Um sinal (44)

141 12 0
                                        

Tatiana:

Eu estava dentro de um carro, mais precisamente o carro do Cláudio. Ele era mais velho que eu e já tinha a carta de condução quando faleceu. Encontrava-me no lugar do condutor. Eu conduzi e ia vendo as placas.

" Setúbal\Almada." Li. "Cale\Badajoz." Li ao passar por outra placa. "Córdova." Esta última placa ficou na minha frente por algum tempo. Eu tinha a minha mão na manete das mudanças. Sinto uma mão em cima da minha. Olho para o lado e no lugar do pendura está o Cláudio.

" Salva a nossa filha!" Ele disse-me firmemente. O Edu abana-me com força.

" Córdova!" Eu grito ao acordar.

" Calma! Tatiana! Foi só um sonho." A Nádia esclareceu-me.

" Estavas a sonhar com o quê? Tu gritavas Corcova, Córtola, eu não percebia bem e não acordavas." O Edu perguntou-me. A minha respiração estava acelerada.

" Córdova!" Eu corrigi.

" O que é que isso? Uma marca de roupa?" Perguntou-me o Edu.

"Não, é uma cidade. Se não engano, espanhola." Eu disse. Eu olhei para os dois, recordando o sonho. " Eu tive um sonho com o Cláudio. Eu estava no carro, via varias placas e ultima era Córdova. Isto é sinal. A minha filha está em Córdova." Eu afirmei convicta.

" O quê?" Perguntou a Nádia. Eu levantei da cama, peguei no portátil e liguei em cima da cama.

" É um sinal. Antes de adormecer, eu pedi ajuda ao Cláudio e ele no sonho disse-me onde estava a minha filha." Eu expliquei melhor.

" Realmente o sonho foi estranho. Olha que eu acredito nessas coisas." Apoiou-me o Edu. Eu pesquisei no computador.

" Está certo. Córdova é uma cidade espanhola. Fica a seis horas daqui." Eu contei o que li.

" Tatiana, foi só sonho. Calma! O que é que vais fazer? Vais a Córdova a procura da tua filha?" A Nádia perguntou-me. Ela não acredita muito nestas coisas.

" Se for preciso. A polícia ainda não disse nada. Tu sabes como estás coisas são. Eu tenho de fazer alguma coisa." Eu disse. Os meus amigos olham assustados para mim. " Edu, tu acreditas nestas coisas. Vais-me ajudar? Eu tenho a certeza que a Aurora está Córdova." Eu pedi-lhe. Ele olhou para a Nádia e depois olhou para mim.

" Tatiana, eu sei que foi estranho o sonho, mas estás sobre muita pressão. E se for só sonho, tu vais para Córdova em vão." Ele disse-me.

" Não é só um sonho! Eu tenho a certeza! Eu tenho que ir a Córdova." Eu afirmei.

" Tatiana, isso é uma louca. Tu não vais para Córdova, porque tiveste um sonho." A Nádia disse.

" Não foi um sonho! Foi real!" Ateimei. Ela sentou-se na cama e agarrou as minhas mãos.

" Tatiana, acredita em mim! Eu estudo psicologia e é normal as pessoas ter sonhos assim quando estão demasiado preocupadas. É uma loucura, tu ires para Córdova. O Cláudio está morto e, infelizmente, ele não pode falar contigo em sonhos." Ela disse, não me convencendo. Eu sentia que a minha filha estava naquela cidade. Levantei-me da cama.

" Eu sinto, Nádia. Foi real. Edu, sabes que eu não posso conduzir com o braço assim, por favor, vem comigo a Córdova!" Eu continuei a pedir.

" Tatiana! Eu, eu não posso." Ele gaguejou. " Até pode ser um sinal, mas é muito precipitado irmos para Córdova quando podes fazer falta aqui." O Edu disse.

" Vocês não me intendem! Eu sinto que ela está lá!" Eu gritei e os meus olhos encheram-se de água. Os meus dois amigos abraçaram-me e eu comecei a chorar. 

Um Monstro em tiOnde histórias criam vida. Descubra agora