

" não faz mal. Eu também estava distraída." Eu disse.

Ele sorriu para mim. Ele parece-me tão familiar. Eu tive que me esforçar para tirar os meus olhos dele.

"Adeus!" Eu disse despedindo-me.

Ele retribui-me adeus e comecei a caminhar o mais rápido possível, fui até ao balcão e posei o pacote.

Que sensação estranha. O meu coração batia a mil.

" estás a sentir bem, Tatiana?" O rui perguntou-me.

Eu olhei para ele e demorei um pouco a responder.

" acho que sim."

Ele sorriu.

" o que é que foi? Parece que viste uma assombração?"

" não" eu fechei os olhos e abri-os. " São só coisas da minha cabeça. Vou arrumar os pacotes de batatas."

Eu continuei a trabalhar não vi mais o rapaz mulato de olhos verdes. Eu nunca o tinha visto por aqui.

Que sensação tao estranha que eu senti. Não sei porque, mas fez-me lembrar o Cláudio.

Só posso estar a ficar maluca.

No sonho ele disse que ia voltar.

As coisas lá em casa andam mais calmas, mas tenho medo que ele não esteja bem. Eu sinto um carinho muito grande por ele. Eu nunca o esquecerei.

Já passava da duas da manhã quando eu cheguei a casa.

O Joel e o Jean estavam sentados no sofá.

" como é que está o Edu?"

" na mesma. Parece a bela adormecida, já mandei o jean dar um beijo, mas ele não vai." O Joel disse em tom de brincadeira.

"oh, meu amo!" Disse o Jean ofendido.

Eu sentei-me ao lado do Joel e ele colocou o braço em volta da minha cintura. Eu dei-lhe um beijo e posei a minha cabeça no seu peito. Estava cansada.

" é normal, ele demorar assim tanto tempo a acordar?"

" Penso que sim, já ouvi relatos de vampiros que chegaram a demorar um dia para acordarem." O Joel explicou-me, enquanto fazia festas na minha cabeça.

" Eu vou-me deitar." Declarou o Jean. Parecia abatido.

Eu observei-o subir as escadas.

" O jean está abatido, não está?" Eu disse para o Joel.

" é normal. O Edu não falava com o jean porque ele é um vampiro, quando ele souber que o Jean o transformou em vampiro, nunca mais olha-lhe para a cara." Ele disse aquilo e ficou apreensivo, como se tivesse lembrado de algo.

" o que é que foi?"

" Nada." Ele disse e ficou em silêncio, observei-o esperando que ele falasse. " Tatiana, se um dia te transformasses em vampira. Como ias reagir?"

" ia odiar. Já viste o que seria para mim ver a minha filha envelhecer e morrer. E eu permanecer igual. Eu não ia aguentar. Não quero, nem pensar. Mas como isso é impossível acontecer. Não preciso de me preocupar."

Ele olhou-me com um olhar assustado e desviou o olhar.

" Tu gostavas que eu me transformasse em vampira?" Eu perguntei.

" Não. Eu quero a tua felicidade e se a tua felicidade é viver como humana, tudo bem. Só não queria que odiasses tanto ser vampira."

" Tenta perceber o meu lado. Se fosses pai também não ias quer ver a tua filha morrer, mesmo que fosse de velhice. Mas não vamos pensar nisso agora? Temos outras coisas para nos preocupar, como o Edu?" Eu virei o rosto dele para mim. " Eu amo-te."

Ele beijou-os meus lábios suavemente. " Eu também te amo." E voltou a beija-los de uma forma mais acelerada.