Surpresa (70)

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 No dia seguinte à noite.

Aurora:

Entrei no quarto com a minha mãe. Deite-me na cama e a Mãe tapou-me com os cobertores.

" Filha, queres que a mãe te leia uma história?" A minha mãe perguntou-me.

" Não, o pa.." Eu ia dizer que o pai disse que lia-me uma história, só que lembrei-me que não posso dizer a mãe que vejo o pai. " Tenho sono. Eu quero ir já dormir." Eu disfarcei.

" Filha, a mãe vai sair com os teus padrinhos. A avó foi deitar-se, mas se precisares de alguma coisa, chama-a." A minha mãe disse-me.

" Está bem, mãe. Mãe, onde vais? "Eu perguntei. A mãe sentou-se na cama perto de mim.

" Vou a uma discoteca." Ela deitou-se ao meu lado por cima dos cobertos e colocou o braço em meu redor, dando-me um beijo na cabeça. Eu adoro quando a mãe fica assim comigo. Sinto-me tao protegida. Também gosto quando ela dorme comigo.

Mas o que é uma discoeca?

" Mãe, o que é que é uma discoeca?" Eu perguntei. A minha mãe soltou uma gargalhada e eu não percebi o porquê?

"Discoteca, filha." A minha mãe ensinou-me. Eu percebo que tinha dito a palavra mal. Paciência! "Filha, uma discoteca é um sítio, onde as pessoas ouvem música, dançam, bebem e passam tempo com os amigos." Ela explica.

" Mãe, já foste lá com o pai?" Eu perguntei curiosa, enquanto brincava com a mão da mãe.

" Sim. A primeira vez que a mãe foi a uma discoteca foi com o pai. A mãe não podia entrar porque era menor e só adultos podem entrar, mas eu fingi que era maior de idade e entrei com o pai que já tinha os dezoito anos." Ela contou-me.

" Mãe, tu mentiste?" Eu perguntei admirada. Ela demorou um pouco a responder.

" Sim, filha. Podemos considerar uma pequena mentira." A Mãe confirmou.

" Mãe, então, porque é que eu não posso mentir?" Perguntei.

" Ó, Filha, mentir é feio. É claro que a mãe não devia ter feito. Mas a mãe era novinha, estava apaixonada por o teu pai e fez um disparate. Mas por a mãe ter feito aquele disparate não quer dizer que tu também faças quando fores grande." Ela avisa-me.

" Mãe, tu também fazes disparates?" Eu disse admirada.

" Toda a gente faz disparates." Ela disse parecendo pensativa.

" Mãe, o Joel também fez um disparate quando matou aquelas pessoas." Eu relembrei.

" Filha!" Ela levantou-se, sentou-se na cama e olhou-me séria. " Filha, esquece isso! Não voltes a falar disso. Estás bem?" Ela perguntou-me nervosa. Eu não respondi e ela puxou-me para um abraço apertado. Fiquei confusa. Qual é o problema de o Joel matar pessoas? Ele é um vampiro. Eu sei que não é correto, mas ele é um vampiro. O telemóvel da mãe tocou e ela soltou-me.

" É o Edu. A Mãe tem que ir. Não penses nisso." Ela disse, puxou-me para um abraço e deu-me vários beijos na cabeça e rosto. " A mãe ama-te muito. Agora, dorme." Ela conchegou-me os cobertores. Deu-me mais um beijo na testa e saio do quarto.

" Mãe, deixa a luz acesa." Eu pedi.

" Está bam. A mãe não demora." Ela disse.

Não é que eu tenha medo do escuro, mas o pai disse que me vinha ver à noite e ainda não veio. Ele disse que tinha uma surpresa para mim. Será que ele se esqueceu?

" Princesa do pai!" Ouvia a voz dele.

" Pai, pensava que te esquecido de mim." Eu disse feliz por o ver.

" Que parvoíce é essa, filha? O pai nunca se esquece de ti." Ele afirmou.

" E a surpresa?" Eu perguntei curiosa.

" Queres a surpresa? Deve estar a chegar, mas não podes gritar, a avó já deve estar a dormir." O pai avisou-me.

" Avô!" Gritei ao ver o meu avô. Lembrei do aviso do meu pai e coloquei as mãos a tapar a boca.

" Filha, o pai avisou." O pai repreendeu-me.

" Avô, tinha tantas saudades tuas." Eu disse mais baixo.

" Eu também, meu amor. Tens-te portado bem?" O avô pergunta.

" Às vezes." Disse espontaneamente.

" Mas tens que te portar bem sempre." O avô disse-me. Eu sorri para ele. " O avô gosta muito de ti e não se esquece um minuto de ti." Ele disse-me.

" Eu também gosto muito de ti, avô." Eu disse e sorri.

"Bem, o avô tem que ir embora. O avô volta noutro dia para te ver." Ele disse-me.

" Também, avô. Volta de presa!" Eu pedi.

" O avô vai fazer o possível para ser o mais rápido possível. Adeus, meu anjo!" O avô disse e desapareceu.

" Pai, porque o avô não pode ficar mais tempo?" Eu perguntei.

" Filha, o avô morreu há pouco tempo e não tem permissão para ficar muito tempo." O pai explicou.

" Ainda bem que tu morreste há muito tempo, pai. Assim podes ficar muito tempo comigo." Eu disse. O pai começou a rir-se, eu não sei o porquê. Eu gosto tanto de estar com o meu pai. Ele é melhor pai do mundo.

" Queres que o pai te conte uma história?" Ele perguntou-me.

Eu disse que sim e fui buscar um livro. Pousei-o no meu colo e fui mudando as páginas conforme o pai li.

...

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Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora