A morte da bela (85)

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Tatiana: 85

Eu entrei na cozinha. O Joel encontrava-se de costas para mim, tinha a gaveta dos talheres aberta e parecia escolher algo. O homem dos incríveis olhos azuis começa a falar sem se virar para mim.

"Tatiana, Tatiana, tu pensavas mesmo que me ias enganar com um garfinho de prata? Sinceramente! Achava-te mais inteligente." Ele constata. Eu encostei-me à bancada.

"Não te consegui enganar, mas descobri que a prata mata vampiros." Eu confortei e ele sorri para mim.

" Então e agora estás a planear o quê? Deixa-me adivinhar, atacar-me durante a noite e cravar uma estaca de prata bem aqui." O Joel colocou-se na minha frente, puxa-me a mão e colocou-a sobre o seu peito. Nós olhamo-nos. Eu desviei o olhar e retirei a mão do peito do Joel e empurrei-o, afastando-me do monstro.

"Se for preciso. Irei faze-lo." Eu disse segura. Embora saiba que no fundo não queira fazer.

"Tatiana! Tanta coragem! Não me digas que essa coragem vem toda de ter as costas quentes por causa do almofadinha." Ele referiu. Lá está ele e os apelidos. Será que lhe custa chamar o Rui pelo nome?

"O Rui não tem nada a ver com isto." Eu defendo o Rui. O Joel não pode saber que o meu amigo não foi hipnotizado. O monstro caminha na minha direção e olha-me fixamente com os seus olhos azuis. O meu coração acelera.

"Não tem nada a ver com isto? De certeza que ele não tem nada a ver com isto? Tatiana, tu achas mesmo que eu só burro. Pensas que eu não sei que o almofadinha continua a saber de tudo." Ele confessou. Ele pode estar a dizer isto para eu confessar que ele sabe. Tenho que continuar a negar.

"O rui não sabe de nada, foste tu próprio que o hipnotizastes." Eu contraponho.

"Tatiana, engana-me que eu gosto. O almofadinha estava a usar a pulseira, não sei onde, mas estava. Esqueceste que eu também consigo ler a mente humana. Ele não foi hipnotizado e vocês queriam-me enganar. Admite, Tatiana?" Ele fala num tom mais alto e forte. Ele está a ficar irritado.

"Não! O Rui não sabe de nada." Contino a negar. Como é que eu não me lembrei que os vampiros leem as mentes. De certeza que ele tentou ler a mente do Rui e não consegui, ou então leu a minha e conseguiu descobrir o plano. Que burra que eu sou!

"E continuas a fazer-me de otário! Não me mintas!" Ele disse cada vez mais irritado.

"Ele não vai contar a ninguém o teu segredo." Acabo por confessar.

" Pois não. Vai matar-me. Eu deixei-o vivo porque que achei que ele fosse-me útil, mesmo sabendo do meu segredo, mas já vi que me enganei." O Joel disse e foi na direção da porta.

"A onde é que vais?" Eu perguntei aflita. O Joel para e olha para mim.

" Vou resolver o problema que tu me arranjaste." Ele disse e saiu da cozinha, eu fui atras dele.

"Joel, eu não vais fazer nada de mal à Nádia." Eu disse.

" Não! Eu não disse isso. Não é ela que me quer matar." Eu agarrei-lhe o braço, nós estávamos na entrada da sala. Todos olhavam para nós e eu falava baixo.

" Não faças mal ao Rui. Eu estou pedir-te. Hipnotiza-o, mas não o mates." Eu pedi num tom baixo.

" Tarde de mais. Ele já teve a oportunidade dele e não a soube aproveitar. Agora, paciência!" Eu disse decidido.

" Não o mates." Eu volto a implorar.

" E quem é que me vai impedir?" Ele pergunta-me com os olhos cheios de raiva. "Rui! Precisamos de falar. Encontra-me lá fora." Ele disse num tom mais alto e olha nos meus olhos. Ele saiu de casa e o Rui vai atras dele.

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora